Pov: Kit
Eu estava à frente do grupo, o frio da noite cortando minha pele enquanto caminhávamos em silêncio, como sombras através dos becos escuros da cidade. A adrenalina corria em minhas veias, o coração batendo descontrolado. Sabia que o tempo estava contra nós. A cada segundo que passava, Nina estava mais em perigo.
Ao meu redor, a Nekutai seguia em formação. Eu confiava neles com minha vida, mas agora era mais do que isso — era a vida de Nina. Se falhássemos, eu não conseguiria me perdoar.
Mimi caminhava ao meu lado, o olhar firme como sempre. Sua presença era um lembrete constante de que tínhamos uma chance — por menor que fosse. Atrás de nós, o resto da gangue seguia em silêncio: Eloá, sempre atenta e com o dedo no gatilho; Gabriel, cujos olhos não paravam de examinar o ambiente; Hinata, com a postura tensa, mas o olhar determinado; e Lucas, de andar firme, carregando mais armas do que seria considerado seguro para uma pessoa só.
Cada um deles sabia o que estava em jogo. Esse não era apenas mais um resgate. Não era uma disputa por território ou controle. Era Nina. Minha esposa. Nossa família.
Eu havia traído a Yakuza uma vez e sabia que eles queriam me dobrar, me fazer pagar. Mas dessa vez, eles mexeram com a pessoa errada. Eles pegaram Nina para me quebrar, mas subestimaram o que eu faria para protegê-la.
- Estamos chegando - sussurrou Léo, que caminhava um pouco mais à frente, com seus sentidos sempre alertas. A estrutura abandonada onde eles mantinham Nina estava à vista agora — um antigo armazém, isolado, perfeito para esconder prisioneiros e manter negociações longe dos olhos curiosos da cidade.
- Formação - murmurei para os outros. Mimi fez um sinal com a mão, e todos tomaram suas posições. Luciano, Matheus, Clary, Lorenzo e Cassie cercaram o prédio pelos lados, garantindo que não haveria rota de fuga para a Yakuza. Natasha, Elizabeth e Lurdes se posicionaram próximas à entrada traseira, prontas para dar suporte se algo desse errado.
E então havia o resto da tropa. Os recrutas, todos preparados para a batalha iminente. Cada um sabia o papel que desempenhava.
Peguei meu rádio e falei em um sussurro:
- Todos nas posições. Na minha contagem. Um. Dois... Três..
Gabriel explodiu a porta da frente com precisão. O som da explosão ecoou no ar, e imediatamente entramos em ação. Mimi e eu fomos os primeiros a atravessar os destroços, seguidos de perto por Hinata e Eloá. Lá dentro, a poeira ainda estava baixando quando os primeiros tiros foram disparados.
Havia pelo menos dez deles, homens da Yakuza, todos armados até os dentes. Mas nós éramos mais rápidos. Leonardo e Theo abriram fogo de longe, derrubando dois antes que tivessem a chance de reagir. Hinata foi uma tempestade, desarmando outro com um chute preciso no rosto antes de cravar uma faca no peito dele.
Eu avançava, mas minha mente estava apenas em um lugar: Nina. Precisava encontrá-la. Precisava tirá-la dali, custasse o que custasse.
Um dos capangas tentou me deter, mas fui mais rápido. Um soco direto na garganta o derrubou, e logo ele estava no chão, se contorcendo. Olhei ao redor, vendo Luciano e Cláudio abrindo caminho pela esquerda, enquanto Lorenzo Enzo e Mimi cuidavam da retaguarda. A batalha estava sendo vencida, mas a cada segundo, meu desespero aumentava.
Então ouvi um grito abafado. O coração acelerou. Nina.
Lá estava ela, amarrada a uma cadeira em um canto escuro, com Tatsu segurando uma faca próxima ao seu pescoço. Ele tinha o olhar impassível, um leve sorriso no rosto, como se tudo isso fosse um jogo para ele.
- Solta ela - eu disse, com a voz baixa, mas cheia de ódio. Minha arma estava apontada diretamente para ele, mas ele não parecia intimidado. - Se você quer acabar comigo, aqui estou. Deixa ela ir.
Ele riu suavemente.
- Você acha que pode sair dessa, Kitsune? Não importa o que aconteça aqui hoje, eu vou te caçar até o inferno.
Antes que eu pudesse responder, Mimi apareceu atrás dele, rápida como uma sombra. Num movimento preciso, ela desarmou o homem, empurrando-o longe de Nina.
Corri até ela, meu coração quase explodindo no peito.
- Amor... - sussurrei, enquanto desamarrava suas mãos com mãos trêmulas. - Estou aqui. Acabou.
Ela me olhou com olhos cheios de dor e alívio ao mesmo tempo, a respiração pesada. Eu a abracei, segurando-a firme, sentindo o peso do mundo desvanecer por um instante.
Mas a luta ainda não tinha acabado. O som de tiros ainda ecoava pelo armazém, mas os gritos dos nossos inimigos estavam ficando cada vez mais distantes. Miranda, Hinata e o resto da gangue haviam garantido o lugar.
Quando tudo finalmente se acalmou, me levantei, ainda segurando Nina. Ela estava abalada, mas viva. E isso era tudo o que importava.
O pouco período de tempo que ficamos a sós, o caos da batalha se dissolveu no fundo, como se o mundo ao redor tivesse desaparecido. Olhei nos olhos de Nina, seu rosto ainda marcado pelo sofrimento, mas seus lábios trêmulos formando um leve sorriso. Sem dizer nada, a puxei para mim, e nossos lábios se encontraram com urgência, o beijo carregado de todo o medo, o alívio e o amor que sentimos uma pela outra. Segurei seu rosto entre as mãos, sentindo sua pele quente contra a minha, como se precisasse me assegurar de que ela estava realmente ali.
- Eu te amo - sussurrei contra seus lábios, a voz embargada pela emoção.
- A Yakuza vai voltar - Mimi disse, nos interrompendo enquanto limpava o sangue da lâmina que segurava. - Eles nunca vão parar.
- Deixe que venham - respondi, pressionando Nina contra meu peito. - Eles tocaram na pessoa errada. E agora, vamos caçá-los até o último homem.
A Nekutai estava unida. Nós não éramos apenas uma gangue. Nós éramos uma família. E ninguém, nem mesmo a Yakuza, iria tirar isso de nós.

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Moments - Kitnina
RomanceAlguns momentos do nosso casal Kitnina para nos deixar de coração quentinho. <3 "-Eu senti tanto a sua falta, Quinn - ela sussurra, e antes que eu possa responder, ela inclina a cabeça e seus lábios tocam os meus. O beijo começa suave, mas logo...