C: 8 - FUMAÇA E MORTE.

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3290 palavras.

SEUS PASSOS VAGAROSOS e cambaleantes seguiam por entre os destroços do que um dia fora a Rua da Prata

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SEUS PASSOS VAGAROSOS e cambaleantes seguiam por entre os destroços do que um dia fora a Rua da Prata. Antes uma estrada de pedra em linha reta até o castelo e rodeada por casas e comerciantes, agora restavam apenas cinzas e fumaça. O fogo ainda queimava em pequenas brasas, espalhando a fuligem pelo ar.

Ellianor subiu até um ponto mais elevado, onde podia observar a desolação que consumira a Rua da Prata, uma vez movimentada e agora reduzida a destroços carbonizados. Seus olhos varreram a paisagem, capturando a dança incontrolável da fumaça que engolia o que antes era um centro movimentado.

— Desça daí, vai cair. — Brant repreendeu ao se aproximar, puxava os cavalos atrás de si.

— Tem que haver sobreviventes. — ela disse, segurando-se em uma haste que antes deveria ter sido uma casa.

— Veja, lá na frente permanece intocado pelo fogo. — ele maneou a cabeça em direção. Mas o fogo consumiu esta parte.

Quando ela finalmente desceu do degrau onde estava subida, Brant à conduziu até mais adiante onde Elli teve seus olhos capturados por algo inusitado.

— O que é aquilo Brant? — ela perguntou arregalando os olhos castanhos.

— É melhor não ir até lá. Você sabe o que é. — ele lançou um olhar para ela, franzindo a testa e se comovendo ao vê-la tentando manter a calma.

No entanto, Elli não deu ouvidos, levantou a saia do vestido e correu em direção ao que ela enxergava caído no meio da estrada de pedra, fora do alcance dos destroços. Assim que Elli se aproximou, entendeu o que era.

Aproximou-se e ajoelhou-se ao lado do que ela pensava ser uma criança. O corpo estava curvado, como se tivesse se debatido até o último instante, ossos queimados. Pobre alma. Elli estendeu a mão e tocou sobre a pele carbonizada sentindo a frieza da morte.

— Eu deveria ter permanecido aqui. — ela fechou os olhos e baixou a cabeça, não queria que suas lágrimas rolassem pelo rosto, muito menos que Brant a visse chorando.

— Você fez o que era necessário para sobreviver. — ele disse, sua voz soando grave e calma. Ele tocou no ombro dela e acariciou. — Seu povo entenderá que sua fuga não foi covardia.

— O que sobrou do meu povo, você quis dizer. — seu olhar era vazio.

— O que você queria? Morrer segurando uma espada? Já chega de ser tola e ingênua. Seu inimigo agora é outro.

Meu inimigo é Wolder Flinn.

A guerra ainda não foi vencida por completo, Wolder deve estar vivo.

— Eu não estou falando de um rei de merda. — ele soou ríspido. — Seu inimigo é seu próprio medo, agora é hora de levantar e encarar qualquer um que se oponha em seu caminho.

𝐈𝐍𝐐𝐔𝐄𝐁𝐑Á𝐕𝐄𝐈𝐒: 𝑺𝒂𝒏𝒈𝒖𝒆 𝒆 𝑷𝒓𝒂𝒕𝒂Onde histórias criam vida. Descubra agora