. • ☆ Capítulo 33 ☆ • .

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A névoa rasteira envolvia Forks como um manto, criando uma sensação de desconforto que eu não conseguia afastar, por mais que tentasse

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A névoa rasteira envolvia Forks como um manto, criando uma sensação de desconforto que eu não conseguia afastar, por mais que tentasse. Desde o desaparecimento de Malia, a cidade parecia ter perdido sua alma. O ar úmido da manhã, sempre constante, agora pesava de forma opressiva, como se soubesse que algo vital estava faltando.

Theo... Ele nunca foi de demonstrar tanto, mas desde que Malia foi levada, ele está irreconhecível. Aquela confiança silenciosa que sempre admirei nele se desfez em um amontoado de olheiras e uma postura curva, como se o peso do mundo estivesse sobre seus ombros. Ele tenta se manter em movimento, saindo cedo para correr pela floresta, mas seus passos são vazios, como se estivesse apenas esperando que a dor se tornasse insuportável o suficiente para ele finalmente desmoronar.

Eu o vi hoje de manhã. Theo estava sentado na varanda da casa, os braços descansando nos joelhos, a cabeça baixa. Quando me aproximei, ele nem se deu ao trabalho de levantar os olhos. Seu rosto estava pálido, os olhos afundados, como se não dormisse há dias — o que, provavelmente, não está longe da verdade.

— Os pesadelos voltaram — ele murmurou, sua voz rouca, quase um sussurro. Sentei ao lado dele, esperando que ele continuasse. — Toda noite... é como se eu estivesse preso naquele momento, revivendo o instante em que percebi que ela tinha sumido. E não importa o quanto eu corra, o quanto eu grite, não consigo alcançá-la. — Sua voz quebrou, e meu coração se partiu junto.

Eu já conhecia essa sensação, a impotência. Desde que Malia foi sequestrada, todos nós estamos vivendo à beira do desespero. Mas para Theo, era diferente. Malia sempre foi o centro de seu mundo, uma âncora em meio ao caos que nos cercava. Agora, sem ela, ele estava à deriva, perdido em uma escuridão que eu temia que ele não conseguisse suportar.

A cidade refletia seu estado. Forks, sempre tão pacata, agora parecia envolta em uma melancolia incessante. As pessoas andavam pelas ruas com expressões vazias, como se soubessem que algo terrível estava acontecendo, mas não pudessem nomear. As árvores, normalmente tão vivas e vibrantes no outono, pareciam mais opacas, suas folhas caindo lentamente como se o tempo estivesse arrastando seus pés. A floresta, que uma vez nos oferecia um refúgio, agora parecia um labirinto de incertezas e perigos.

Mas talvez o pior de tudo fosse o silêncio. Não o silêncio confortável da tranquilidade, mas aquele que precede a tormenta. Era um silêncio que sussurrava medo, que trazia consigo a lembrança constante do vazio que Malia havia deixado. E Theo... ele ouvia isso mais alto do que todos nós.

— Eu não sei o que fazer sem ela, Alisson — ele finalmente disse, sua voz tremendo. — Ela sempre foi aquela que me mantinha firme, sabe? Eu... eu só quero que ela volte.

Senti uma pontada no peito, um peso que não conseguia afastar. Eu também queria Malia de volta. Todos nós queríamos. Mas o que me preocupava era o que encontraríamos quando isso finalmente acontecesse. O que restaria de nós — de Theo, de mim, de todos — até lá?

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