04- Um rolê (sobre as ex)

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Meus dias foram passando, e mais longos eles ficavam, estávamos caminhando para entrar na força total para as Olimpíadas. Minhas relações com o pessoal tem sido incrível, quando as meninas escreveram naquele cartão que todos eram como uma grande família elas não erraram. Estava sendo um sonho estar lá, auxiliando todos, fazendo amigos, nunca tive tantas pessoas ao meu redor assim, sempre fui uma pessoa fechada, poucos amigos, italianos (ao menos os do meu ambiente) não são abertos facilmente a novos amigos, me criei dessa forma, não é atoa que minha única amiga era a Fiorella, desde os 15, na faculdade eu tive apenas colegas, bom tinha minha primeira namorada, mas não conta como amiga. Enfim, estranhamente eu me aproximei de forma indescritível das meninas da seleção, principalmente com Julia Bergmann, Roberta e Rosamaria. E bom, essa foi só a minha primeira semana trabalhando com a seleção.

Já com meu trabalho de criadora de conteúdo, está tudo meio incerto, eu desisti de dar conta, acabei pedindo para minha madrinha conseguir um editor de vídeo, a parte de produzir e montar o cover eu consigo, porém editar os vídeos estava tomando muita conta do meu precioso tempo. Tirando isso tudo está bem, voltei a fazer lives cantando para matar tempo. Inclusive hoje eu ia fazer uma, mas as meninas me chamaram para sair, e o pessoal da fisioterapia também, mas eu escolhi elas, afinal não é sempre que elas tem um final de semana tranquilo e livre. 

É eu sei o que eu disse sobre não misturar os ambientes, mas encaro como apenas uma social com colegas (e três prováveis amigas)

— Tá aberto, entra! — Gritei de dentro do quarto ao ouvir as batidas na porta do meu dormitório.

— Uau! — Julia diz entrando e parando na porta do banheiro.

Too much? — Pergunto meio insegura.

— Que? Não! Tá linda! — Ela diz e eu sorrio satisfeita — Seu cabelo esta muito lindo! — Ela diz e eu sorrio.

— Obrigado! — Agradeci enquanto finalizo minha maquiagem — Você também tá linda demais, Bergmann! — Elogiei ela olhando-a pelo espelho.

— Obrigada! — Ela diz toda sorridente.

Enquanto terminava de me arrumar Júlia conversou comigo, e depois saiu um pouco antes de eu terminar de me arrumar.

Fazia muito tempo que eu não me arrumava para sair com amigas, ou sair assim, claro, quando eu estava em Minas Gerais, eu sai com os meus primos, os sobrinhos neto de segundo grau do meu avô, fui para muito rolê legal, mas eu não estava muito bem na época, andava meio insegura com minha aparência, agora sair assim, me olhando no espelho e me achando a mulher mais gostosa que já pisou na terra? É diferente. Eu tô até simples, uso um vestido preto coladinho gola alta e regata, com uma jaqueta de couro vermelha, estilo blazer, e uma bota cano baixo vinílica da mesma cor, e muitos acessórios.

Rosamaria bate na minha porta para irmos, então saímos juntas.

— Que linda! — Falei olhando para a loira.

— Você que tá! — Ela diz me abraçando de lado.

Dividimos em grupos para de uber ir para o barzinho. A felicidade genuína no meu corpo me deixando elétrica. Demoramos um bom tempo para chegar no local. Chegamos e nos sentamos, tinha música ao vivo, um ambiente muito gostoso.

— Vocês tão levando muito a sério essa brincadeira de mãe e filha! — Gabi diz olhando para mim e eu fico confusa.

— Que? — Pergunto e sigo o olhar dela para trás de mim. Julia B estava saindo do seu uber com as mesmas cores que eu, preto e vermelho — Ah não, Bergmann! — Falei colocando a mão na cintura e rindo para ela.

— Ah não, Léo! — Ela diz rindo — Eu achei que você ia estar só com a bota! — Ela diz e eu rio.

— Não! — Falei e ri — Você entrou no meu quarto e eu nem me toquei que você tava de saia vermelha! Muito tonta — Me xinguei.

A Resiliência da Alquimia | Gabi GuimarãesOnde histórias criam vida. Descubra agora