Aishiteru

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Pov: Nina

Meu coração batia rápido enquanto eu terminava de arrumar nossa bagagem. As malas estavam abertas, roupas dobradas em pilhas cuidadosas, e em cada uma das peças parecia estar impregnado o cuidado e o carinho com o qual planejei essa viagem. Três meses. Três meses que parecíamos uma só, e eu queria celebrar cada minuto com Quinn, a mulher que fez meu coração pulsar de um jeito novo, inteiro, vibrante.

Quando Quinn chegou em casa, seu rosto cansado do trabalho se iluminou ao me ver. Ela sorriu daquele jeito preguiçoso e caloroso, e eu senti um arrepio bom correr pela espinha. Mesmo depois de tantas manhãs, noites e todas as horas entre elas, Quinn ainda tinha esse poder sobre mim.

— Tem certeza que está tudo pronto? — perguntou ela, um pouco desconfiada, ao ver a minha animação.

Dei um sorriso travesso e aproximei-me, segurando seu rosto nas mãos.

— Está tudo pronto — respondi, beijando-a com doçura, e o cansaço dela parecia derreter aos poucos, cedendo lugar a uma felicidade mansa.

Na manhã seguinte, embarcamos no voo rumo a Berlim. Quinn cochilava ao meu lado, e eu não conseguia parar de olhar para ela, mesmo enquanto a cidade abaixo de nós ia ficando menor, até que era só um borrão de luzes. Cada detalhe daquela viagem tinha sido planejado para nos fazer sorrir, para gravar lembranças que nos aquecessem em dias frios.

Chegamos a Berlim com um céu acinzentado nos recebendo, mas nada podia esfriar nosso ânimo. Nosso primeiro destino foi a Ilha dos Museus, onde Quinn parecia uma criança maravilhada com as estátuas e pinturas. Quando nos deparamos com uma escultura de duas figuras abraçadas, ela me puxou para um canto e me envolveu nos braços, mas com uma ternura no olhar que me fez querer ficar ali para sempre.

— É incrível que elas ficaram assim para a eternidade — sussurrou ela, olhando para a escultura. — Será que, de alguma forma, as pessoas vão lembrar de nós também?

Passei meus dedos de leve pelos dela, entrelaçando-os.

— Acho que sim. De algum jeito, o amor é sempre lembrado.

À noite, o jantar foi em um restaurante de luz baixa e ambiente acolhedor, com janelas amplas de onde podíamos ver a cidade iluminada. Conversávamos sobre tudo e nada ao mesmo tempo, e cada gargalhada dela era um eco da minha felicidade. Em certo momento, enquanto esperávamos a sobremesa, Quinn estendeu a mão, e eu a tomei entre as minhas, sentindo sua pele quente, sua presença ali tão real e, ao mesmo tempo, tão surreal. De repente, ela ficou séria e, com a voz baixa, quase um sussurro, me perguntou:

— Nina... você sabia que meu amor por você só cresce? Que a cada dia eu sinto mais certeza de que tudo que eu sempre procurei era você?

Aqueles olhos castanhos profundos me envolveram de uma maneira que só ela sabia fazer. Havia algo mágico em sua expressão, uma espécie de vulnerabilidade que só compartilhava comigo. Me inclinei em sua direção, encurtando o espaço entre nós, e o mundo inteiro pareceu se apagar.

Meus lábios encontraram os dela, suaves e delicados no início, como se o toque entre nós fosse sagrado. Era como sentir um pedaço do paraíso – o toque de nossas bocas se intensificava lentamente, e minha mão deslizou até a nuca dela, puxando-a para mais perto, sentindo sua respiração quente, os lábios dela respondendo aos meus em uma sincronia perfeita. Ela me envolveu com firmeza, me segurando como se, naquele momento, eu fosse seu universo, e eu correspondi com tudo que sentia, desejando que aquele beijo nunca terminasse.

Foi um beijo profundo, calmo e ardente ao mesmo tempo, uma promessa silenciosa de tudo que seríamos uma para a outra. Quando finalmente nos afastamos, com nossos rostos ainda próximos e nossas respirações se misturando, Quinn abriu um sorriso suave, com os olhos brilhando.

— Por mais que a gente se beije mil vezes, eu ainda vou me perder em você toda vez — ela murmurou, acariciando meu rosto com as pontas dos dedos.

Naquela noite, saímos pelas ruas de Berlim de mãos dadas, rindo e falando sobre os lugares que queríamos ver no dia seguinte. Caminhamos pelo Portão de Brandemburgo, onde paramos para uma foto boba e apaixonada. Fomos até a Ponte Oberbaum, onde, num impulso, Quinn me pegou no colo e girou, me fazendo rir tão alto que a cidade parecia toda nossa.

No último dia da viagem, subimos ao topo do Reichstag para ver o pôr do sol. A luz laranja tingia a cidade, e o vento frio de outubro nos abraçava. Me aninhei ao lado dela, e ficamos em silêncio, observando o espetáculo de cores enquanto o sol desaparecia. Ela me envolveu com seus braços e, em meio ao frio, senti uma onda de calor percorrer meu corpo.

— Eu quero sempre estar ao seu lado para ver o sol se pôr, Nina — ela disse baixinho, sua voz rouca e cheia de emoção. — Onde quer que estejamos, seja em Berlim ou em qualquer outro lugar do mundo, sempre quero estar com você.

Meu coração parecia derreter. Eu sabia que aquelas palavras eram sinceras, e nada poderia me fazer mais feliz. Ali, entre o calor dos braços dela e o brilho suave do fim de tarde, tive a certeza de que nossos corações bateriam juntos, com amor e intensidade, por todas as estações que viriam.

Nossa viagem terminou, mas levamos cada momento em nossos corações, sabendo que, para além das fotografias e lembranças, cada beijo e cada olhar tinha sido guardado.


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Moments - KitninaOnde histórias criam vida. Descubra agora