25- Foi. Deu certo.

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Sábado de manhã. O sol mal tinha nascido e já estávamos a todo vapor. Era o último jogo, o que definiria se levaríamos a tão sonhada medalha para casa. A tensão estava no ar, pairando sobre cada um de nós. Eu, particularmente, estava uma pilha de nervos, a ansiedade me consumindo de dentro para fora. Sentia minhas mãos trêmulas e meu coração acelerado, como se estivesse prestes a correr uma maratona.

Tentei me concentrar nas minhas atividades matinais, mas a mente não colaborava. Pentear o cabelo se transformou em uma tarefa monumental; os fios pareciam se rebelar contra mim, refletindo o caos que se passava na minha cabeça. Arrumar a mochila? Impossível. Colocava e tirava as coisas, sem saber se estava realmente pronta ou se tinha esquecido algo importante. A verdade é que não conseguia focar em absolutamente nada. O nervosismo me dominava por completo.

— Bom dia, Léo! — Rafa diz entrando no quarto. Fui a última a levantar, mas valeu a pena, estava um pouco menos, cansada.

— Bom dia, Rafa! — Falei fechando minha bolsa.

— Um passarinho me contou que ontem a noite foi boa! — Ela diz e eu franzo as sobrancelhas confusa, Chico também não sabia do que aconteceu no quarto das meninas, como Rafaela sabe?

— Como?

— Macris me contou, e a Tainara, e a Diana, e a Nyeme — Ela diz e eu fico confusa e solto uma risadinha. Então é uma pauta que se espalhou como fogo?! MEU. DEUS.

— Vocês são muito fofoqueiras, cara! — Falei e ela riu.

Tomei meu café com uma tranquilidade inesperada, como se aquele momento breve de paz fosse o último respiro antes da tempestade. Sabia que precisava recarregar as energias, então me deixei relaxar um pouco. Deitei no sofá e, com o celular em mãos, comecei a pesquisar um lugar para o encontro com Fiorella depois do jogo. Queria um lugar reservado, mas não muito longe da vila.

Enquanto o tempo passava, me reuni com a equipe, a vibração do ambiente começou a mudar. Mesmo sem palavras, havia uma eletricidade no ar. Algo que eu não conseguia descrever completamente. O mais curioso desse processo pré-jogo era a energia que nos cercava. Tudo parecia mais intenso, cada olhar trocado, cada movimento. Todos estavam focados, determinados, quase como se o destino de cada um estivesse preso àquele momento. Sabíamos que, quando pisássemos na arena, seria para dar o nosso máximo. Não havia espaço para erros, nem para hesitações. Estávamos prontos para entrar naquela quadra e vencer.

Quando o jogo começou eu estava tão nervosa que não conseguia raciocinar direito. O primeiro set foi difícil, difícil o suficiente para me assustar quando a Turquia começou a abrir demais a distância no placar. Mas que bom que eu não sou jogadora, porque as meninas não de assustaram e correram atrás do placar e levamos o primeiro set de 25 a 21.

O segundo set foi mais difícil com o primeiro, começou com nossas meninas abrindo o placar, mas com as turcas abrindo uma certa vantagem nas meninas durante quase todo o jogo, foi quando conseguimos nos reorganizar, e então o set começou a ficar muito acirrado, com ambas as equipes trocando pontos e mantendo o jogo equilibrado. No entanto, à medida que o set avançava, nós começamos a nos destacar com um ataque mais eficiente e uma defesa robusta. Isso nos resultou em um fim de set de 27 a 25 para nós.

O terceiro foi o que eu passei mal, tudo tava tão tenso se as Turcas errassem um pouquinho a mais era o fim delas, ganhávamos de 3 sets a 0, mas não foi isso que aconteceu, porque as meninas começaram a errar, e as turcas souberam aproveitar muito bem isso, me deixando cada vez mais ansiosa. As turcas conseguiram virar o placar e abrir vantagem, vantagem essa que não conseguimos correr atrás, e o set fechou em 25 a 22 para as turcas.

Por dentro eu estou em pânico mas não posso transparecer isso, as meninas precisam de apoio, então tanto eu, quanto Rafaela, Francisco, Júlio e Tiago tentávamos nos manter frios, mesmo cochichando entra a gente mini xingamentos às turcas.

A Resiliência da Alquimia | Gabi GuimarãesOnde histórias criam vida. Descubra agora