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POV Asa

Era um dia normal, ou ao menos deveria ser. Eu estava no alto de um prédio, testando o novo uniforme que tinha projetado nos últimos dias. A ideia era simples: criar algo mais resistente, que pudesse evitar os ferimentos que andavam se acumulando. A última faca no abdômen tinha sido o alerta final de que eu precisava de algo mais eficiente.

Por isso, eu estava lá em cima, no meio da cidade, tentando descobrir até onde podia esticar os limites desse novo traje. Ele parecia ótimo no papel, mas as coisas nunca saem exatamente como planejado, né?

Respirei fundo e chequei os mecanismos no meu pulso. A ideia era que as novas luvas se conectassem aos meus poderes, permitindo que eu controlasse melhor as ilusões e me movesse com mais precisão. Dei um pequeno salto de teste, me impulsionando na borda do prédio, esperando que o traje me auxiliasse no pouso.

Ao invés disso, senti um puxão brusco. Algo deu errado. As luvas travaram, e em vez de flutuar suavemente para baixo como uma sombra, eu me desequilibrei e fui catapultada desajeitadamente em direção ao chão.

— Merda! — soltei, enquanto meu corpo girava no ar sem controle.

Eu tentei usar meus poderes para desacelerar a queda, mas estava tudo bagunçado. Senti o impacto suave do chão sob mim, não tão doloroso quanto poderia ter sido, mas certamente longe de gracioso. Caí de lado, as pernas meio torcidas, uma das mãos presa sob o próprio corpo e, para completar a cena ridícula, minha capa acabou cobrindo meu rosto.

"Ótimo, bem heroico," pensei, suspirando e tentando me desvencilhar do traje antes que alguém notasse.

— Nyx?! — Uma voz surpresa soou atrás de mim. Levantei a cabeça o suficiente para ver Rora, junto com as meninas do BabyMonster. Elas estavam todas ali, e suas expressões iam do choque à pura curiosidade.

"Ótimo, isso só pode ser brincadeira," pensei, ainda presa na posição ridícula, tentando sair com alguma dignidade.

— Precisa de ajuda? — Rora perguntou, já se abaixando ao meu lado antes que eu pudesse responder.

Eu queria recusar. Queria me levantar sozinha e sair dali antes que qualquer uma delas pudesse pensar em tirar uma foto ou fazer algum comentário engraçado. Mas, a verdade era que eu precisava de ajuda. As luvas estavam travadas, e eu mal conseguia me mover com o traje novo ainda meio desajeitado.

— Uh... acho que sim. — Minha voz saiu um pouco mais baixa e embaraçada do que eu queria.

Rora segurou meu braço com cuidado e me ajudou a me levantar, suas mãos leves e firmes. Consegui finalmente me soltar da confusão de tecido, e quando olhei para ela, percebi que ela estava tentando conter um sorriso.

— Não é todo dia que se vê uma heroína nessa situação, — Rora comentou, sem conseguir evitar uma risadinha.

— Nem me fale, — murmurei, tentando disfarçar a vergonha enquanto ajustava minha máscara.

As outras meninas do BabyMonster assistiam de longe, cochichando entre si e claramente tentando entender o que estava acontecendo. Eu sentia meu rosto esquentando debaixo da máscara, mas fiz o possível para parecer indiferente.

— Então... você está bem? — Rora perguntou, ainda me olhando como se tentasse decifrar algo.

— Estou... — respondi apressadamente, ainda ajeitando o traje. — Só alguns ajustes técnicos. Nada demais.

Eu estava pronta para me teleportar dali e fugir de toda essa situação, mas antes que pudesse, Rora deu um passo à frente.

— Tem certeza de que está tudo bem? — O tom de preocupação na voz dela me pegou de surpresa. — Da última vez que te vi, você também estava ferida. Não precisa carregar tudo sozinha, sabe?

Whispers of Reality │RORASA.Onde histórias criam vida. Descubra agora