Light

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Pov: Nina

O quarto do hospital estava mergulhado em uma luz suave, e o ar era impregnado com o cheiro de lençóis limpos e da doçura que só um recém-nascido pode trazer ao mundo. Senti meus olhos marejarem enquanto observava a figura pequenina em meus braços. Haruto. Nosso bebê. Nosso filho.

Ainda não conseguia acreditar que ele finalmente estava aqui. Ele vestia um macacão verde limão, uma peça que Quinn e eu escolhemos juntas durante uma de nossas muitas noites rindo e sonhando. A cor era vibrante, exatamente como nós imaginávamos que seria, se tivéssemos achado o bendito Jugular. Ele dormia pacificamente, com as mãozinhas minúsculas fechadas, enquanto o tecido macio se moldava ao corpinho, destacando sua pele clara e seus cabelinhos finos e pretos.

O coração quase explodia dentro do meu peito. Eu o estudava com tanto carinho, observando cada detalhezinho, desde as sobrancelhas delicadas até a boquinha entreaberta. Os pequenos suspiros que ele soltava pareciam sincronizados com o pulsar do meu coração. Tão perfeito, tão frágil e, ao mesmo tempo, tão forte por ter passado por esse mundo caótico até aqui.

Olhei para Quinn, que estava sentada ao meu lado, a mão suavemente pousada em minha coxa. O olhar dela estava fixo em Haruto, e um sorriso emocionado iluminava seu rosto. Senti uma onda de amor tão poderosa que quase me engoliu inteira. Quinn e eu tínhamos percorrido um caminho longo até aqui. Decidimos fazer a inseminação artificial meses atrás, e cada momento desde aquela decisão parecia uma mistura de medo e esperança.

Lembro-me de quando estávamos sentadas na clínica, mãos entrelaçadas, compartilhando olhares nervosos, mas cheios de expectativa. A ideia de criar uma vida juntas nos deixava tanto empolgadas quanto aterrorizadas. Agora, olhando para esse pequeno milagre nos meus braços, parecia surreal que algo tão puro e precioso tivesse surgido do nosso amor.

Quinn inclinou-se um pouco mais perto, seus olhos escuros brilhando.

- Seja bem-vindo, Haruto Tsukuroi - ela sussurrou com a voz embargada, as palavras saindo como uma melodia que parecia preencher todo o quarto com calor. Ao ouvir seu nome, meu coração quase derreteu. Haruto era a nossa luz. Seu nome, que escolhemos cuidadosamente, significava "luz do sol" em japonês. Ele era o sol que iluminaria nossas vidas de agora em diante.

Eu sorri para Quinn, sentindo uma conexão com ela ainda mais forte do que antes. Peguei sua mão e a trouxe até o pequeno peito do pequeno.

- Nós conseguimos - murmurei, minha voz entrecortada pela emoção. Ela inclinou-se para me beijar suavemente, um toque tão familiar e confortante, mas ao mesmo tempo carregado de um novo tipo de intensidade. Era um beijo de quem compartilha não apenas um amor, mas uma vida inteira, uma nova jornada.

Haruto se mexeu levemente nos meus braços, soltando um som baixinho, quase como se estivesse nos reconhecendo, ou talvez apenas reafirmando sua presença no mundo.

- Ele já tem sua expressão concentrada - brinquei, rindo baixinho, e Quinn riu junto, seus olhos nunca deixando de admirar o nosso filho.

- Ele é perfeito - Quinn sussurrou, passando o dedo suavemente pela bochecha rosada de Haruto. Seus olhos transbordavam de ternura, e eu sabia, naquele momento, que cada passo dessa jornada valeu a pena. O tempo de espera, as dúvidas, as consultas, o teste de gravidez positivo que nos deixou chorando de alegria — tudo culminou neste exato momento.

Eu encostei minha cabeça no ombro de Quinn, sentindo sua respiração calma, e ficamos ali, em um silêncio confortável, compartilhando aquele instante único, apenas nós três. O calor do corpo de Haruto atravessava a minha pele, como se eu estivesse envolta em uma bolha de amor e proteção. E eu sabia que, por mais desafios que viriam — porque a maternidade nunca é fácil —, nós enfrentaríamos tudo juntas.

Haruto abriu os olhos por um breve momento, piscando contra a luz suave do quarto. Seus olhos eram de um azul vibrante, como o meu. Ele parecia olhar para nós, como se nos reconhecesse, e então voltou a fechar os olhinhos, tranquilamente mergulhando no sono novamente.

- Eu mal posso esperar para ver a pessoa que ele vai se tornar - murmurei, minha voz um eco suave no quarto. Quinn me olhou com aquele sorriso que eu conhecia tão bem, cheio de promessas e amor eterno.

- Ele vai ser incrível, assim como você - ela respondeu, e eu senti meu coração se aquecer ainda mais. Ela passou o braço em volta dos meus ombros e me puxou para mais perto. Fiquei ali, aninhada a ela, segurando nosso filho, sentindo como se o tempo tivesse parado, como se nada mais no mundo importasse além desse momento.

Nós éramos uma família. Finalmente.

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Rockstar liberaa, precisamos de um cocudo kitnina 

Moments - KitninaOnde histórias criam vida. Descubra agora