Smoke

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Pov: Kit

Minhas mãos tremiam tanto que parecia impossível. As folhas de seda amassavam-se entre meus dedos, o fumo caía e minha paciência ia junto. A cada tentativa frustrada de bolar aquele maldito cigarro de maconha, minhas pernas balançavam, agitadas como se quisessem fugir da realidade, me tirar dali, me arrancar desse desespero sufocante que me dominava.

O celular ainda estava sobre a mesa, sua tela fria e apagada, mas a mensagem anônima que havia chegado minutos atrás queimava na minha mente. O aviso cruel, direto, como uma facada no peito: "Temos Nina. Se você quer vê-la viva, sabe o que fazer."

Respirei fundo, mas o ar parecia pesado, denso, como se estivesse respirando água. Meu coração martelava no peito, acelerado pela ansiedade e pela culpa que me consumia. Nina. Minha Nina. Minha esposa. Meu amor. Ela tinha sido arrastada para esse pesadelo por minha causa.

A Yakuza estava me caçando há meses, desde que eu os trai. Eu sabia que uma hora ou outra eles viriam atrás de mim, mas nunca imaginei que eles tocariam em Nina. Ela não tinha nada a ver com isso. Ela era inocente. E agora... sequestrada.

Fitei minhas mãos trêmulas, uma mistura de frustração e desespero me corroendo. Eu precisava me acalmar. Precisava pensar. Mas o cigarro... Não, isso não estava funcionando.

Me levantei de repente, a cadeira rangendo sob o peso da minha urgência. Caminhei até a janela da sala, abrindo-a para deixar o ar frio da noite entrar. Minha cabeça girava com os milhões de pensamentos e sentimentos que borbulhavam dentro de mim: o medo por Nina, a raiva pela traição da Yakuza, e a culpa - essa maldita culpa que me mantinha preso como uma corrente invisível.

- Kit? - A voz suave de Mimi me trouxe de volta à realidade. Ela estava ali, encostada na porta, me observando com aquela expressão que misturava preocupação e dureza. Mimi era minha amiga há anos. Minha confidente. E também minha sub-líder, desde que montei minha própria gangue depois que eu deixei a Yakuza.

Contei tudo para ela logo que recebi a mensagem, em uma explosão de palavras desesperadas que nem eu entendia completamente. Ela me ouviu em silêncio, sem me interromper, apenas me observando com aquele olhar calculista, tentando encontrar uma solução.

Eu peguei o cigarro mal feito e, com um suspiro resignado, entreguei para Mimi.

- Aqui, tenta você - murmurei, tentando esconder a angústia na voz.

Ela o pegou sem dizer uma palavra e, com habilidade que só quem já passou por muita coisa na vida poderia ter, começou a bolar o cigarro enquanto eu olhava o horizonte da cidade, os prédios lá fora parecendo tão indiferentes ao meu sofrimento.

- Kit - ela disse depois de alguns minutos, me passando o cigarro pronto. - Isso não vai resolver o problema.

- Eu sei. - Peguei o cigarro, acendi e dei uma longa tragada, sentindo a fumaça invadir meus pulmões, trazendo uma leveza momentânea que, na verdade, era só uma ilusão.

- Mas preciso de alguma coisa pra conseguir pensar.

Mimi suspirou e se aproximou, me encarando de perto.

- Eles tocaram na Nina porque sabem que você vai atrás. Eles querem você de volta, Kitsune. E vão fazer o que for preciso pra te quebrar.

- Eu nunca vou voltar para eles - sussurrei entre dentes, minhas mãos ainda tremendo levemente. - Eu jurei que nunca mais faria parte daquela merda.

- Mas se não fizer nada, vão matar a Nina. - As palavras dela eram diretas, frias. Mas eu sabia que ela estava certa.

Dei mais uma tragada, soltando a fumaça devagar, tentando acalmar o coração que parecia prestes a explodir. A verdade é que eu estava em um beco sem saída. Não importava o que eu fizesse, eles tinham o controle agora.

- Você sabe o que temos que fazer, né? - Mimi perguntou, quebrando o silêncio que caíra sobre nós.

Assenti, sentindo o peso da decisão recair sobre meus ombros.

- Vamos trazê-la de volta. Mas não do jeito que eles esperam.


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Gente me deem ideias de momentos, por favorr, to 0 ideias. ❤️‍🩹

Provavelmente vai ter um part 2 desse cap pq tbm eu realmente gostei muito da ideia da Nina ser sequestrada KKKKAKAKKKA 

Moments - KitninaOnde histórias criam vida. Descubra agora