Moments - Kitnina

Snow

Pov: Nina

Minha respiração formava nuvens diante do rosto, e a neve caía suavemente sobre a paisagem, pintando o mundo com uma camada de branco brilhante. Eu olhei para Quinn, minha esposa, que, com um sorriso malicioso nos lábios, observava minha reação à surpresa que ela havia preparado.

- Noruega? - Perguntei, ainda um pouco incrédula. - Você me trouxe para a Noruega?

- É o seu aniversário, Nina. Eu queria fazer algo especial - ela respondeu, e a leveza na sua voz combinava perfeitamente com a serenidade da neve que caía ao nosso redor.

Era a nossa primeira vez na Noruega, um país que sempre me encantou pelas paisagens gélidas, pelas lendas dos fiordes e pelas luzes dançantes no céu. O fato de que Quinn organizou tudo sem eu suspeitar de nada só tornou tudo ainda mais mágico.

[..]

Nosso primeiro dia começou com um passeio por um dos famosos fiordes noruegueses. Quinn havia reservado uma pequena excursão de barco. O céu estava nublado, e a neve caía em flocos leves que derretiam ao tocar o mar gelado. O ar era cortante, mas o silêncio ao nosso redor tinha uma qualidade quase sagrada. As montanhas ao redor se erguiam como gigantes silenciosos, suas encostas cobertas de neve brilhando com uma luz suave e dourada.

Eu me aconcheguei mais perto de Quinn, sentindo o calor do seu corpo através das camadas de roupas. Ela segurou minha mão e, por um momento, não havia mais nada no mundo, apenas nós duas e aquela vastidão congelada. O barco cortava as águas escuras, e tudo parecia se mover em câmera lenta, como se estivéssemos suspensas no tempo.

- É lindo, não é? - ela sussurrou no meu ouvido.

- Você não faz ideia - respondi, apertando sua mão. E, ali mesmo, no meio do fiorde, ela se inclinou e me deu um beijo. Um beijo suave e cálido, que contrastava com o frio ao nosso redor. A neve continuava caindo, e era como se o mundo estivesse nos abençoando naquele momento.

No dia seguinte, Quinn tinha planejado uma caminhada por uma floresta nevada. Eu não fazia ideia de como ela conseguiu manter todos os detalhes da viagem em segredo, mas a cada nova revelação, eu me apaixonava ainda mais. Ela havia contratado um guia local, que nos levou por trilhas estreitas, onde as árvores eram cobertas por uma espessa camada de neve.

O caminho era de uma beleza quase irreal. Os galhos das árvores estavam pesados com a neve, e o som dos nossos passos era abafado pelo manto branco sob nossos pés. De vez em quando, um floco de neve caía sobre nossos rostos, e Quinn ria como uma criança, jogando neve em mim, desajeitada mas adorável em seu entusiasmo.

Depois de algum tempo caminhando, encontramos uma pequena clareira, onde o sol de inverno fazia a neve brilhar como diamantes. O guia nos deixou sozinhas por um tempo, e Quinn se aproximou de mim, puxando-me para um abraço. Ficamos ali, no silêncio da floresta, envolvidas pela imensidão branca e pela tranquilidade. Quinn me beijou novamente, e dessa vez a neve caía mais intensamente, cobrindo nossos cabelos e roupas, mas nada importava além do calor daquele momento.

Naquela noite, veio o que seria o ponto alto da viagem. Quinn havia reservado uma noite especial para tentarmos ver a aurora boreal. Estávamos em um pequeno vilarejo ao norte, longe das luzes da cidade. Subimos uma colina coberta de neve, nossas lanternas iluminando o caminho enquanto o frio mordia nossas bochechas.

Depois de uma hora, chegamos ao topo, onde o céu parecia mais próximo e mais vasto do que jamais imaginei. Quinn, sempre tão preparada, havia trazido cobertores térmicos, e nos aninhamos juntas, esperando pelas luzes. A expectativa enchia o ar.

E então, como se o universo quisesse nos presentear, as luzes começaram a dançar no céu. Primeiro, um suave brilho verde, que logo se transformou em um espetáculo de cores, com tons de roxo e azul misturando-se à noite estrelada. Eu segurei a mão de Quinn com força, meus olhos marejados de emoção.

- Feliz aniversário, meu amor. - ela disse suavemente, seus olhos refletindo as cores no céu. E eu, incapaz de conter a emoção, apenas a beijei, agradecida por cada segundo, por cada surpresa, por cada momento compartilhado com ela.

Aquela foi, sem dúvida, a viagem mais mágica das nossas vidas. Não só pelos lugares que visitamos, mas pelos momentos que compartilhamos — cada um gravado no meu coração como um floco de neve, único e eterno.