28- Delicado...

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— Pronto! — Meu pai diz estacionando o carro.

Desci do carro e mando mensagem para Fiorella questionando se ela teria chegado no local. Obviamente não. Me sento em uma mesa afastada das de mais, e aguardo 10, 15, 20 minutos, e nada dela chegar. Prometi a mim mesmo que iria esperá-la até 30 minutosz depois disso levantaria e a bloquearia em qualquer lugar, excluíria ela da minha vida.

Desculpa o atraso! — A loira mais baixa diz em italiano ao chegar na mesa. Não falo nada apenas aceno com a cabeça. Estou séria, não é porque foi decisão minha estar aqui que estarei feliz e soltando fogos de artifício ao ver alguém que traiu minha confiança — Então... — Ela solta meio desconfortável.

Estou esperando você falar — Falei ríspida e a encarei mudar a postura.

Mah, eu sei que aquele dia nós nos desentendemos, mas eu achei que você tava aqui para buscar entender?! — Ela diz e eu solto um riso anasalado.

Fiorella, eu não queria estar aqui, eu se quer queria te ver de novo, mas não vou ser injusta, se eu vou te odiar quero saber pelo menos o motivo disso! — Expliquei e ela respirou fundo.

Achei que você não ficaria chateada de eu estar com sua ex, você sempre deixou tão claro que não se importava — Ela solta e eu afirmo.

Não estou chateada por você estar com uma ex minha, meu deus se você estivesse com a Triana, eu estava feliz, sei que ela é uma ótima pessoa, mas a Letizia? Sério? — Falei e ela fechou a cara.

Você sabe que eu detestava a Triana!

Você nunca gostou de nenhuma das minhas ex, isso me intriga! — Soltei.

Tá bom, Mariê, eu realmente detestava a Letizia, desprezava tudo que ela fazia com você, claro que sim, mas mais que tudo... — Ela respira fundo — Eu tinha inveja da Letizia, porque ela fazia tudo aquilo e você continuava lá por ela — Ela disse e eu franzi as sobrancelhas. Esse papo está mais torto que aquele de "você tem que ir de mente aberta"

Fiorella, tem como falar como alguém normal? — Peço impaciente.

Lembra que depois do último ano do ensino médio eu me afastei de você, e durante todo o período da faculdade a gente quase não se via, e eu te dava perdido, e enfim — Ela diz e eu concordo — No último ano da escola eu me toquei que eu gostava de você, Mah — Ela diz e minha garganta fecha.

Que? Que porra é essa? Virou competição de quem vai me deixar louca? 

Não. fode. — Soltei no automático e Fiorella nitidamente fazia esforço para não chorar.

— Quando você começou o namoro com a Triana, eu me odiei, porque tinha pensamentos horríveis, me sentia uma amiga horrível, foi quando eu decidi ir para Milão fazer faculdade, me distanciar, me apaixonar, mas tudo que eu pensava era em como eu queria ser a Triana — Ela contou tudo com peso, eu não sabia esboçar reação a não ser a de confusa — Eu fiz terapia, e todas as minhas psicólogas falavam a mesma coisa, que eu só iria te superar ouvindo um não, mas eu nunca quis perder tua amizade, então fui covarde durante todo aquele tempo — Ela finalmente não consegue conter as lágrimas, então deixa-as escorrer — Então eu voltei e eu...eu...eu fiz a pior coisa que eu tinha para fazer. Na sua formatura, em um momento de inveja e ciúmes, me deixei agir por impulso quando o seu Ettore me questionou onde você tinha ido, e bom, eu balbuciei que achava que você teria ido por um lado, eu o enviei para ver você e Triana lá — Ela diz e lágrimas de ódio crescem nos meus olhos. Então tinha sido a minha própria melhor amiga que tinha dado o lugar que eu tinha ido com a minha namorada. Foi por conta dela que eu tive minha vida virada do avesso.

A Resiliência da Alquimia | Gabi GuimarãesOnde histórias criam vida. Descubra agora