Rodrick:
Tudo começou numa tarde qualquer, quando eu percebi que alguma coisa estava diferente. S/n estava sorrindo mais do que o normal, e, sinceramente, eu sabia que isso não era por minha causa. Não que eu estivesse reclamando, é claro. Ver ela sorrir sempre foi uma das melhores partes do meu dia. Mas, dessa vez, tinha algo diferente. E não estava gostando nada disso.Eu estava na garagem, tentando ajustar minha bateria para o ensaio com a banda, quando ouvi ela rindo do lado de fora da casa. Minha curiosidade me venceu, e eu fui até a janela espiar. S/n estava conversando com um cara que eu nunca tinha visto antes. Alto, cabelos bagunçados como os meus, mas o sorriso dele... cara, parecia que ele sabia o efeito que estava causando nela.
Eu tentei ignorar. Ela tinha amigos, eu sabia disso. Mas o jeito que ela estava tão animada com ele, rindo de cada piada que ele fazia, me fez sentir algo que eu não queria admitir. Ciúmes. Eu, Rodrick Heffley, com ciúmes. Ridículo.
Eu voltei para a bateria, batendo nas baquetas com mais força do que o necessário, tentando tirar aquela cena da cabeça. Mas cada vez que pensava nisso, ficava pior. E se ele gostasse dela? E se ela gostasse dele? Essas perguntas ficaram martelando na minha mente o resto do dia.
Quando a noite chegou e S/n veio para o ensaio, eu estava tentando agir normal. Ela entrou na garagem com aquele sorriso no rosto, e tudo o que eu consegui pensar foi: Será que ela estava pensando nele?
— Oi, Rod — ela disse, se aproximando e me dando um beijo rápido no rosto, o que normalmente seria o suficiente para me acalmar. Mas hoje não. — Está animado para o ensaio?
Eu dei de ombros, tocando as baquetas nos joelhos sem muita emoção. Ela me olhou de canto de olho, percebendo que algo estava errado.
— Tá tudo bem? — perguntou, inclinando a cabeça de um jeito que me fazia derreter um pouco por dentro.
— Quem era aquele cara? — saiu antes que eu pudesse me segurar. Droga, eu não queria parecer um idiota ciumento, mas as palavras escaparam.
Ela piscou algumas vezes, como se estivesse surpresa pela pergunta.
— O que? Que cara? — perguntou, cruzando os braços.
— O cara com quem você tava mais cedo, rindo... vocês pareciam bem próximos. — O tom saiu mais azedo do que eu pretendia.
Ela riu, e cara, eu queria me enterrar no chão. Mas, ao mesmo tempo, fiquei irritado por ela estar rindo de mim.
— Rodrick, você tá com ciúmes? — perguntou, um sorriso provocante surgindo no rosto dela.
Eu senti meu rosto esquentar. Não, eu não ia admitir isso. De jeito nenhum.
— Claro que não — menti, desviando o olhar. — Só... fiquei curioso, é isso.
Ela revirou os olhos, mas ainda estava sorrindo. Depois se aproximou de mim, encostando a cabeça no meu ombro.
— Ele é só meu colega de química, Rod. A gente tava fazendo um trabalho juntos, nada demais. — Ela disse isso com tanta calma que, por um segundo, me senti um completo idiota por ter surtado.
Eu soltei um suspiro, finalmente relaxando um pouco.
— Eu sou um idiota, né? — murmurei.
— Um pouco — ela respondeu, rindo baixinho, mas depois me olhou com um brilho suave nos olhos. — Mas você é meu idiota.
E cara, naquele momento, todas as preocupações sumiram. Ela se levantou, me deu um beijo mais longo dessa vez, e tudo voltou a fazer sentido. O ciúmes? Era bobeira. Ela estava comigo, e só isso importava.
No final das contas, estava tudo certo.