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Era uma noite qualquer, mas para mim, já não havia “qualquer” em nosso relacionamento. Olhei pela janela, observando as luzes da cidade piscando como estrelas distantes. Flávia estava lá fora novamente, mais uma vez com os amigos, enquanto eu permanecia em casa, sozinha com meus pensamentos. Nos últimos meses, a distância entre nós aumentava, e o que antes era um amor vibrante agora se tornava uma rotina de solidão.
Eu sempre a apoiara. Estive ao seu lado em cada competição, cada treino. Mas, à medida que suas conquistas cresciam, eu sentia que algo se perdia entre nós. Flávia estava tão absorvida em sua carreira, tão cheia de vida, que parecia esquecer que eu existia. As mensagens que antes trocávamos se tornaram escassas, e as ligações, quase inexistentes. Eu a procurava, mas o esforço parecia um fardo, como se eu estivesse correndo atrás do vento.
Cansada de me sentir invisível, decidi mudar. Não era justo que eu fosse a única a lutar por algo que já estava tão desgastado. Comecei a sair com minha família e amigos, a redescobrir o prazer em estar cercada por pessoas que realmente se importavam comigo. Fiz planos, me envolvi em novas atividades e, por um breve momento, senti o peso da solidão se dissipar.
Flávia não parecia notar a diferença. Ela continuava sua vida agitada, mergulhada em treinos e competições, enquanto eu me distanciava emocionalmente, criando uma barreira que parecia intransponível. Às vezes, eu me perguntava se ela ainda pensava em mim, se sentia minha falta. Mas a resposta sempre parecia ecoar em silêncio.
Numa noite em que decidi não ficar em casa, fui a um jantar com amigos. As risadas e conversas preenchiam o ar, e eu me sentia viva novamente. Quando olhei para o celular, vi uma mensagem de Flávia. "Oi, você está bem?" Era um simples cumprimento, mas o vazio que sentia naquele momento fez meu coração apertar. O que eu responderia? Que estava bem, mas que sua ausência pesava como uma âncora? Ou que eu finalmente estava cuidando de mim, mesmo que isso significasse nos afastar ainda mais?
Decidi ignorar. Não porque quisesse ser cruel, mas porque já havia me cansado de esperar. A vida não pode ser construída em cima de promessas não cumpridas e momentos esquecidos. A verdade é que eu não queria mais correr atrás de alguém que não parecia se importar.
O tempo passou e, embora ainda houvesse amor, ele se tornara uma sombra do que um dia foi. Nossas conversas se tornaram raras e, quando aconteciam, eram frias, quase formais. Flávia parecia saber que algo havia mudado, mas não sabia como consertar. O que poderíamos fazer? O que restava de nós?
Em um dia ensolarado, decidimos nos encontrar para conversar. O ar estava tenso, carregado de palavras não ditas. Olhei nos olhos dela e vi a confusão, a dor e o amor que ainda existia, mas também uma realidade que não poderia ser ignorada. Conversamos sobre nossos sentimentos, sobre como tudo havia mudado. E foi nesse momento que percebi que, mesmo que ainda houvesse amor, ele não era suficiente para sustentar o que tínhamos.
Não ficamos juntas. Nossos caminhos, uma vez entrelaçados, agora estavam se separando. E, enquanto eu olhava Flávia se afastar, senti uma mistura de tristeza e libertação. Era hora de seguir em frente, de amar a mim mesma, de ser feliz sem depender de alguém que já não estava presente.
A vida continuou. Flávia brilhou em sua carreira, e eu, por minha vez, descobri novas paixões e amizades. Ambas seguimos em frente, não mais como namoradas, mas como duas almas que, por um tempo, se encontraram no caminho. E, mesmo que a dor da separação ainda estivesse fresca, era um alívio saber que havia escolhido meu próprio caminho.