C: 24 - EU NÃO ME CURVO, NÃO ME QUEBRO, NÃO RASTEJO.

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2680 palavras.

— A MERDA DO FEITIÇO de proteção não funcionou

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— A MERDA DO FEITIÇO de proteção não funcionou. — Dorian rosnou, sentando-se na cama com uma faixa de linho cobrindo o ferimento que lhe atravessava o peito.

— Funcionou, sim. — retrucou Brianna, sem se alterar. — Se não tivesse, você estaria morto. O golpe de Cedrick foi claro em suas intenções.

— Aquele velho desgraçado! — Dorian resmungou novamente, os olhos faiscando de raiva.

Brianna, sentada à beira da cama, misturava ervas maceradas em uma tigela de barro, o odor pungente já impregnando o ar pesado do quarto. Ela mexia a mistura com paciência, os olhos fixos no trabalho, enquanto preparava o bálsamo para aplicar no ferimento do rei consorte.

— Agora posso finalmente retomar meu lugar nas reuniões do conselho e seguir com meu plano. — Dorian falou com amargura, mas havia uma nova determinação em sua voz. — O julgamento por combate foi vencido, e ninguém pode contestar meu título ou me exilar. — assim espero, pensou.

— Eu te disse que conseguiria o que queria. — Brianna suspirou, sem erguer o olhar da tigela. — Mas também avisei que haveria consequências. — ela agora o encarava, os olhos lilases cintilando à luz amarela da lareira. — Está indo longe demais em sua sede de poder, Dorian. O preço pode ser mais alto do que imagina.

— Tolice. — ele retrucou, a voz afiada. — Estou lutando por algo que você e meu pai foram fracos demais para conseguir. Aposto que o desencorajou de seu destino, assim como tenta fazer comigo agora. E o que sobrou dele? Um velho tolo, preso na maldita torre à beira daquela maldita praia.

— Teu pai se arrependeu de tudo. — Brianna levantou os olhos com frieza. — Sim, faltou-lhe coragem para matar o próprio irmão, mas ele tentou se redimir. Tarde demais, talvez, mas ele tentou.

— Covardes, os dois. — Dorian cuspiu com desprezo. — Eu jurei que tomaria de volta o que era nosso por direito e não permitiria que minha linhagem fosse humilhada. — Ele bufou. — E veja só, sou forçado a suportar uma mulher no trono.

— Ela acredita que tem o direito. — Brianna murmurou.

— Só acredita. — Dorian sorriu, com um brilho cruel nos olhos. — Aquela vadia imunda irá queimar. Celestia abomina a magia, como muitos em Carpe. Só preciso que o rumor se espalhe.

— Ellianor não é uma bruxa. — Brianna afirmou com calma. — Não há necessidade de levantar falsos testemunhos. Se você fosse um bom marido, talvez pudesse governar ao lado dela...

— O quê? — Dorian a interrompeu com fúria. — Está sugerindo que eu me conforme com isso? Jamais! — Ele esbravejou. — Eu quero poder! Não é justo que uma mulher assuma o trono. Eu não me curvo, não me quebro, não rastejo.

𝐈𝐍𝐐𝐔𝐄𝐁𝐑Á𝐕𝐄𝐈𝐒: 𝑺𝒂𝒏𝒈𝒖𝒆 𝒆 𝑷𝒓𝒂𝒕𝒂Onde histórias criam vida. Descubra agora