12.

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Lindsay Barret

Depois do beijo, a gente se afastou só o suficiente para eu olhar bem nos olhos dele. O sorriso dele ainda estava lá, o que só me fez sorrir ainda mais. Ashtray nunca foi de mostrar tanto o que sentia, mas agora... ele parecia diferente. Eu ia dizer alguma coisa, mas ele foi mais rápido.

— Finalmente — ele murmurou, com um tom de quem estava esperando esse momento há muito tempo.

Eu franzi a testa, meio confusa.

— Finalmente o quê?

Ele deu de ombros, mas com aquele sorriso de lado, típico dele.

— Finalmente eu fiz o que queria fazer há séculos.

Eu não consegui segurar a risada.

— Ah é? E desde quando isso?

Ashtray olhou pra mim com uma calma que eu não costumava ver nele.

— Desde o dia que te conheci. Mas, né, quem é que se entrega assim de cara?

Eu senti meu coração acelerar. Era raro ele ser tão sincero, tão direto com os sentimentos dele.

— E agora você resolveu se entregar? — provoquei, tentando esconder o que estava sentindo.

— Agora já era, LiLi. — Ele me deu um sorriso mais contido, mas ainda genuíno. — Tô na sua mão.

O jeito como ele disse aquilo, como se fosse algo simples, fez tudo em mim se acalmar de uma vez. Eu sabia que isso era maior do que parecia. E por mais que eu também estivesse na mão dele, eu não ia falar isso ainda.

— Bom, nesse caso... é melhor você se acostumar, Ash. — Dei um sorriso provocativo e o puxei para mais um beijo.

Aquele momento não precisava de mais nada. Era como se o mundo inteiro tivesse sumido, e só restasse a gente.

Ashtray

Dirigindo de volta pra casa, eu não conseguia parar de sorrir. Aquela sensação de alívio, de finalmente ter feito algo que eu queria fazia muito tempo, me deixou mais leve do que nunca. Olhei no retrovisor e vi o reflexo do sorriso estampado no meu rosto. Pela primeira vez em muito tempo, eu me sentia... feliz.

Cheguei em casa e, assim que entrei, encontrei Fezco jogado no sofá, assistindo TV. Ele me olhou, e o sorriso dele foi malicioso assim que notou o meu estado.

— Já sei o que é isso — ele disse, se ajeitando no sofá. — Decidiu finalmente confiar em alguém? Ou melhor, na Lindsay?

Eu rolei os olhos, mas o sorriso não saiu do meu rosto.

— Tô na mão dela desde a primeira vez que eu vi essa garota. — Soltei as palavras sem pensar, com a sinceridade que vinha fácil perto de Fezco.

Ele riu de leve, balançando a cabeça.

— Vale a pena, moleque. Vocês ficam bem juntos.

Fezco sempre foi mais observador do que parecia. Ele não era do tipo que dava conselho, mas quando falava, era pra valer.

— Ela preparou uma parada só pra mim. Pula-pula, brinquedos infláveis, o caralho a quatro. Nunca imaginei que fosse rir tanto assim.

Fezco ergueu uma sobrancelha, impressionado.

— Ela fez isso? — Ele soltou uma risada baixa. — Você achou a mulher da sua vida, mano.

Eu dei de ombros, mas sabia que, no fundo, ele tinha razão.

— Talvez, né? — falei, num tom mais relaxado.

Fezco riu mais uma vez.

— Vai nessa, então. Ela parece ser a única pessoa que te faz sorrir de verdade.

— Eu vou dormir. — Cortei o assunto, não querendo pensar tanto nisso agora. Mas, enquanto eu subia pro meu quarto, a verdade me atingiu de novo. Lindsay realmente era a única que conseguia quebrar as barreiras que eu construí.

Deitei na cama, pensando em tudo que aconteceu. O sorriso dela, a forma como ela me olhou depois do beijo... Tudo parecia mais leve, mais simples. Ela me tinha na mão desde o começo, e eu só estava começando a entender isso agora.

Fechei os olhos e, pela primeira vez em muito tempo, dormi com a sensação de que as coisas finalmente estavam certas.

Lindsay Barret

Quando cheguei em casa, um sorriso bobo ainda estava no meu rosto. Tudo tinha dado tão certo que eu mal podia acreditar.

Matt estava na porta, como sempre, e assim que ele me viu, sorriu de volta.

— Deu certo? — ele perguntou, com um tom divertido.

Eu assenti, com um sorriso ainda maior.

— Deu muito certo. Acho que... acho que tô apaixonada.

Matt me olhou com aquele olhar de quem já tinha visto de tudo na vida.

— Se for pra valer, vai com calma. Mas se joga também, LiLi. O Ashtray pode ser difícil, mas ele parece diferente com você.

Eu suspirei, pensando no que ele disse. Eu sabia que Ashtray não era fácil, mas eu não me importava.

— Obrigada, Matt — respondi, antes de subir as escadas.

Passei pelo quarto de Bella, espiando-a dormindo. Entrei silenciosamente e dei um beijo na testa dela. A pequena se mexeu, mas não acordou. Saí do quarto com o coração cheio.

No meu quarto, joguei-me na cama, pensando nele. Naquele sorriso raro que ele deu, no jeito como ele parecia genuinamente feliz.

Aquele dia foi perfeito. Ele merecia aquilo.

E com esse pensamento, acabei adormecendo, o sorriso ainda preso no rosto.

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Os divos aí

Vcs acham que o cap tá curto?

Beijão 💋💋

Meu refúgio improvável- AshtrayOnde histórias criam vida. Descubra agora