Moments - Kitnina

Light II

Pov: Kit

Uma semana se passou desde que Haruto nasceu, e o que posso dizer? Maternidade é um campo de batalha. Não que eu não soubesse que seria difícil, mas há uma diferença entre saber e viver. Cada pequena tarefa parece uma maratona. Noites sem dormir, trocas de fraldas infinitas, e o choro. Ah, o choro. Haruto tem a capacidade de fazer sua voz ecoar pela casa como um alarme de incêndio.

Estamos exaustas, eu e Nina. Ela é forte, sempre foi, mas consigo ver o cansaço nos olhos dela. Mesmo quando ela sorri, há uma leve sombra de exaustão. Por outro lado, eu me sinto... perdida. Não sabia que seria tão difícil me ajustar a essa nova realidade. Acordar a cada duas horas,dar mamadeira, acalmar o choro... o ciclo nunca termina. Amo Haruto mais do que eu poderia imaginar, mas, às vezes, me pego desejando por alguns minutos de silêncio, só para respirar.

Hoje, no entanto, será um dia especial. Nossos amigos vêm nos visitar, e há algo reconfortante em saber que não estamos sozinhas. A casa está cheia de risadas e vozes animadas, o que, de certa forma, faz as dificuldades parecerem menores. A primeira a chegar é Mimi, minha melhor amiga. Ela entra na sala, carregando um enorme buquê de flores, seus olhos imediatamente se fixando no bebê em meus braços.

- Kit, ele é perfeito! - Ela exclama, jogando os braços ao meu redor em um abraço apertado.

- Olha só para ele, Mimi, ele está de uniforme! - Brinquei, apontando para o pequeno macacão vermelho com um gato ninja bordado que Haruto usava, uma brincadeira que nos fez rir na loja. Ele parecia um pequeno Nekutai em miniatura, já preparado para liderar o mundo.

- Um líder nato - ela concorda, rindo. Haruto abriu seus olhos brevemente, revelando aqueles lindos olhos de oceano que herdou de Nina, contrastando com seu cabelo preto e liso, que era exatamente como o meu. Mimi suspirou, admirando-o.

- Kit, você e Nina criaram algo realmente especial.

Logo, mais pessoas chegaram. Eloá, sempre entusiasmada, trouxe diversas roupas que Haruto só usará daqui há alguns anos. Gabriel e Hinata chegaram juntos, rindo de algo que só eles entenderiam. Lucas e Matheus, sempre brincalhões, começaram a fazer piadas sobre como Haruto parecia estar pronto para usar uma katana com aquele macacão.

- Ele já está mais bem vestido do que eu! - Lucas exclamou, o que provocou uma onda de risadas entre o grupo.

- Não é muito difícil se vestir melhor que você Lucas. - Disse e todos riram mais.

Então, meu olhar se voltou para Léo. Ele estava radiante, provavelmente mais empolgado do que qualquer outra pessoa na sala. Ele pegou Haruto com cuidado, balançando-o levemente nos braços.

- Eu não sei vocês, mas eu já estou treinando ele para ser o meu jogador favorito de todos os tempos - Léo disse, piscando para Nina, que estava ao meu lado. - Claro, ele vai ter que escolher futebol ou basquete... ou os dois.

- Ele vai decidir por si mesmo, Léo - Nina brincou, mas havia orgulho nos olhos dela ao ver o irmão interagir com o sobrinho.

Lurdes chegou um pouco depois. Ela se aproximou, com um sorriso de orelha a orelha.

- Então, esse é o pequeno príncipe que vai mudar o mundo? - Ela disse, colocando as mãos na cintura. - E já está uniformizado, adoro!

Quando ela pegou Haruto, ele olhou para ela com curiosidade, e Lurdes riu.

- Ah, ele já está de olho no que a vovó Lurdes pode ensinar. Me aguarde, pequeno.

Enquanto todos se revezavam para segurar Haruto, Natasha e Cláudio se aproximaram de nós com um sorriso no rosto. Mimi, se aproximou e disse baixinho:

- Vocês duas estão indo muito bem. Sério. - O apoio de Mimi sempre me dava força.

A única pessoa que faltava era Luciano, mas ele prometeu passar para ver Haruto em breve. O fato de que todos estavam ali, celebrando conosco, era como uma espécie de lembrete de que não estávamos sozinhas nessa jornada.

Durante a tarde, a casa se encheu de risos e histórias, e por algumas horas, as dificuldades da maternidade pareceram distantes. Mesmo quando Haruto começou a chorar, Gabriel tentou acalmá-lo com uma voz engraçada, enquanto Lucas e Matheus faziam piadas sobre quem seria o melhor tio.

Mas, enquanto o sol começava a se pôr e as pessoas começaram a se despedir, o cansaço voltou a se acomodar. Quando a porta finalmente se fechou atrás do último convidado, me sentei no sofá ao lado de Nina, exausta, mas feliz.

Ela olhou para mim e, sem dizer uma palavra, me puxou para perto. Ficamos ali, em silêncio, com Haruto dormindo em meus braços, a cabeça dele encostada no meu peito. Nina passou a mão pelo meu cabelo e suspirou.

- Estamos fazendo isso, Quinn. Devagar, mas estamos.

Eu me inclinei para beijá-la suavemente, sentindo o conforto do nosso amor em meio ao caos da nova vida.

- Sim, estamos - respondi, sorrindo contra os lábios dela. -E, apesar de tudo... ele vale cada segundo.

Nina olhou para Haruto, agora com os olhos fechados, sua respiração tranquila.

- Ele é a nossa luz, Quinn. Haruto Tsukuroi.

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Ai gente, eu amo escrever elas sendo mãe 🥹