17.

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POV ASA

Na empresa, eu tentava me concentrar no trabalho, mas parecia impossível. Tudo ao meu redor estava embaçado, como se eu estivesse vivendo num sonho, e havia apenas uma coisa — ou melhor, uma pessoa — que não saía da minha cabeça: Rora. Desde o momento em que nos despedimos naquela manhã, eu não conseguia parar de pensar nela, no jeito que ela sorriu para mim ao sair do quarto, no calor que ainda sentia da noite passada.

Cada tarefa que eu tentava realizar parecia inútil. Tentei revisar alguns arquivos, mas as palavras se misturavam na tela, perdendo todo o sentido. Minha mente voltava para Rora, para os momentos que compartilhamos e para a vontade crescente de vê-la de novo. Não podia esperar até o fim do expediente. Eu precisava dela, nem que fosse só por um minuto.

Sem pensar muito, tomei uma decisão. Meus dedos deslizaram pelo meu comunicador, verificando a localização de Rora dentro do prédio. Ela estava no andar de baixo, provavelmente ensaiando ou em alguma reunião. Isso não importava. Eu me preparei mentalmente, senti o familiar puxão da energia mágica se acumulando, e em um piscar de olhos, desapareci da minha sala.

Quando abri os olhos, já estava do lado de Rora. Ela deu um pequeno sobressalto quando me viu surgir do nada, seus olhos arregalados de surpresa. Estava em uma sala mais afastada, uma das salas de treino.

— Asa? O que você tá fazendo aqui? — ela perguntou, a confusão rapidamente se transformando em um sorriso divertido.

Eu me aproximei dela sem dizer nada, um sorriso travesso nos lábios. Antes que ela pudesse reagir, segurei sua mão e, sem pensar duas vezes, nos teletransportei diretamente para a minha sala. O ambiente ao nosso redor mudou instantaneamente, e quando voltamos ao meu escritório, a surpresa de Rora deu lugar a uma risada suave.

— Você realmente não consegue esperar, né? — Ela riu, e sua voz tinha aquele tom brincalhão que eu adorava.

— Eu só queria te ver — respondi, com um tom que saía mais suave do que eu esperava.

Rora sorriu, e o brilho nos olhos dela fazia meu coração bater mais rápido. Eu a puxei para mais perto, envolvendo meus braços ao redor da sua cintura, e ela não resistiu. Pelo contrário, passou os braços em volta do meu pescoço e inclinou a cabeça levemente, olhando para mim com uma expressão que misturava curiosidade e diversão.

— Só isso? — ela perguntou, levantando uma sobrancelha, como se estivesse me desafiando.

Eu ri baixinho, sem responder. Em vez disso, inclinei-me e capturei seus lábios com os meus, sentindo uma onda de alívio e desejo ao mesmo tempo. Beijá-la era tudo que eu precisava naquele momento, como se todo o estresse e preocupação simplesmente desaparecessem. O mundo inteiro se desfez ao nosso redor, restando apenas nós duas.

Os lábios dela eram macios e quentes, e o jeito como ela respondia ao meu beijo fazia meu coração disparar. Rora era tudo que eu queria, e naquele instante, eu não queria pensar em mais nada. Minhas mãos deslizaram para suas costas, puxando-a mais para perto, e senti os dedos dela brincando com a nuca do meu cabelo, me enviando arrepios.

— Você sabe que isso é completamente irresponsável, né? — ela murmurou contra os meus lábios, rindo entre o beijo.

— Talvez — respondi, sorrindo de volta. — Mas você acha fofo.

Ela riu de novo, sem negar, e me beijou de volta com mais intensidade, como se estivesse gostando de quebrar as regras por um momento. Eu podia sentir o calor do corpo dela contra o meu, e isso só me deixava com mais vontade de prolongar aquele momento. Rora era viciante, de um jeito que eu não conseguia controlar, e tê-la assim, só para mim, me fazia esquecer de tudo ao redor.

Whispers of Reality │RORASA.Onde histórias criam vida. Descubra agora