. • ☆ Capítulo 32 ☆ • .

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Peter caminhava pela floresta com o peso do mundo sobre seus ombros, seus passos ágeis ainda silenciosos, como os de um lobo, mas sua energia estava visivelmente esgotada

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Peter caminhava pela floresta com o peso do mundo sobre seus ombros, seus passos ágeis ainda silenciosos, como os de um lobo, mas sua energia estava visivelmente esgotada. A pele pálida, quase translúcida sob a luz filtrada das árvores, revelava uma fraqueza que ele não conseguia mais esconder. Olheiras profundas escureciam seu olhar, traindo as noites em claro e o cansaço que consumia seu corpo. Desde o dia em que Malia foi levada, sua mente não encontrava paz. Ele não conseguia pensar em mais nada além dela, a angústia constante o corroendo por dentro, como um veneno lento e doloroso.

A cada dia, o laço do imprinting o atraía de volta à casa dos Cullens, mais especificamente ao quarto de Malia. Ali, entre as lembranças silenciosas que ela deixou para trás, ele encontrava um breve alívio. O cheiro dela ainda impregnava o ar, um perfume delicado que preenchia seus pulmões e trazia consigo uma falsa sensação de proximidade. Mas sua palidez revelava o quão enganoso esse alívio era; o vazio de sua ausência o consumia.

Naquela tarde, ao entrar no quarto, Peter respirou fundo, seus ombros tensos e mãos trêmulas. Hoje, porém, a inquietação era diferente. Algo mais profundo o perturbava, um chamado interior, como se Malia tentasse alcançá-lo de longe. Seu coração acelerado o impulsionava a procurar algo, qualquer coisa que pudesse revelar mais sobre os pensamentos dela antes do sequestro.

Com dedos trêmulos, ele passou a mão pelas roupas dobradas, sentindo o toque suave que trazia memórias dolorosas de momentos passados. Abriu gavetas, moveu livros, até que seus olhos se fixaram em um pequeno caderno, escondido debaixo de papéis soltos. O couro da capa estava desgastado pelo tempo, mas a simplicidade do diário chamou sua atenção. Era o diário de Malia.

Por um instante, hesitou. Ler aquele diário parecia ultrapassar uma linha que ele jamais gostaria de cruzar, mas a necessidade de saber o que se passava na mente dela superou sua culpa. Talvez ali ele encontrasse pistas, talvez pudesse entender melhor o medo que ela sentia.

Com um suspiro pesado, Peter abriu o diário. A letra de Malia parecia uma facada em seu coração, cada palavra carregada de emoções que ele nunca soube que ela sentia. Os primeiros dias eram descrições rotineiras, mas logo os textos escureciam, as palavras tornando-se carregadas de uma tensão crescente.

"Ravenna... Ela está cada vez mais perto. Sinto que não estou segura, mesmo aqui na casa dos Cullens. Algo está errado, e não sei em quem confiar."

O nome fez seu sangue gelar. Peter cerrou os punhos com tanta força que suas unhas marcaram a palma da mão. Ele conhecia Ravenna, sabia o perigo que ela representava. Cada palavra no diário de Malia era um grito silencioso de desespero, e ele se odiava por não ter percebido antes.

Então, ele chegou à última entrada. Seus olhos correram pelas palavras, o coração batendo descompassado.

"Peter... Eu nunca contei a ele como me sinto de verdade. E talvez nunca tenha a chance. Se algo acontecer comigo, espero que ele saiba que o meu coração sempre pertenceu a ele."

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