C: 7 - AJUDA EM TROCA DE AJUDA.

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2919 palavras.

JÁ PASSAVA DO MEIO-DIA quando Brant despertou

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JÁ PASSAVA DO MEIO-DIA quando Brant despertou . Abriu os olhos e se deparou com um quarto escuro da torre, suas paredes de pedra emanavam um frio úmido, e o vento sibilava por brechas, arrepiando seu peito descoberto. As cicatrizes em seu peito eram como mapas de batalhas passadas, e seu braço, envolto em faixas de ervas, exalava uma fragrância terrosa. Cada inspiração era um mergulho na mistura de menta e lavanda, uma sinfonia curativa.

A luz filtrava-se suavemente, pintando o quarto com matizes dourados enquanto Brant se erguia, sentindo o chão de pedra sólido sob seus pés descalços. O eco do contato reverberava pelo aposento. Ao tocar no braço enfaixado, a sensação de ardência persistia. Um suspiro profundo escapou de seus lábios.

No instante em que virou-se, a porta rangeu, e uma mulher adentrou o quarto com uma presença marcante.

— Vejo que já está de pé. — disse ela, sua voz grave ressoando. — Há poucas horas, você estava adormecido como uma pedra.

A mulher, alta e de pele amorenada, exibia cabelos negros com alguns fios grisalhos espalhados pelo manto de ébano que descia sobre seus ombros. Seus olhos lilases emanavam uma vivacidade excêntrica. As jóias que adornavam sua figura reluziam, destacando lábios carnudos que contribuíam para sua beleza extraordinária. O corte ainda ardia, e ela notou, revelando uma preocupação sutil em seu olhar.

— Se achar que a lavanda está perdendo o efeito, posso preparar mais uma remessa. — ela fitou Brant por alguns minutos, estreitou os olhos sobre ele, como se estivesse buscando alguma familiaridade.

— Eu estou bem, só preciso sair daqui. — Preciso voltar para Vaarma. Brant deu um passo à frente, mas rapidamente foi acometido por uma vertigem que o fez paralisar. Fechou os olhos e sacudiu a cabeça, balançando o cabelo, tão qual um cão balança o pelo molhado.

— Como você se sente?

— Neste momento? Sufocado.

— Você não está acostumado com nada disso, eu suponho. — a mulher fitou Brant por mais alguns instantes e percebeu que sobre o peito descompassado, havia um pingente de uma pedra vermelha, que reluzia ao reflexo da escassa luz que banhava o quarto. — De onde você roubou isso?

Roubar? Brant lançou um olhar de esgueira para ela, mordeu o lábio inferior e cerrou os punhos.

— Com quem pensa que está falando? — ele retrucou.

— Com um selvagem sujo. Ladrão! — ela acusou, sua voz ecoando pelas paredes frias do quarto.

— Me chamou de quê? — Vamos repita, quero ter o prazer de joga-la pela janela.

— Você ouviu muito bem. — ela franziu o nariz.

— Eu não devo satisfação alguma à você, mas se realmente deseja saber, eu ganhei esse medalhão da minha mãe. — a voz de Brant preencheu o aposento, ele odiava falar sobre sua mãe, ou até mesmo pensar nela. Era alguém que Brant nem sequer lembrava das feições do rosto, ou o som de sua voz...Suas lembranças haviam caído no esquecimento.

𝐈𝐍𝐐𝐔𝐄𝐁𝐑Á𝐕𝐄𝐈𝐒: 𝑺𝒂𝒏𝒈𝒖𝒆 𝒆 𝑷𝒓𝒂𝒕𝒂Onde histórias criam vida. Descubra agora