BALDE DE ÁGUA (#01)

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Foi assim que conheci Hanna e Anne.

Nunca quis bater em alguém para ameaçar ou oprimir, mas naquele dia em específico, a minha principal regra era proteger e cuidar acima de tudo. Quando eu estava lavando as mãos, a porta se abriu e entraram várias garotas falando com um tom desagradável, mas não era a mim que suas atenções encontrava-se e sim, na pobre garota que estava sendo segurada pelo braço por umas dessas valentonas; desliguei a torneira e peguei papel toalha.

- Levem ela para o corredor e traga balde de água - uma de cabelo de mechas vermelhas disse.

Todas as outras saíram, apenas sobrando uma para seguir as ordens.
Respirei fundo e esperei o balde encher. Olhei para as mãos dessa menina que tremiam; quando ela pega e vai em direção a porta, eu abro a boca e digo:

- Sei que você não quer fazer isso - ela para perto da porta - Eu vou te ajudar

Peguei o balde e mandei ela ficar ali. Conferi se ela tinha se trancado na cabine, caso alguém venha atrás dela. Quando abro a porta, havia um círculo ao redor da garota que já está no chão chorando.

- Jogue água nela para ela ser repreendida na frente de todos e gravem este dia em memória e celular - ela ri e gesticula para que me aproxime
- Não vou fazer isso e deixe ela em paz, por favor
- Tá doida? - ela me encara - Eu tô mandando!
- Mas eu não sigo suas ordens, isso é o único aviso

ela olha irritada para as pessoas que estão ao redor, tanto suas amigas como o pessoal da escola.

- Vai ter uma lição também - ela levanta a mão e vem em minha direção, porém eu seguro
- Com essa atitude não me ajuda a esquecer o que você fez, então foi você que pediu.

Solto sua mão, levo o balde até sua cabeça e viro para que caia água sobre si.

- Espero que com isso, o seu caráter que está sujo, fique limpo.

Ele bufa igual uma mimada, chora igual a um bebê, mas não sinto pena dela.
Saio do lado dela e vou em direção a menina que está no chão. Agacho perto dela, seguro sua mão e a levanto. Passo a mão sobre suas bochechas para secar as lágrimas, ofereço um sorriso e um sussurro só para ela ouvir: vai ficar tudo bem. Ele concorda com a cabeça.

Estávamos quase saindo do meio das pessoas quando ouço passos de pessoas correndo em minha direção. Assim que me viro, já tem três garotos parados encarando. Ao julgar pela semelhança de um deles, acredito que seja parente da mandona.

- Você vai ser exceção, garota - fala enquanto estala os dedos.
- Quer bater em mim? - sorrio com sarcasmo - Vou precisar te dizer uma coisa.

Peço que Hanna se afaste por enquanto, ela se encosta na parede com o seu tornozelo machucado. Não existe muito tempo para ele reagir ao soco que dei em sua barriga, após ter tentado acertar o meu rosto.

MEU DORAMA | dorama cristão Onde histórias criam vida. Descubra agora