A CONVERSA PLANEJADA

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Olhei de novo para a mesma pessoa que se encontrava sentado em uma cadeira na mesinha de um mercadinho. Esse era quase do mesmo jeito que nós encontrávamos para conversar depois do culto. Mas hoje é diferente, não somos mais amigos, nem adolescentes pensando que o amor é algo fácil de encontrar e lidar, perdemos vários traços da nossa adolescência, a aparência é a prova viva.

Me aproximo de sua mesa lentamente sem ter pressa para ouvir o que quer que seja. Ele levanta da sua cadeira rapidamente e arregala os olhos como se estivesse acabado de ver um fantasma.

Espero tranquilamente ouvir a sua voz dizendo o motivo pela qual veio me procurar no lugar mais longe de sua casa.

- Você está incrível, parece a mesma de antes.

- Eu só pareço Luca, não sou mais a de antes. - olho para o relógio no meu pulso - Por favor, diga o motivo da sua visita.

- Sinto muito docinho… sinto muito

- Você não pode me chamar assim - falo ríspida - e pelo o quê você sente muito?

- Por tudo. - houve um rápido raio de surpresa, mas logo deti ela - Eu sou um péssimo namorado.

- Queria me dizer o que eu já sabia?

- Docin….. Brenda a pior coisa que eu fiz foi ter abandonado você - as suas palavras me atinge com força - tomei atitudes que ninguém merecia, fui um idiota, deixei de segurar a sua mão bem perto dos seus pais morrerem….

Ele poderia falar qualquer outra coisa que não ia me fazer chorar, mas relembrar os momentos de solidão que passei enquanto eu via os meus pais sendo enterrados, fez o meu coração ter sido atingido por um soco.

Com as lágrimas ameaçando cair, ele puxa a cadeira para perto de mim, falando mais próximo o possível.

- Deveria ter cuidado do seu coração quando a dor da perda te sufocava, eu deveria ter ajudado a sua saída do fundo do poço, o meu lugar era ao seu lado em todos os momentos difíceis, mas em vez disso fui um tremendo idiota e deixei você ir por uma coisa que eu mesmo provoquei.

- Luca, por favor

- Aquilo não significou nada para mim! Caí na tentação mesmo ela não chegando aos seus pés… Apesar de todo esse tempo ter passado… Eu ainda te amo.

Fico automaticamente anestesiada com as suas palavras, balanço a cabeça em negação ao que eu vi, mas ele insiste.

- Isso é o sentimento de culpa, mas não se preocupe, eu te perdoo por tudo. Isto não é amor, Luca, é culpa

- Ver você de novo, ativou o meu corpo com tudo que passamos e o que eu sinto ainda.

- Não continue com essa história, por favor.

- Me dê outra chance Brenda, dessa vez eu vou ser perfeito, te garanto…

- Eu fui feliz em quase todos os momentos que passamos juntos, mas não é assim que as coisas funcionam.

- Os sentimentos ainda estão dentro de você, eu sei!
— ele tenta segurar a minha mão — diga que ainda sente algo por mim

- Sinto sim - vejo um sorriso em seu rosto - Mas não é amor, porque já acabou. Não existe um nós - eu olho para os seus olhos - Meu coração bate por outra outra, eu só tenho olhos para ele e o todo o meu amor que você quer que te ofereça, eu já dei a ele. Só sobra carinho de uma velha amizade, porque isso eu consigo aceitar.

Ele parece estar em choque com as minhas palavras, ele limpa a garganta para colocar de volta a realidade que agora nos encontramos.

- Então…. Você seguiu em frente? - ele solta um riso fraco - fico feliz. Uma hora isso acontecia né?

Dei de ombros e ofereci um sorriso.
Digitei algumas palavras no celular e demorou poucos segundos.
Aqui está ao meu lado, o amor da minha vida.

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