Rodrick:
Eu não sou muito do tipo que se importa com essas coisas de ciúmes. Quer dizer, eu sou o Rodrick Heffley, por favor. Não é como se eu estivesse interessado em ficar vigiando alguém, ainda mais a S/n, que sempre parece tão... sei lá, independente. Mas, mano, hoje foi um daqueles dias que meio que... sei lá, me atingiu.Estávamos todos no ensaio da banda, aquela coisa de sempre. Eu estava no meu espaço, na bateria, detonando como de costume. Eu vi a S/n entrando, mas nem dei muita bola de início. A garota é meio doida, sempre aparece com algo novo, uma ideia maluca na cabeça. E, ok, talvez eu tenha um lance por ela... Mas, não espalha isso por aí, beleza? Minha reputação não pode ser arruinada.
Enfim, ela chega e começa a conversar com o James, o baixista da banda. Beleza, normal, eles sempre trocam ideia. Só que, dessa vez, algo parecia diferente. Ele estava rindo demais, tipo... rindo demais mesmo. E ela? Ela estava rindo também, jogando o cabelo para o lado e rindo das piadinhas dele. Eu tentei ignorar, sério. Continuei batendo nas baquetas, tentando manter o ritmo. Mas, mano, era impossível não olhar.
Eu fiquei observando os dois de canto de olho. Eles estavam tão próximos que me deu uma pontada estranha no estômago. Cara, o James? Sério? O cara mal sabe afinar o baixo e acha que tem alguma moral? E ela ainda rindo das piadas dele. Não faz sentido. Eu que sou o engraçado aqui.
E daí eu percebi que estava batendo mais forte na bateria, tipo, fora de controle. Tanto que o Ben, o guitarrista, olhou pra mim com aquela cara de — o que tá rolando? — Mas eu não podia admitir que estava prestando mais atenção no que estava acontecendo do que na música. Então, disfarcei.
A coisa continuou por um tempo, e a cada segundo, parecia que o James estava se aproximando mais dela. Eu tentei me concentrar na música, mas de vez em quando meus olhos desviavam pra eles. E sabe o que era pior? Ver o jeito que ela sorria pra ele. Não que eu ligue ou algo assim, mas... tá, eu liguei. Eu, Rodrick Heffley, estava ficando incomodado.
No final do ensaio, eu estava todo elétrico. A banda terminou, e S/n veio até mim, sorrindo como sempre. Ela estava animada por algum motivo, mas eu só consegui grunhir alguma coisa. Sei lá, talvez eu tenha sido meio seco demais. Ela me olhou meio confusa, tipo
— O que há com você?
Eu só balancei a cabeça e mandei ela ir falar com o James se ela queria tanto alguém para rir das piadas ruins. Ela ficou séria por um segundo, e acho que foi aí que percebi o quão idiota eu estava sendo.
Sabe o que ela fez? Ela deu um tapa no meu ombro e falou:
— Você está com ciúmes, Heffley? Que patético.
E saiu rindo, me deixando lá, sem reação.
Cara, eu odeio admitir, mas... talvez eu estivesse com ciúmes. Mas é claro que eu não vou deixar ninguém saber disso.