17- Pseudojustificativas

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Na manhã seguinte, acordei com um sorriso no rosto, e meus amigos também pareciam animados. Fomos tomar café da manhã juntos e, em seguida, voltamos para pegar nossas coisas e nos preparar para o treino. Amanhã será o último jogo das preliminares, contra a Polônia, então hoje teremos um treino leve, focado em aspectos técnicos. Algumas meninas ainda têm sessões de fisioterapia, o que torna o dia delas mais tranquilo. Para nós, no entanto, o dia é mais intenso, mas tudo bem, porque eu realmente amo isso.

No fim do dia estávamos com o time todo fazendo fisioterapia. Nós cinco auxiliando as meninas, o ambiente era calmo, com murmúrios suaves e instruções tranquilas, enquanto todas as atletas se concentravam na recuperação de seus corpos. O objetivo era o mesmo para todas: garantir que estivessem prontas, física e mentalmente, para o jogo que se aproximava.

No meio das conversas paralelas, que naturalmente aconteciam, eu sorria com o que era dito. Gabriela estava sendo auxiliada por Francisco ali próximo. Não conversamos já faz alguns dias, de maneira mais pessoal nesse caso, logicamente estamos conversando durante o trabalho, exemplo, no jogo de anteontem nós conversamos rapidamente, como no primeiro jogo delas, apenas para o boa sorte do colar. Não posso negar que queria sentar em algum lugar da Vila para conversar sobre como foi a noite de ontem e ouvi-la falar sobre seu dia, mas não estamos tendo muito tempo uma para a outra ultimamente, ou talvez ela só não queira mais...

— ...Né, Léo?! — Chico diz e eu volto dos devaneios.

— An?

— Não é?! — Não prestei nem um pouco de atenção no que Francisco falava, então decido apenas concordar.

— Aham — Respondi indiferente e todas riram, fiquei confusa e então reviro os olhos ao perceber que era brincadeira.

— Então, você afirma que estava de casal ontem na rua? — Macris pergunta sorrindo e todas as meninas murmuram risos, como adolescentes bobos.

— Que? — Questionei confusa e então Chico sorri como uma criança perversa — Ai nossa, vocês são muito divertidos, como vocês são legais! — Falei irônica.

— É verdade, ou não Léozinha?! — Nyeme questiona e eu jogo a cabeça para trás. Rosamaria, Roberta e Júlia estavam sorrindo levemente. Já Carol está de cabeça baixa, contendo o sorriso no canto da boca. Gabriela estava com um pouco sorriso me olhando atenta, ela queria muito ouvir o que eu ia dizer.

— Não, gente, pelo amor de deus! Só estava flertando despretensiosamente. Deus! Não pode nem mais ser feliz — Contei brincando e metade delas soltaram um "ah". Gabi sorriu e abaixou a cabeça. Depois fui atacada por muitas perguntas e tudo que elas podiam fazer.

Quando acabou as meninas foram embora para descansar, e ficou só nós, os fisioterapeutas, para organizar as coisas.

— Rafa, o Zé quer falar com a gente! — Júlio diz e eu e Chico nos olhamos e sorrimos.

— Os mais novos ficam para finalizar a organização! — Tiago brinca e Rafaela sorri e afirma. Eu e Chico não temos escolhas, a gente só aceita e continua a arrumar.

Quando todos saem eu chego perto de Francisco e dou um tapa em seu braço.

— Seu babaca! — Falei e ela soltou um "Oxi" tão genuíno e assustado que eu me segurei para não rir.

— O que eu fiz?

— Francisco, o que foi aquilo de espalhar que eu tinha ficado de casal?

— Só uma brincadeirinha, relaxa, você tava longe, eu só te zoei.

— Seria só uma brincadeira se... — Começo e me recordo que Chico não sabe de nada.

— O que? Fala, Vai Mariê Leone! Agora! — Ele diz me olhando sério e fazendo eu parar de organizar tudo que estava fazendo.

A Resiliência da Alquimia | Gabi GuimarãesOnde histórias criam vida. Descubra agora