C: 20 - UM JULGAMENTO POR COMBATE.

25 3 0
                                    

2533 palavras.

— TENHO RAZÕES PARA CRER que Dorian matou Wolder — declarou Cedrick, apoiando um pé no primeiro degrau da escada e descansando o braço na balaustrada

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

— TENHO RAZÕES PARA CRER que Dorian matou Wolder — declarou Cedrick, apoiando um pé no primeiro degrau da escada e descansando o braço na balaustrada.

— Se não houvesse um plano, você teria sido convidado para a caçada — replicou Ellianor, erguendo-se do trono e descendo os poucos degraus que a separavam de Cedrick. — Precisamos saber o que realmente aconteceu. Não podemos julgar um homem sem antes ouvi-lo.

— Ainda acredita que Dorian possa ser inocente? — Cedrick questionou, contendo o riso incrédulo.

— Todos merecem uma chance de se explicar — disse ela, meneando a cabeça.

Três dias haviam se passado desde que Ellianor rompera com Dorian, avisando-o de que ele poderia ser julgado por seu suposto crime. Desde então, uma carta havia chegado do Norte, selada com uma rosa vermelha em cera — o emblema da Casa Arthman, em Carpia. A missiva fora assinada por Amadeu de Arthman, o autoproclamado rei do Norte, que lamentava a perda trágica do primo, brutalmente assassinado por bandidos logo após o término da caçada. A carta deixava claro que Dorian já não estava presente no fatídico evento.

— A carta que recebi dizia que...

— Majestade, cartas não trazem a verdade, apenas o que o autor deseja que acreditemos — interrompeu Cedrick. — Amadeu pode muito bem estar omitindo algo. Sabemos que ele pode estar escolhendo um lado para apoiar.

— Amadeu viveu anos em Celestia; não há razões para ele se rebelar — retrucou Ellianor, levando o polegar aos lábios, mordendo distraidamente a cutícula.

— Mas ele pode escolher a quem apoiar na sucessão — ponderou o comandante.

Ellianor permaneceu em silêncio por um momento, seus olhos fixos em um ponto distante da sala do trono. A sensação de estar encurralada era quase sufocante. Dorian, o homem que ela acreditava apoiar sua reivindicação, agora carregava sobre si a sombra de um assassinato — o assassinato de um rei. — Manter um assassino em seu castelo era uma afronta às leis e aos homens, um veneno que corroía sua autoridade e sua honra. Mas dar as costas a Dorian, naquele momento, parecia igualmente perigoso. Ele possuía sua fortuna conquistada através de navios e comércio marítimo, uma fortuna que, na ausência do ouro roubado de Celestia, poderia ajudar muitas vidas e principalmente na reconstrução da Rua da Prata

Cedrick observava a rainha com olhos penetrantes, quase predadores, esperando que ela tomasse uma decisão. Ellianor sentiu-se como uma peça no tabuleiro de um jogo, movida por forças além de seu controle. Cada movimento seu poderia significar vida ou morte para ela, para seu reinado, para o próprio futuro de Celestia. Dorian era amado pelo povo Celestiano.

A coroa é uma maldição, pensou, com amargura. Não podia confiar completamente em Dorian, mas também não podia se dar ao luxo de torná-lo seu inimigo. Um erro, e tudo o que lutara  para construir desmoronaria como um castelo de cartas.

𝐈𝐍𝐐𝐔𝐄𝐁𝐑Á𝐕𝐄𝐈𝐒: 𝑺𝒂𝒏𝒈𝒖𝒆 𝒆 𝑷𝒓𝒂𝒕𝒂Onde histórias criam vida. Descubra agora