Rodrick:
Vou te contar o que rolou naquela noite, porque, sinceramente, foi uma confusão daquelas. Tudo começou com uma festa que, a princípio, parecia que ia ser tranquila. Eu e S/n estávamos juntos há um tempo, e, apesar de nossas personalidades completamente diferentes, a gente fazia funcionar. Ela era a garota que fazia tudo certo, e eu? Bem, eu sou o oposto. Mas ela me equilibrava, e eu fazia ela se soltar mais. Pelo menos, era o que eu achava.A festa era na casa de um dos meus amigos, e, quando a gente chegou, tudo estava de boa. Pegamos algo pra beber, ficamos conversando com o pessoal, e eu estava me divertindo. Mas então... veio o tal cara. Um amigo dela, que eu já conhecia de vista, mas nunca curti muito. Ele era aquele tipo que sempre dava um jeito de estar por perto, de falar com ela, como se fosse super próximo. E, naquela noite, ele estava mais grudado do que o normal.
No começo, eu tentei ignorar. Não sou do tipo que fica paranoico à toa. S/n sempre foi leal, e a gente tinha um lance de confiança. Mas quanto mais a noite avançava, mais ele se aproximava. Eles riam juntos, conversavam, e aquilo começou a me incomodar de um jeito que eu não esperava.
Eu tava ali, observando de longe, tentando manter a calma, mas a cada risada que ela dava com ele, eu sentia meu sangue ferver. E o pior de tudo? Ela não parecia notar. Pra ela, era só conversa, só amizade. Mas eu sabia o que aquele cara queria, e não era só trocar uma ideia.
Em um momento, não aguentei mais. Me levantei e fui direto até onde eles estavam.
— E aí, já deu pra ele, não? — soltei, sem nem tentar esconder o tom de irritação.
S/n me olhou, surpresa, e o cara deu um sorriso meio desconcertado, como se não entendesse o que eu estava insinuando.
— Qual é o seu problema, Rodrick? — ela perguntou, franzindo a testa.
— Meu problema é que esse cara tá aqui a noite toda, achando que pode ficar em cima de você — respondi, cruzando os braços.
Ela suspirou, claramente irritada. — Ele é meu amigo. Você tá sendo ridículo.
Eu sabia que estava exagerando, mas, naquele momento, não consegui pensar com clareza. Ela me deixou ali, e foi conversar com outras pessoas, me deixando com a sensação de que talvez eu tivesse estragado a noite.
O tempo passou, e eu fiquei remoendo a situação. Quando a festa estava quase acabando, ela veio até mim.
— Vou pra casa — ela disse, seca.
— Eu te levo — respondi, mas ela balançou a cabeça.
— Não precisa. Vou sozinha.
Ela saiu da festa antes que eu pudesse dizer mais alguma coisa. Fiquei parado lá, me sentindo um idiota, mas eu sabia que a noite não podia terminar assim.
Mais tarde, mandei uma mensagem pra ela:
"Me desculpa. Se quiser, vem aqui pra gente conversar."
Não achei que ela ia responder, mas, pra minha surpresa, depois de um tempo, ela respondeu:
"Ok. Tô indo."
Ela apareceu na minha casa uma hora depois, com aquele olhar de quem não tava muito feliz, mas disposta a resolver as coisas. Quando ela entrou, a tensão entre nós era palpável. A gente subiu direto pro meu quarto, onde tudo era mais confortável e longe de qualquer distração.
Ela sentou na cama, os braços cruzados, enquanto eu me encostei na porta.
— Tá, fala. Qual foi a tua, Rodrick? — ela perguntou, sem rodeios.
Suspirei, passando a mão pelo cabelo. — Eu fiquei com ciúmes, ok? Não gosto daquele cara, e odeio o jeito que ele fica em cima de você.
Ela revirou os olhos, mas não de uma forma agressiva. — Ele é só meu amigo. Não tem nada entre a gente.
— Eu sei. Eu confio em você, mas não confio nele. Ele tá sempre por perto, tentando se fazer de amigão, e eu sei o que ele quer.
Ela me olhou por um segundo, meio que avaliando se eu estava sendo honesto ou só paranoico. Finalmente, ela soltou um suspiro, mais suave dessa vez.
— Você é um idiota — disse, mas com um sorriso no canto da boca.
Eu ri, me aproximando dela. — Eu sei.
Ela me puxou pra mais perto, e quando nossos olhares se encontraram, todo o estresse da noite pareceu evaporar. Me inclinei e a beijei, dessa vez sem pressa, só aproveitando o momento. A gente ficou ali, juntos, em silêncio por um tempo.
— Você sabe que não precisa se preocupar, né? — ela sussurrou depois de um tempo, deitada no meu peito.
Eu passei a mão pelos cabelos dela, me sentindo finalmente mais tranquilo.
— Sei. Só não gosto de dividir você com ninguém.
Ela riu baixinho, e a gente acabou adormecendo ali, juntos. No final das contas, foi uma noite complicada, mas acho que faz parte de estar com alguém que você realmente se importa. E S/n? Bem, ela é a única pessoa que consegue me fazer passar por isso e ainda assim terminar a noite sentindo que tudo valeu a pena.