Rodrick:
Eu sabia que convencer S/n a matar aula não seria fácil. Ela é do tipo que se preocupa com provas, com notas, com tudo isso que eu acho uma tremenda perda de tempo. Mas, como namorado dela, já aprendi uma ou duas coisas sobre como dobrá-la... E hoje, eu estava decidido a fazê-la sair da linha.Era a última aula da manhã, e eu já tinha meu plano todo traçado. A gente sempre tinha um tempinho entre uma aula e outra, então, em vez de ir direto pra sala de estudos, resolvi arrastá-la pra um canto mais isolado da escola. Um daqueles lugares onde os professores não se incomodam em passar, sabe?
Ela estava na biblioteca, estudando alguma coisa que parecia importante, mas, sinceramente, eu nem prestei atenção. Cheguei por trás, puxei a cadeira ao lado dela e soltei a pergunta de forma casual:
— Ei, o que você acha de dar o fora daqui por um tempo?
Ela me olhou com aquele olhar que conheço bem — aquele misto de “eu não deveria” com “eu quero muito”. S/n sempre tenta resistir, mas no fundo, ela sabe que eu sei exatamente o que fazer pra convencê-la.
— Rodrick, você sabe que não posso... Tenho prova na próxima aula — disse, mas não com tanta firmeza quanto esperava.
Eu sorri de canto, me inclinando um pouco mais perto.
— Ah, qual é? A prova pode esperar. Eu, por outro lado… tô aqui agora — falei, piscando pra ela.
Ela deu um suspiro, já meio vencida. Sabia que eu tinha conseguido. Peguei na mão dela e, antes que ela pudesse protestar de novo, puxei S/n pra fora da biblioteca.
A gente saiu pelo corredor, dando uma olhada rápida ao redor pra garantir que nenhum professor estava à vista, e eu a levei pra um canto mais afastado, atrás do ginásio. Ninguém passava por ali, era o esconderijo perfeito pra dar uma sumida da aula sem ninguém notar.
Quando chegamos, ela encostou na parede, cruzando os braços, fingindo estar brava.
— Você vai me meter em problemas, Rodrick — resmungou, mas com um sorriso que não conseguia esconder.
— Talvez. Mas vai valer a pena — respondi, me aproximando mais, sem tirar o sorriso do rosto.
Ela tentou manter o olhar firme, mas acabou cedendo quando eu cheguei mais perto. Coloquei uma mão no rosto dela, e senti ela relaxar na hora. Foi aí que rolou. Comecei com um beijo suave, testando o quanto ela iria ceder, mas não demorou muito pra ela corresponder, puxando meu casaco e me trazendo ainda mais perto.
O tempo parecia parar ali. O som das aulas acontecendo ao fundo ficou distante, como se a gente estivesse em outro lugar, só nós dois. Meu coração batia acelerado, e eu sabia que o dela também estava. As mãos dela foram pro meu cabelo, e eu me perdi mais ainda naquele momento.
— A gente vai se meter em encrenca — ela sussurrou entre os beijos, mas sem nenhuma intenção real de parar.
Eu ri, encostando minha testa na dela.
— Vale cada segundo.
E ali, no canto escondido da escola, com a aula rolando longe de nós, a gente continuou, sem pressa de voltar.