Capítulo 25: Não é sua cadela

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Caindo.

Caindo, caindo, ela estava caindo.

"Você consegue ouvir?", perguntou a voz do marido.

Mas ela não conseguia vê-lo e estava caindo.

" Pare!" ela gritou, com as mãos estendidas para os lados, com as palmas voltadas para fora.

Ela desceu suavemente e seus pés tocaram uma camada de gelo.

Todo o som parou, não que ela tivesse ouvido um som antes, mas ela ouviu sua ausência agora.

E a escuridão azulada rachou no centro e revelou a luz do amanhecer. Um vasto céu ártico se abriu acima dela, e o gelo sob seus pés era infinito, um oceano de gelo, de-

"Você é a Morrigan?" uma voz de um sonho esquecido a chamou.

Narcisa girou e ficou cara a cara com seu reflexo, vestida com a mesma roupa fina, mas ela tremia como se o frio a afetasse.

Narcisa não conseguia sentir, ou talvez conseguisse, ela se sentia entorpecida.

"Você é a Morrigan?"

Narcisa não respondeu.

"Ou você é Merlin?"

Narcisa sorriu para seu falso reflexo: "Eu sou Narcisa."

Seu reflexo zombou dela: "Narciso se apaixonou pelo próprio reflexo, você acha?"

A água correu sobre o gelo e Narcissa escorregou, segurando-se nas mãos em uma espécie de flexão. Ela observou seu verdadeiro reflexo, ela encontrou seu próprio olhar enquanto o gelo rachava sob suas mãos.

"O que você procura?"

Narcisa não conseguiria responder, mesmo que quisesse, porque a água a estava puxando para baixo, e quando uma onda atingiu sua cabeça, ela foi levada para baixo do gelo.

E o frio.

De repente ela sentiu aquele frio.

Ela abriu a boca para gritar e gelo líquido encheu seus pulmões.

A dor era fogo sob suas costelas. Ela gritou, passando pela sensação e a voz de Harry veio novamente, "Escute."

Ela gritou quando a escuridão azul a engoliu, e seus pulmões...

"Narcisa!"

Ela se sentou gritando.

As mãos de Harry esfregaram para cima e para baixo os braços dela, suas costas. Ele colocou uma mão na lateral do pescoço dela, "Respire, Narcissa, respire. Respire por mim, linda."

Ela engoliu em seco e olhou ao redor freneticamente.

Teddy agarrou a mão dela: "Mamãe Cissa?"

Ela puxou o menino para seus braços, abraçando-o forte, enquanto a mão livre de Harry alternava entre acalmá-la e a seu filho.

"Narcisa", disse Harry com firmeza, "Olhe para mim, amor, olhe para mim."

Ela olhou para cima, sentindo falta de ar.

Ela supôs que se fosse um tipo diferente de mulher, estaria chorando: "Foi só um pesadelo".

"Foi?", ele perguntou, "Você parou de respirar."

E ela sabia que o tinha assustado, porque ele nunca teria dito aquilo na frente de Teddy de outra forma.

Isso a fez sorrir.

"O quê?" ele perguntou.

"Eu te amo."

Ele se inclinou sobre Teddy e a beijou, quando se afastou, ordenou: "É melhor você continuar respirando."

Rindo até Londres(tradução)Onde histórias criam vida. Descubra agora