Lindsay Barret
Eu já tava de saco cheio. Saímos da festa faz tempo, e o Ashtray ainda tava com aquela cara de "não me toque". Eu não entendia, de verdade. A noite inteira, ele tava distante, respondendo por monossílabos, e agora, depois de termos saído daquele lugar infernal, nada tinha mudado.
A rua estava vazia, as luzes dos postes iluminando as calçadas desertas. Tinha um vento frio que fazia meus braços arrepiarem, mas eu não ligava. Só queria entender o que diabos tava acontecendo com ele.
— Você vai continuar assim? — perguntei, minha paciência esgotando. — Porque, sério, se for pra ficar com essa cara o tempo todo, melhor eu ir pra casa.
Ele nem me olhou. Continuou andando, enfiado no capuz, mãos nos bolsos, como se eu não estivesse ali do lado. Eu parei de andar. Não ia continuar seguindo ele feito uma idiota se ele não me explicasse o que tava acontecendo.
— Ashtray! — chamei mais alto, sentindo a raiva crescendo no peito. Ele parou, mas não se virou. Ficou de costas pra mim, como se estivesse decidindo se ia falar ou não. — Você tá esquisito desde a festa. Fala logo o que tá pegando.
Ele soltou um suspiro, mas não falou nada. Eu queria pegar uma pedra e jogar na cabeça dele. Como alguém podia ser tão impossível?
— Quer saber? — disse, cruzando os braços. — Não vou perder mais meu tempo com você. Se quiser ficar aí de cara fechada, fica sozinho. Eu tô indo.
Virei de costas e comecei a andar na direção oposta. Eu não tinha que aturar aquilo. Não quando ele não tinha a decência de me falar o que tava rolando. Dei uns dez passos antes de ouvir ele me chamando, mas não parei.
Ashtray
Ela tava brava. Claro que tava. Eu sabia que tava agindo como um babaca, mas não conseguia me livrar daquela sensação sufocante de raiva. Desde a festa, desde aquele maldito cara. Eu sabia que era irracional, sabia que ela não fez nada de errado, mas, mesmo assim, a imagem não saía da minha cabeça.
— Lindsay, espera — chamei, a voz saindo mais baixa do que eu queria. Ela continuou andando, ignorando.
Respirei fundo, tentando pensar em alguma coisa pra dizer, mas nada parecia bom o suficiente. A verdade é que eu não sabia como falar essas merdas. Não sabia como explicar que eu tava com ciúmes, irritado, e que isso tava me corroendo por dentro.
— Ah, caralho — murmurei, chutando uma pedra no caminho. Eu não queria que ela fosse embora. Mas, ao mesmo tempo, eu não conseguia tirar essa máscara de gelo que tava usando a noite toda.
Ela parou de andar de repente, me fazendo quase esbarrar nela.
— Que foi? — perguntei, tentando soar indiferente, mas sabendo que minha voz denunciava a tensão.
Ela se virou devagar, os olhos brilhando de raiva.
— Que foi?! — ela repetiu, incrédula. — Que foi? Você tá me ignorando a noite inteira, sem motivo nenhum, e ainda tem a cara de pau de me perguntar "que foi"? Você só pode estar de brincadeira com a minha cara.
Eu fiquei calado. Ela tava certa, e eu sabia disso. Mas, porra, era mais fácil ser calado do que admitir que tava sentindo alguma coisa.
Lindsay Barret
Eu sabia que ele era complicado, mas ele tava me tirando do sério. Parecia que, quanto mais eu tentava entender o que tava acontecendo, mais ele se fechava. Ele nunca foi de falar muito, mas hoje tava insuportável.
— Quer saber? Eu não vou mais perder meu tempo tentando entender o que você não quer me dizer — continuei, meu coração acelerado pela raiva. — Se você não quer falar, problema seu. Eu tô indo pra casa. Fica aí com seus pensamentos, sozinho.
Eu me virei de novo e comecei a andar, dessa vez mais rápido, determinada a deixar ele pra trás. Ele não disse nada, e isso só me deixou mais irritada.
As ruas estavam silenciosas, e a cada passo que eu dava, sentia minha cabeça fervendo. Como alguém podia ser tão teimoso? Ele sabia que eu me importava, que eu tava tentando entender, mas ele não facilitava. Pelo contrário, parecia que ele fazia questão de dificultar as coisas. A vontade de gritar era grande, mas eu sabia que não adiantaria nada.
Cheguei na esquina e parei. Olhei pra trás, meio esperando que ele tivesse vindo atrás de mim, mas não vi nada. Só o vento e o silêncio. Respirei fundo, tentando controlar a frustração.
Ashtray
Eu fiquei olhando enquanto ela se afastava, sentindo aquela mistura de raiva e arrependimento crescendo. Eu devia ir atrás dela. Eu sabia disso. Mas minhas pernas não se mexiam.
Eu odiava isso. Odiava o jeito que eu ficava paralisado nessas situações, sem saber o que dizer ou fazer. Sabia que tava errado, sabia que devia ter falado alguma coisa antes de deixar chegar nesse ponto. Mas agora já era tarde, né?
Ou não.
Comecei a andar na direção dela, meio sem saber o que ia dizer. Cada passo era pesado, como se eu estivesse indo contra minha própria natureza. Mas eu não queria perder ela. Não por causa de um cara idiota na festa.
Cheguei na esquina onde ela tinha parado, mas, antes que eu pudesse abrir a boca, ela começou a andar de novo, mais rápido dessa vez.
— Lindsay, espera! — chamei, tentando alcançar. Ela não parou.
Lindsay Barret
Agora ele vinha atrás? Sério? Só porque eu tava indo embora de verdade?
— Que que você quer? — perguntei sem olhar pra ele, minha voz carregada de frustração.
— Só... — ele hesitou, e eu podia sentir que ele tava lutando pra encontrar as palavras. — Só espera, vai.
Eu parei, respirando fundo. Não queria brigar, mas também não queria continuar naquela situação.
— Fala logo, Ashtray. Porque se você não vai falar nada de útil, eu tô indo embora de vez.
Ele me encarou, seus olhos escuros refletindo a luz fraca do poste. Eu sabia que ele tinha algo a dizer, mas ele simplesmente não conseguia. Talvez fosse o jeito dele. Mas, naquele momento, eu não tava com paciência pra tentar entender.
— Esquece — disse, jogando as mãos no ar. — Eu tô indo pra casa.
E, dessa vez, eu fui de verdade.
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Não matem o Ashtray gente😭 (não de novo)
Beijão💋
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Meu refúgio improvável- Ashtray
RomanceLindsay e Ashtray, unidos pela inocência de uma criança, encontram esperança um no outro em meio à escuridão. 14/09/2024🏅 3º #ashtray 22/09/2024🏅 2º #ashtray