C: 22 - O REI SALVADOR

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QUANDO O SOL atingiu o ponto mais alto no céu, Ellianor se recostou na grande cadeira posicionada diante da arena, em um lugar estratégico na construção de Malthus que permitia uma visão ampla do local

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QUANDO O SOL atingiu o ponto mais alto no céu, Ellianor se recostou na grande cadeira posicionada diante da arena, em um lugar estratégico na construção de Malthus que permitia uma visão ampla do local. Ao seu lado, Guida usava um vestido de seda branca que contrastava com sua pele escura e deixava um dos ombros à mostra. Ela segurava uma taça de vinho e parecia saborear cada gole com prazer, enquanto observava o destronado Dorian Magnus com um olhar triunfante. Do outro lado de Ellianor, sentava-se Petter, seus cabelos dourados bagunçados pelo vento, vestido com as vestes escuras de um sacerdote, decoradas com símbolos celestiais bordados.

Ellianor olhou ao redor, vendo as arquibancadas se enchendo de pessoas que estavam ali para assistir ao julgamento. Respirou fundo, tentando manter a mente tranquila. Nos últimos três dias, refletira sobre as chances de Cedrick vencer o rei consorte, ainda que soubesse das habilidades de ambos. Detestava tudo aquilo — o povo ansioso para testemunhar uma morte, os tambores que soavam cada vez mais alto, marcando a proximidade do momento inevitável. Embora aparentasse calma, vestida com um longo vestido anil e uma coroa na cabeça, por dentro, ela se sentia como uma menina assustada.

Os burburinhos aumentaram, tanto quanto pessoas da nobreza quanto plebeus comentavam sobre o julgamento, Elli podia ouvir as vozes atrás dela, podia visualizar os sorrisos nos rostos daqueles que ansiavam por aquele momento enquanto ela sentia um peso dentre de si. Preciso manter a calma, não posso ser imparcial, pensou enquanto olhava para a arena.

Dorian Magnus estava diante do povo, trajando uma armadura prateada que protegia seu peito, enquanto usava mangas e calças de couro negro, sua espada estava presa em seu cinto e ao lado dele, havia dois guardas. Elli ouviu o som dos tambores aumentarem e a multidão se alvoroçou, as portas da arena se abriram e os olhos dela se fixaram em Cedrick, adentrando o local com confiança, trajando sua armadura prateada que refletia a luz do sol e o deixava quase como uma imagem divina. Trazia sua espada, girando o cabo na mão esquerda e andava em direção a seu oponente que o encarava com uma feição nada amigável. Quando finalmente o comandante parou próximo ao acusado, virou-se e curvou-se diante da rainha.

— Precisa anunciá-los. —disse o jovem loiro. — Todos esperam pelas palavras do rei.

— Ou de uma rainha. — Completou Guida.

Elli engoliu seco e levantou-se, virou-se para trás, para visualizar a multidão atrás dela, quase toda Celestia estava ali e ela sentiu um tremor, entreabriu os lábios mas sua voz não subiu pela laringe.

— E...estão aqui para testemunhar um julgamento por combate. — anunciou com voz alta, porém trêmula. — O acusado de regicídio, Dorian Magnus, concordou em vir à arena e derramar seu sangue para provar sua inocência. — Ou derramar o sangue de um inocente, pensou. — Que Deus os abençoe e que vença o melhor.

𝐈𝐍𝐐𝐔𝐄𝐁𝐑Á𝐕𝐄𝐈𝐒: 𝑺𝒂𝒏𝒈𝒖𝒆 𝒆 𝑷𝒓𝒂𝒕𝒂Onde histórias criam vida. Descubra agora