C: 6 - A DANÇA DO AÇO E DA PRATA.

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2786 palavras.
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SOB O DOSSEL VERDE DAS FOLHAS imponentes, cavalgaram pela trilha tecida pela natureza, o tropel dos cascos misturando-se ao suave sussurro das folhas

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SOB O DOSSEL VERDE DAS FOLHAS imponentes, cavalgaram pela trilha tecida pela natureza, o tropel dos cascos misturando-se ao suave sussurro das folhas. O sol dourado filtrava entre os ramos, pintando manchas de calor na floresta que os envolvia.

Ellianor observava Brant, cavalgando imponente em um corcel vermelho como chamas, o selvagem seguia o caminho em silêncio, esmagando a grama sob os cascos poderosos dos cavalos. Os olhos dela se fixavam nele, suas costas robustas e sua juba de cabelos castanhos claros descendo em uma trança desgastada, vestes modestas revelando uma aura de rusticidade. Não possuía beleza alguma; seu rosto era um testemunho de experiências árduas, cicatrizes entrelaçadas como histórias que marcavam sua testa e bochechas. Uma barba densa cobria grande parte de seu semblante, conferindo-lhe a aspereza de sua selvageria. Era uma visão inegavelmente áspera, mas, curiosamente, não emanava ameaça.

— Você permanece tão silencioso... — ela comentou, instigando, enquanto tocava o cavalo com leves batidas de calcanhar para acompanhá-lo. — Se isso não é de seu agrado, poderia ter me deixado vir sozinha. Entretanto, é reconfortante saber que minha solidão será partilhada, especialmente diante de possíveis confrontos com os guardas. Poderia me contar sobre suas habilidades? Com quantos anos aprendeu a lutar? Prefere espadas ou domina apenas o machado? E por que...

— Maldição! Você não consegue manter a boca fechada por um instante sequer? — interrompeu, sua voz estrondosa ecoando como um trovão distante.

— Perdão. — murmurou, sentindo o calor atingir suas bochechas e tingi-las de vermelho. — Acredito que deveria compartilhar mais sobre si. Já sabe muito de minha própria vida, e eu gostaria muito de ouvir sua história. De onde veio, como se tornou líder do seu bando... coisas desse tipo.

— Essas coisas não importam. Não gosto de falar sobre mim, na verdade, não gosto muito de falar. — ele respondeu, olhos distantes, fixos no horizonte, enquanto cavalgavam e o vento varria seus rostos.

— Por que não? Eu gosto de conversar.

— Sério? Não tinha percebido. — sua resposta carregada de ironia. Será que ele é sempre assim, tão estúpido?

— Você foi a única pessoa que não demonstrou interesse em minha posição, não se aproveitou do meu status, nem me ameaçou. Sei que começamos com o pé esquerdo, e reconheço que a história de ser uma prostituta não foi a mais apropriada, especialmente após você demonstrar seu interesse... Deve pensar que sou uma mulher de moral frágil e fácil.

— Você estava fazendo o necessário para sobreviver, seus instintos falaram mais alto. — disse ele, a aspereza em sua voz suavizando. Talvez seu temperamento ranzinza, estivesse, de alguma forma, mais domesticado.

— Então, de quem são essas roupas que ainda estou usando? — Ellianor insistiu, suas verdadeiras vestes estavam irremediavelmente sujas e impossíveis de serem limpas, agradecia à mãe de Brant por ter lhe dado o que vestir. Mas mesmo assim, ela sentia que ele não estava sendo sincero e sabia que algo havia acontecido.

𝐈𝐍𝐐𝐔𝐄𝐁𝐑Á𝐕𝐄𝐈𝐒: 𝑺𝒂𝒏𝒈𝒖𝒆 𝒆 𝑷𝒓𝒂𝒕𝒂Onde histórias criam vida. Descubra agora