CUIDAR DO PI-HO

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Kang Pi-ho não se alimenta desde de ontem.
No caso, ele desistiu do jantar quando saímos, o café de hoje de manhã estava na mesma, mas não apareceu aqui, assim como o nosso almoço. Meu tio disse que é por causa da idade dele, “pessoas mais velhas têm a tendência de serem teimosas”.
Mesmo assim, prefiro levar algo para ele se alimentar pelo menos, dentro do quarto. Procuro na internet receitas rápidas e que tenham um sabor incrível.

*

- Querida, você tem certeza?

- Absoluta. - abro um sorriso para ele - Bate na porta para mim, por favor.

Com a bandeja nas mãos, estou sem condições de conseguir ter outra função. Entro devagar pedindo licença, coloco em cima da cabeceira e procuro o rosto do homem idoso por debaixo da coberta.
Vejo que ele está suando, mas o ar está em temperatura mínima, coloco a mão sobre sua testa e sinto ela quente. Procuro um termômetro dentro da gaveta para poder concluir as minhas suposições sobre ele estar com febre.
Um minuto depois confirmo que eu estou certa.

- Vou avisar ao tio Kang, vovô - falo guardando as coisas

- Jones, não diga nada por favor.

- Mas vovô, - ele olha para mim - Senhor Pi-ho, o senhor está com febre, alguém precisa cuidar….

- Você pode.

- Eu estava falando de ajuda médica, mas eu posso ficar com o senhor aqui.

- Cuide de mim Brenda e não conte a ninguém - sua voz sai em tom de pedido, não mandando

- Não posso guardar segredo do Haewon…

- Só para ele.

Concordo com a cabeça.
Ajudo a sentar na cama para comer.
Ainda bem que no final das contas fiz uma sopa bem tradicional, mas adicionei mais alguns ingredientes que o meu pai colocava quando fazia em nossa casa.

Espero ele dormir para sair do quarto, como sei que ele está quente só tenho um objetivo, pegar uma vasilha com água e alguns panos só para aparentar que está bem enquanto vou à farmácia comprar alguns remédios.
Saio em silêncio para não acorda-lo, ao fechar a porta por trás de mim ele sussurra

- Ele tá bem?

- Vamos na farmácia, te conto no caminho.

E eu contei.
O Haewon não ficou nem um pouquinho surpreso com o pedido que o seu avô tenha feito. Ele disse para mim que já estava acostumado com esse tipo de situação, mas mesmo assim, deveria ter cuidado porque caso toque no assunto sobre o nosso namoro ou ele lembre aleatoriamente disso, não vai continuar me tratando da mesma forma.
Só pude concordar com a cabeça.

Como eu já estava alerta sobre esse assunto, não fui pega de surpresa quando ele viu a aliança no meu dedo e ficou com raiva de mim. Ele não quis comer um lanchinho que eu tinha feito, mas pelo menos já tinha tomado o remédio para baixar a febre.

Na manhã seguinte, acordei um pouco mais cedo do que os outros, fui até a cozinha e preparei um simples café da manhã. Assim como eu, ele acredita que o café em si não é agradável, então coloquei as frutas, pães assados e suco.

O humor dele estava melhor que ontem.
Os seus olhos de vez em quando passava sobre a minha mão para conferir que o que viu ontem continua ali, todas as vezes ele tinha a confirmação de que não tirei.

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