C: 1 - A GUERRA E A PRINCESA.

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3372 palavras.

A MORTE, inevitável para todos, bate à porta mais cedo do que Ellianor imaginava

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A MORTE, inevitável para todos, bate à porta mais cedo do que Ellianor imaginava. Encarando a mesa repleta, ela forçava os grãos de uva a descerem pela garganta. Cada garfada, cada gole, parecia um desafio impossível. O aroma e sabor da comida eram quase irrelevantes diante da iminência de ser sua última refeição.

A guerra não era mais um mero rumor distante; tornou-se um medo palpável. Em breve, os estandartes do Norte estariam pelas ruas da Prata, matando pessoas e destruindo o reino. Cavaleiro contra cavaleiro e rei contra rei. E de alguma forma, ela era culpada. Ou pelo menos pensava ser.

Seu pai, é o grande rei Kristof Magnus, um homem cuja vaidade corroeu cada vestígio de sua bondade e generosidade. Lembrava-se de um tempo em que sua essência era marcada pela benevolência, mas agora, tudo o que restava era a ânsia insaciável por conquistas.

Com a ganância transformando-o cada vez mais, seu pai recusou o casamento que estava destinado a selar a paz entre Celestia e Altafria. O pretendente, autoproclamado rei das Montanhas do Norte, era um homem asqueroso em sua feiúra, mas quando a guerra atingiu um número considerável de perdas para Celestia, seu pai lhe ofereceu como um acordo de paz. E agora, ao completar seus dezessete anos, o acordo que perdurou por tempo suficiente foi desfeito de maneira covarde, através de uma carta fugaz e traiçoeira.

Ambos os reinos lutavam para dominar as terras selvagens, Eldoria e Caliu. Perguntava-se o porquê de conquistar terras tão distantes de seu reino, sem compreender a ganância de seu pai. Mas ela sabia, de alguma forma, que todo esse desejo, por mais, causaria a ruína de Celestia.

Entretanto, esse conflito cessou quando a união surgiu como uma ponte para a paz. Agora, essa aliança se transforma em um sopro ao vento.

Um gole de vinho aquece sua garganta, deixando um rastro de calor, levando consigo os grãos de uva. Afastando-se da mesa, já farta de tanto saborear a solidão que vem quando todos se retiram. Ela seguiu, as tochas nas paredes iluminavam seu caminho na penumbra, enquanto ela encaminhava-se para o corredor, seguindo em direção às escadas.

Subiu os degraus apressadamente, segurando a saia do vestido, sentindo a urgência pulsar em cada passo. A reunião do conselho acontece neste momento, e embora ela não fizesse parte, ninguém nunca lhe proibiu de bisbilhotar atrás das portas.

A luz suave das tochas cria sombras dançantes, revelando a atmosfera solene da sala do conselho. Entreabriu a porta, mergulhando silenciosamente na visão. Velas tremeluzem, e murmúrios se misturam às decisões tomadas. Sentiu-se, momentaneamente, como uma intrusa, mas a atração pela intriga superava qualquer reserva.

A fresta da porta permite apenas vislumbres da sala do conselho, onde o rei, o comandante da guarda real e os membros do conselho real debatem estratégias para a iminente guerra. A voz grave do rei, seu pai, ressoa, ecoando decisões que moldarão o destino do reino.

𝐈𝐍𝐐𝐔𝐄𝐁𝐑Á𝐕𝐄𝐈𝐒: 𝑺𝒂𝒏𝒈𝒖𝒆 𝒆 𝑷𝒓𝒂𝒕𝒂Onde histórias criam vida. Descubra agora