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Enquanto meus dedos ainda deslizavam suavemente pela pele exposta de Asa, um som agudo quebrou o silêncio. O alarme. Aquele maldito alarme que significava que algo estava errado, que Asa precisava voltar ao seu dever como Nyx. A vibração do dispositivo ecoou pela sala, interrompendo o momento entre nós, trazendo uma onda de frustração e realidade de volta.

Asa suspirou profundamente, seus olhos se fechando por um breve segundo antes de se afastar ligeiramente. Ela pegou o dispositivo que estava preso ao seu traje e o olhou rapidamente, confirmando a urgência da situação. Eu sabia o que viria a seguir. Mais uma vez, ela seria puxada para a sua outra vida, a vida de heroína, enquanto eu ficava esperando, preocupada, sem poder fazer muito mais.

— Eu preciso ir — Asa murmurou, a voz cheia de desculpas não ditas.

Eu assenti, tentando manter o controle da frustração que sentia. Não era culpa dela, eu sabia disso. Era a realidade de estar ao lado de alguém como Asa — alguém que tinha responsabilidades maiores que o próprio desejo.

— Vai lá, minha heroina — eu disse, tentando soar encorajadora. — Eu te espero aqui.

Ela me lançou um olhar de gratidão, antes de começar a vestir novamente o traje que ainda estava jogado de lado. Cada movimento dela era apressado, mas focado, e eu podia ver a transformação de Asa, a mulher que eu conhecia intimamente, em Nyx, a heroína.

— Eu volto assim que puder — Asa disse com um meio sorriso, aquele olhar determinado voltando ao seu rosto.

E com um último olhar, ela desapareceu, se teleportando para o perigo mais uma vez, enquanto eu ficava para trás, sentindo o peso de sua ausência e o constante medo do que poderia acontecer lá fora.

Asa voltou ao esconderijo finalmente em paz. A batalha tinha sido intensa, e o peso da responsabilidade ainda estava presente em seus ombros, mas pelo menos o perigo imediato havia passado. Cada parte de seu corpo doía, mas, ao mesmo tempo, a imagem de Rora estava sempre em sua mente, e a ideia de vê-la novamente fez com que ela suportasse mais um pouco.

Ela se teleportou de volta para o esconderijo, e a sensação de familiaridade a envolveu quando avistou Rora esperando no mesmo lugar. O alívio no rosto de Rora era palpável, seus olhos se iluminando ao ver que Asa tinha retornado, machucada, mas viva.

— Você está bem? — Rora perguntou, o tom sério, mas o alívio era evidente na voz dela.

Asa sorriu, balançando a cabeça. — Sim, agora está tudo bem.

Depois de um breve momento, Asa a levou de volta para o dormitório, onde Rora e as outras meninas moravam. O caminho foi silencioso, mas não havia desconforto — apenas um entendimento mútuo de que, por mais que as palavras fossem importantes, a presença uma da outra falava mais alto naquele momento.

Quando chegaram ao dormitório, Asa se preparou para se despedir. Ela estava exausta e sabia que, por mais que quisesse ficar, aquele provavelmente seria o fim da noite.

— Acho que já é hora de eu ir — Asa murmurou, preparando-se para se teleportar de volta para o seu próprio lugar.

Mas antes que ela pudesse completar o movimento, Rora segurou seu braço, o toque suave, mas firme. Asa olhou para ela, surpresa, e viu a hesitação nos olhos de Rora.

— Fica — Rora disse, a palavra saindo quase como um sussurro.

Asa ficou quieta por um segundo, absorvendo o que Rora havia dito. Aquela única palavra parecia carregar tanto peso, tanto desejo escondido que Asa quase não conseguiu acreditar no que estava ouvindo. Ela sentiu o coração acelerar, e a fadiga que sentia momentos antes começou a desaparecer, substituída por algo muito mais forte. Ela não precisava de mais nada além daquele pedido para entender o que Rora queria dizer.

Whispers of Reality │RORASA.Onde histórias criam vida. Descubra agora