C: 3 - O RUGIDO DO FOGO.

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3567 palavras.

MERGULHOU SEU OLHAR no medalhão, admirando a pintura de Dorian Magnus, o seu novo pretendente

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MERGULHOU SEU OLHAR no medalhão, admirando a pintura de Dorian Magnus, o seu novo pretendente. As correntes de prata realçavam a imagem dele com seus olhos profundos e suas vestes requintadas. Um suspiro escapou de seus lábios enquanto recostava-se na cadeira da ala externa do castelo.

Em um ambiente de elegância, com pilares de mármore branco e teto arredondado, ela desfrutava de um pedaço de bolo de limão, acompanhada por Magda, sua ama. Vestida em azul, Ellianor agradecia internamente por não precisar do aperto de um espartilho, permitindo-a respirar livremente.

A conversa fluía entre as duas, contrastando não apenas suas vestimentas, mas seus pensamentos. Enquanto Magda só faltava cantarolar e pular sobre a mesa, Ellianor gostaria de se jogar em um poço.

— Se ele for tão encantador quanto na pintura, terei a honra de prepará-la para o casamento — disse Magda, seu sorriso revelando um toque peculiar com um dente da frente ligeiramente maior, pressionando suavemente o lábio inferior. A diferença de classe entre a princesa, adornada com sedas e veludos importados de Cárpia, e Magda, com suas vestes modestas, destacava-se de maneira sutil.

Ellianor apertou o medalhão entre seus dedos, relutante em se desfazer da pedra de safira que era a única lembrança que ela tinha da sua falecida mãe. Imaginava o quão doloroso seria substituir a pedra azul em seu pescoço pelo medalhão com a pintura que fora lhe enviado nesta manhã.

— Me casarei com meu próprio primo. — murmurou mas no mesmo instante em que fechou os lábios, arregalou os olhos castanhos e lançou um olhar assustado à ama. Parecia que ela tinha pensado alto demais. Magda está mais feliz do que eu com esse casamento de merda.

— Sei que está assustada com tudo isso, querida. Mas saiba que será um grande passo, será uma conquista para Vossa Graça. — Magda tocou sobre sua mão, apertando os dedos que seguravam o medalhão. — Se casará e será a rainha de Celestia, seu marido governará e Vossa Graça terá seus filhos para educar, e quando a guerra finalmente cessar, dará bailes na corte real.

A guerra assombrava Ellianor com pesadelos, um medo constante. Sonhava com o dia em que não mais teria receios e suspiraria ao ouvir a notícia de que Celestia e Altafria estavam finalmente em paz. Recolheu a mão que estava sendo tocada por Magda.

— Perdão, ama. — disse, soltando o medalhão sobre a mesa. — Não quero ser apenas mãe, não desejo cuidar dos meus filhos enquanto um desconhecido ocupa o trono de prata. Não quero me submeter apenas a ser uma esposa. Eu quero governar.

— Governar? — Magda alterou o tom de voz e arregalou os olhos. — Vossa Graça sabe que o povo se voltará no instante em que uma mulher ascender ao trono.

Ellianor conhecia bem as histórias. Rea Magnus, a irmã mais velha de seu avô, teve um reinado curto, marcado por negligência e tirania. Detestava o povo, concentrava lucros e recursos, causando atrasos nas exportações de prata em Celestia. Foi um reinado marcado pela revolta do povo e pela decapitação, Ellianor ouvira dizer que Rea gostava de ver sangue e cada vez que alguém lhe desafiava, gritava “cortem a cabeça", e com isso, ficou conhecida como a Rainha Ceifadora, ceifadora de lucros, de prata, de cabeças...Haviam canções que retratavam sua crueldade e o medo do povo ao ter mais uma rainha. Como se eu fosse fazer o mesmo.

𝐈𝐍𝐐𝐔𝐄𝐁𝐑Á𝐕𝐄𝐈𝐒: 𝑺𝒂𝒏𝒈𝒖𝒆 𝒆 𝑷𝒓𝒂𝒕𝒂Onde histórias criam vida. Descubra agora