Capítulo 31

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 Revelações e Interrupções.

O escritório de Charles estava envolto em um silêncio pesado quando Esmeralda entrou, sua expressão marcada por uma mistura de descontentamento e dúvida. As paredes, adornadas com madeira escura e prateleiras de livros, refletiam um ambiente de autoridade e introspecção, adequado para a conversa que estava prestes a acontecer.

Charles, sentado à sua mesa, ergueu o olhar ao ouvir a porta se abrir. Ele a cumprimentou com um gesto de cabeça, sem surpresa. A tensão era palpável, e ele sabia que o momento exigia honestidade.

— Esmeralda, que surpresa. — Charles começou, tentando manter a calma.

Esmeralda se aproximou, seu olhar fixo no dele, e falou com uma firmeza que não podia ser ignorada. — Charles, preciso entender por que você nunca me assumiu como fez com Angel. Você casou com ela, tem uma filha com ela, e a tornou a futura primeira dama. Por que eu não recebi a mesma consideração?

Charles respirou fundo, seu olhar se tornando mais sério. — Esmeralda, nossa história foi diferente. O que eu construí com Angel evoluiu de maneira que nossa relação não conseguiu acompanhar. Eu tenho a responsabilidade de explicar isso de forma justa.

Esmeralda cruzou os braços, uma expressão de frustração em seu rosto. — Então, tudo o que tivemos foi apenas uma etapa passageira para você? Uma fase que você podia simplesmente deixar para trás?

Charles se levantou da cadeira, seu semblante carregado de sinceridade. — Não foi isso que eu quis dizer. O que tivemos foi real, mas a vida tomou rumos diferentes para nós. Com Angel, eu construí uma família e um futuro. Isso não diminui o que vivemos, mas simplesmente o reconhece.

Antes que Esmeralda pudesse responder, a porta do escritório se abriu novamente, interrompendo a conversa. A babá de Ruby entrou, segurando a pequena com cuidado. Ruby, com seus olhos grandes e curiosos, parecia inquieta e em busca de atenção.

— Senhor Charles, a pequena Ruby está chorando. Parece que ela quer estar com o senhor. — A babá disse, seu tom gentil.

Charles se aproximou, seus olhos se suavizando ao ver sua filha. Com um sorriso terno, ele estendeu os braços para Ruby, que imediatamente se agitou, estendendo os bracinhos para ele.

— Papai! — Ruby exclamou, a vozinha cheia de afeto e necessidade.

Charles pegou Ruby nos braços com um gesto de carinho. Ela se aninhou em seu colo, encontrando conforto imediato. A presença de Ruby trouxe uma mudança visível na atmosfera, e Esmeralda observou a cena com uma mistura de emoções.

Enquanto Charles aconchegava Ruby, a pequena começou a se acalmar, seus olhos brilhando com confiança e amor. Charles olhou para Esmeralda, o cenário agora mais suave e menos carregado.

— Esmeralda, — Charles começou com uma voz mais suave, — eu entendo que a situação é complicada e que há muita dor envolvida. O que eu posso oferecer é uma explicação sincera e um desejo de resolver as coisas com dignidade.

Esmeralda, tocada pela interação entre pai e filha, viu um lado diferente de Charles, um lado que refletia seu papel como pai e a nova vida que ele estava construindo. Ela deu um passo em direção à porta, suas emoções agora misturadas com um senso de compreensão.

— Eu entendo, Charles. Talvez seja hora de aceitar o que não podemos mudar e encontrar um caminho para seguir em frente.

Charles assentiu, aliviado por encontrar um terreno comum. — Espero que possamos encontrar um jeito de seguir em frente com respeito e compreensão.

Esmeralda lançou um último olhar para Ruby e Charles antes de sair do escritório, sua expressão mais tranquila. A porta se fechou atrás dela, e o escritório voltou ao silêncio.

Charles se acomodou novamente na cadeira, Ruby ainda em seu colo. Ele olhou para a filha com um sorriso, sua mente voltando à conversa com Esmeralda, mas agora com um foco renovado no que realmente importava: sua família.

Enquanto isso, a babá esperou pacientemente perto da porta, observando o pai e a filha com um sorriso compreensivo. A interrupção havia trazido uma nova perspectiva à conversa, e Charles sabia que o caminho para a resolução estava apenas começando.

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