POV ASA.
Estava no meio de uma missão delicada, em um prédio abandonado, onde informações valiosas estavam guardadas em um cofre digital. O sistema de segurança era impressionante, até mesmo para alguém com minhas habilidades, mas já estava quase concluindo o processo de extração quando senti o celular vibrar. Olhei para o visor e vi o nome de Rora.Abaixei o volume dos alarmes no fone de ouvido e atendi, esperando que fosse uma ligação rápida.
"Amor?" eu disse, com um tom de voz baixo.
"Amor, nada! Asa, onde você está?!" A voz de Rora soou firme, um pouco irritada. Não era um tom que eu ouvia com frequência, e admito que, por mais engraçado que fosse, eu sabia que ela falava sério.
"Estou... resolvendo umas coisas de trabalho. É importante," respondi, ainda mantendo o foco no laptop enquanto digitava a sequência final.
"Importante é você voltar pra casa agora!" ela continuou, e eu quase podia visualizar as mãos dela na cintura, o olhar sério e as sobrancelhas franzidas. "A janta está pronta, Asa! E Ayla está perguntando de você."
Suspirei, tentando abafar um sorriso. Havia algo inegavelmente encantador em vê-la assumir esse lado de "esposa preocupada", ainda mais sabendo que era para o meu bem. No entanto, eu também sabia que não podia exatamente me dar o luxo de largar tudo... Ou podia?
"Meu bem, só mais uns minutinhos. Eu já estou quase terminando isso aqui. Só preciso de alguns... cinco minutinhos, ok?"
"Cinco minutos é o que você disse da última vez, e você chegou quase duas horas depois," ela rebateu, agora com um tom ainda mais sério. "Dessa vez, é pra você vir agora, Asa. E nada de desculpas! O jantar vai esfriar, e Ayla vai ficar acordada esperando você."
De repente, o que parecia uma tarefa urgente começou a perder a importância. Eu podia sentir a intensidade do pedido dela, o quanto ela e Ayla estavam me esperando em casa, e a ideia de um jantar em família... era difícil resistir.
Soltei um suspiro resignado, mas com um sorriso no rosto. "Certo. Estou a caminho."
"Ótimo," ela respondeu, mas percebi um alívio em seu tom. "Vou avisar a Ayla que a mamãe está vindo."
Desliguei o telefone, um pouco derrotada mas feliz. Olhei ao redor, finalizei o que pude, desliguei o sistema de segurança temporariamente e me certifiquei de que tudo estava em ordem. A missão estava inacabada, sim, mas havia coisas que não podiam esperar, e a janta com Rora e Ayla estava no topo dessa lista.
Ativei meu teletransporte, sentindo a energia familiar me envolver enquanto me preparava para retornar. Com um piscar de olhos, já estava de volta em casa.
O cheiro de comida caseira me atingiu assim que cheguei à cozinha, e, ao ver Rora com aquele olhar de alívio e leveza, percebi que tinha feito a escolha certa. Ayla veio correndo e se agarrou às minhas pernas, rindo. Olhei para Rora, e ela, com um sorriso satisfeito, balançou a cabeça.
"E é assim que eu obedeço à minha esposa," eu disse, jogando minha jaqueta no encosto da cadeira e indo direto abraçar as duas.
Finalmente, eu estava em casa.
Rora não perdeu a oportunidade de brincar comigo assim que me aproximei dela e de Ayla na cozinha.
"Olha só! A grande Asa, heroína poderosa, capaz de enfrentar vilões, escapar de armadilhas e hackear sistemas de segurança, mas basta eu ligar para você voltar correndo," ela disse, cruzando os braços e tentando manter uma expressão séria, mas seus olhos brilhavam com diversão. "Medo da esposa, hein?"
Soltei uma risada curta e passei o braço ao redor dela, puxando-a para mais perto. "Ah, claro. Você sabe bem que sou obediente quando o assunto é minha esposa e uma boa janta."
Ela fingiu uma expressão de surpresa exagerada, colocando a mão no peito como se estivesse escandalizada. "Nossa, isso é quase uma confissão, sabia? A super Asa, obedecendo ordens porque tem medo da esposa! E ainda mentindo no telefone. Você disse que só faltavam cinco minutos! Cinco!"
"Eu sou muito honesta no campo de batalha, amor, mas com você... bom, às vezes preciso de uns cinco minutinhos extras para conseguir sair," brinquei, tentando manter a compostura. Ayla assistia à nossa interação com curiosidade e um sorriso sapeca, provavelmente sem entender tudo, mas adorando o momento.
Rora balançou a cabeça, rindo. "Isso porque eu nem usei meus poderes em você. Imagine só se tivesse."
Levantei uma sobrancelha, entrando na brincadeira. "Ah, é? Que poderes são esses, então? Quero ver você tentar me controlar, senhora Asa."
Ela revirou os olhos com um sorriso e estendeu o dedo na minha direção, numa encenação digna. "Eu tenho o poder do jantar quente e o da paciência esgotada. Isso é o bastante para qualquer heroína temer."
Dei um sorriso, acenando em concordância, e Ayla começou a rir alto, pulando ao nosso redor. "Mamãe tem poder, mamãe tem poder!"
"Pois é, Ayla, a mamãe tem o poder de me fazer largar qualquer missão para estar aqui," disse, bagunçando o cabelo dela e sorrindo para Rora.
Rora riu mais uma vez e me abraçou, seus braços ao redor da minha cintura. "Você sabe que só estou brincando... mas admito que gosto de ver você correndo para casa. Faz tudo parecer um pouquinho mais especial."
Abracei-a mais forte, encostando minha testa na dela. "Sempre que precisar de mim, é só chamar. Não tem missão mais importante do que você e a Ayla."
Ela sorriu suavemente, e eu senti uma paz genuína. Era bom estar em casa, entre aquelas que eu amava, sabendo que no fim de tudo, heroína ou não, eram elas que me davam força.
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Whispers of Reality │RORASA.
FanfictionRora é uma jovem idol em ascensão, integrante do famoso grupo de K-pop BABYMONSTER, reconhecida por sua voz angelical e personalidade doce. Apesar de seu sucesso crescente, Rora é uma garota tímida e introvertida, preferindo ficar nos bastidores em...