C: 17 - VISÃO DE NÉVOA E SANGUE.

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3360 palavras.

ERA UMA NOITE escura e estrelada, e a Corte Prateada brilhava com a luz de centenas de tochas e candelabros

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ERA UMA NOITE escura e estrelada, e a Corte Prateada brilhava com a luz de centenas de tochas e candelabros. A música ressoava pelos corredores e pátios, uma melodia alegre que celebrava a recente vitória.

Dorian havia retornado tarde daquele dia, após quinze luas distante, onde viajara até Altafria para dialogar com o Rei do Norte. A paz havia sido selada, uma guerra territorial evitada, e ambos os reinos expandiriam seus domínios sem mais derramamento de sangue. Agora, ele era visto como um herói do povo. O Rei Salvador.

O ar estava impregnado com o aroma doce das frutas frescas e o cheiro forte de vinho derramado. as mesas adornadas com toalhas de linho fino, estavam repletas de iguarias: suculentas maças vermelhas, cachos de uvas escuras, pães, queijos envelhecidos e assados temperados. Cântaros de vinho tinto e hidromel eram passados de mão em mão, e as risadas ecoavam misturando-se ao som de flautas e alaúdes.

Dorian, vestido com uma túnica azul real bordada a ouro e prata, recebia os aplausos da corte. Seu sorriso era esplêndido, mas seus olhos revelavam o cansaço da longa jornada. Ele inclinava a cabeça em agradecimento, os fios negros de seu cabelo balançando suavemente. A multidão ao seu redor era uma tapeçaria de cores e texturas, lordes e damas em trajes finos, joias brilhando como estrelas presas em carne mortal.

Sentada à margem da celebração, Brianna observava tudo com olhos atentos. Ela estava à mesa ao lado da Rainha Ellianor, mas sua mente estava longe das festividades. Brianna, com suas vestes negras que contrastavam com seus olhos lilás, era uma figura de tranquilidade em meio ao caos festivo. Seus dedos brincavam distraidamente com a taça de vinho à sua frente, seus pensamentos eram um enigma.

Ellianor, a rainha, sentava-se com uma graça fria. Seus olhos, tão afiados quanto os diamantes que adornavam seu pescoço naquela noite, observavam a cena com uma mistura de orgulho e cautela. Seus cabelos negros, cuidadosamente trançados, pareciam mantos de ébano à luz das velas. Ela sorria, mas havia algo no fundo de seu olhar que sugeria outra coisa.

— Parece pensativa, Vossa raça. — Brianna comentou, trazendo a atenção da jovem rainha para si.

— Posso dizer o mesmo de você. — Ellianor  sorriu com uma certa modéstia. 

— É o cansaço de uma longa viagem. — Brianna disse, antes de bebericar sua taça, já sem saber quantas vezes havia repetido o gesto naquela noite.

— O que realmente aconteceu? Não acredito que Wolder tenha cedido tão facilmente a Dorian.— A jovem rainha ergueu o queixo, lançando um olhar de soslaio para a dama. — Se ele conseguiu evitar mais desta guerra com apenas uma conversa, devo parabenizá-lo por seu talento em barganhar. 

Brianna engoliu em seco e repousou a taça dourada sobre a mesa, seus olhos fixos no vazio por um momento. Ela sabia exatamente o que havia acontecido. Dorian havia confidenciado a ela — e mesmo que não o fizesse, Brianna descobriria em seus sonhos — e agora ela tinha conhecimento de que na manhã da caçada real, Dorian colocaria o ambicioso plano de destronar um rei em ação. Ele e Amadeu de Arthman haviam tramado um golpe para destruir o Rei de Altafria. Brianna sabia que era apenas questão de tempo até que a notícia se espalhasse como pólvora e chegasse a Celestia. 

𝐈𝐍𝐐𝐔𝐄𝐁𝐑Á𝐕𝐄𝐈𝐒: 𝑺𝒂𝒏𝒈𝒖𝒆 𝒆 𝑷𝒓𝒂𝒕𝒂Onde histórias criam vida. Descubra agora