C: 23 - NÃO HÁ PAZ PARA AQUELES QUE PARTEM ANTES DA HORA

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3070 palavras

ELLIANOR ESTAVA AJOELHADA ao lado da cama, com a toalha agora tingida de vermelho firmemente entre as mãos trêmulas

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ELLIANOR ESTAVA AJOELHADA ao lado da cama, com a toalha agora tingida de vermelho firmemente entre as mãos trêmulas. Seus olhos estavam inchados e cansados pelas lágrimas que não cessavam. Cada respiração curta de Cedrick parecia um golpe direto em seu coração, como se a vida estivesse escapando de seus dedos, junto com o sangue que empapava o tecido.

Aagi, a koiziana de mãos ágeis, estava concentrada em tentar estancar o ferimento. As mangas de sua túnica estavam arregaçadas, revelando os braços manchados de sangue enquanto torcia mais uma toalha na bacia de alumínio já saturada. A cada torção, o som da água ensanguentada parecia um aviso do tempo que estava se esgotando.

— Ele está muito fraco... — Ellianor sussurrou, sua voz embargada. — Sua respiração... quase não se ouve.

Ela mordeu o lábio com força, tentando afastar o medo crescente que ameaçava engoli-la inteira. Seu olhar se voltou para Aagi, buscando desesperadamente qualquer sinal de esperança.

— Traga mais toalhas limpas! — ordenou Aagi, sem tirar os olhos da ferida aberta. As palavras foram ditas com urgência, mas sua voz se manteve calma. Uma das servas correu em direção à saída, deixando um rastro de ansiedade no ar.

Ellianor não se moveu. Seus olhos estavam fixos em Cedrick, o homem que havia lutado com tudo para proteger o reino, agora inerte, lutando pela própria vida. Ela estendeu a mão e tocou sua bochecha. Estava fria. A rainha sentiu um tremor percorrer seu corpo.

— Ele está suando frio... — murmurou, a voz tão baixa que mal foi ouvida. — Há alguma chance de salvá-lo, Aagi? Diga que sim...

A koiziana não respondeu de imediato. Estava imersa no trabalho, pressionando o ferimento para tentar conter a hemorragia, os cabelos escuros caindo sobre seu rosto. Finalmente, ela afastou uma mecha teimosa e olhou para Ellianor com um misto de cansaço e sinceridade.

— Em Uning, muitas vezes cuidei de homens à beira da morte... — começou Aagi, sua voz carregada de memórias. — Trabalhei em uma casa de acolhimento. O lorde para quem servi era um homem bondoso. Ele ensinou-me a curar com paciência, mas também a aceitar que... às vezes, a vida não nos dá controle sobre o destino.

Ellianor sentiu um nó na garganta.

— Já cuidou de ferimentos assim antes? — Ela apertou os dedos contra o peito, tentando conter o desespero. — Pode salvá-lo?

Aagi suspirou, seu olhar firme, mas cheio de incerteza.

— Não tenho certeza, Vossa Majestade. Preciso limpar o suficiente para ver se a lâmina atingiu algum órgão vital... mas há muito sangue, e isso me impede de avaliar o dano corretamente.

A rainha fechou os olhos por um momento, sentindo o peso do mundo sobre os ombros. Quando voltou a abrir os olhos, observou o suor que se acumulava na testa de Cedrick. Ele estava pálido, cada respiração era como um suspiro fraco, quase imperceptível.

𝐈𝐍𝐐𝐔𝐄𝐁𝐑Á𝐕𝐄𝐈𝐒: 𝑺𝒂𝒏𝒈𝒖𝒆 𝒆 𝑷𝒓𝒂𝒕𝒂Onde histórias criam vida. Descubra agora