Prólogo

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- Eu estou esperando um filho seu. - disse a hóspede ao rei Kristof. Era uma noite gelada, o inverno rigoroso havia coberto Celestia com seu manto branco de neve. - Não vai dizer nada?

O rei, no mais profundo silêncio, se absteve de qualquer palavra, pois há um tempo, ele percebera uma movimentação no aposento da dama, uma mulher que resolvera acolher e abrigar durante uma noite de tempestade. Seu irmão, Enio, passara uma temporada no castelo e durante esse tempo, podia jurar tê-lo visto deixar o quarto da mulher.

O rei era casado com Helena, uma bela mulher, mas que infelizmente não conseguia gerar filhos. E a recém chegada, possui uma beleza que ele nunca antes tivera visto. Ela era bonita e jovem, possuía cabelos negros longos e olhos de uma coloração púrpura. Inicialmente, o rei não tinha intenção alguma de cortejar a donzela, mas as coisas foram acontecendo de uma naturalidade e quando ele percebeu, estava encantado.

Ela acariciava a barriga e encarava o rei, sentado sobre o trono de prata. Os olhos de Kristof se perderam ao longe por alguns instantes.

- Pensa que não sei? Estou ciente das visitas de Enio em seu quarto e pelas minhas contas, se eu estiver certo, é impossível carregar um filho meu. - ele disse com um desprezo inegável. - Arrume suas coisas e parta juntamente ao Lorde da Praia Negra, desapareça, antes que eu mude de ideia.

- Me prometeu ouro, prata, proteção e agora, me vejo sendo escorraçada feito um cachorro. Há muito, ouvi boatos de sua benevolência, mas creio que todos estavam enganados.

- Você abre as pernas para o meu próprio irmão e espera que eu seja benevolente? Por Deus, Brianna. Eu ainda estou sendo muito gentil em não mandar matá-la.

O silêncio entre os dois se prolongava, o rei permanecia em seu trono, fitando ao longe e a dama o observava, enquanto uma fúria crescia dentro de si. Estava sendo abandonada pelo homem que amava e ainda por cima, grávida.

- Meu rei, meu amado. Eu estou lhe poupando de uma dura verdade, por favor acredite em mim. As sementes de seu irmão foram plantadas em meu ventre contra minha vontade, jamais o trairia. O meu coração é teu, desde o primeiro dia, quando me acolheste naquela noite de tempestade.

- Você mente. - o rei levantou o rosto e olhou diretamente para os olhos púrpura da dama. O roxo em seu olhar pareceu ganhar vida e no mesmo instante, as tochas nas paredes tiveram suas chamas elevadas. O rei percebeu e olhou assustado a sua volta. - O que foi isso? Bruxa!

Quando o rei acusou, Brianna não negou, muito pelo contrário, ela mostrou do que era capaz, fazendo as chamas das paredes aumentarem de tamanho, criando um fogo que alcançava um metro de altura.

- Pela consideração que ainda tenho a você, peço que abandone o castelo imediatamente. Faça isso, antes que eu mande queimá-la viva em uma fogueira.

- Vai se arrepender. - ela disse. - Fui vítima de uma violência, teu irmão, o Lorde, foi capaz de fazer algo terrível comigo, e tudo que eu recebo do homem que eu amo, são ameaças.

- O primeiro instinto de uma mulher fácil, é sempre acusar. - o rei tinha o rosto banhado em ira.

- Muito bem, me exile e anos mais tarde, terá que lidar com as consequências. - ela deu um passo à frente, erguendo o queixo e encarando rei. - Eu prevejo sua morte, o silenciamento de sua vida. O senhor gosta da vista do seu reino não é mesmo? Pois eu lhe digo, a sua cabeça permanecerá espetada na estaca mais alta, para fitar eternamente toda a vastidão.

- Do que está falando?

- Do seu futuro, meu rei. - ela riu. -Ainda não teve filhos com a sua esposa, mas não tardará muito. Alguns anos se passarão e você conseguirá ter uma filha. Não terá herdeiros homens, pois neste momento, está recusando o único filho homem que teria.

- Você está mentindo.

- Não, meu rei. Este é o seu futuro. O senhor já ouviu falar em como são os filhos das bruxas? Ao menos desconfia do que eu posso gerar? - suas palavras saíram de sua boca, como um trovão. - Meu filho será um homem poderoso, será forte e nada neste mundo será capaz de feri-lo. Mas ele terá uma fraqueza, sim, eu prevejo que a prata, abundante em seu reino, será a única coisa que fará meu filho sofrer, pois quando ele voltar a pisar em Celestia não mais encontrará o pai vivo.

- Sua maldita bruxa! Como eu não percebi isso antes?

- Eu não sou uma mulher que faz inimigos, não saio por aí amaldiçoando as pessoas e lançando feitiços. Eu apenas me vingo.

- Se vingue da pessoa certa, eu não sou o pai do teu filho.

- Não, não é, mas jurou me proteger e tudo que eu recebo de você é relutância em acreditar no que teu irmão fez comigo.

- Isso não é problema meu.

- Meu rei, o senhor terá uma filha, e por sua vez, a casa Magnus terminará com ela. Ela morrerá seca por dentro, não terá filhos e seu reinado será conturbado.

- Eu não acredito em nada do que sai da sua boca imunda.

- Faça como quiser meu rei, mas esse é o futuro do reino. Viverá até ver a tua filha completar 17 anos, guerras e mais guerras virão e meu filho, quem está negando neste momento, é quem se sentará sobre o trono de prata.

Com essas palavras, a bruxa lançou um último sorriso ao rei, maneou a cabeça em uma despedida e deu as costas. O rei não teve capacidade de dizer nada, não teve forças para articular palavras. A única coisa que ele conseguiu fazer foi sentar-se sobre o trono e segurar a coroa firmemente sob sua cabeça, atordoado com as palavras da bruxa e amedrontado com o futuro em que lhe tomariam sua coroa.

Dizem as más línguas, que Brianna deixou o castelo juntamente ao Lorde de Praia Negra. Dizem que eles cavalgaram até desaparecer por completo na neve.

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Ainda não foi corrigido.

𝐈𝐍𝐐𝐔𝐄𝐁𝐑Á𝐕𝐄𝐈𝐒: 𝑺𝒂𝒏𝒈𝒖𝒆 𝒆 𝑷𝒓𝒂𝒕𝒂Onde histórias criam vida. Descubra agora