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POV Asa

O jantar estava correndo de maneira surpreendentemente tranquila, exceto pelo crescente calor entre nós que ia além da comida e da conversa. Tudo parecia fluir com um certo equilíbrio, até que senti um leve estremecimento no ar. Não era uma sensação comum, mas algo que minha experiência como Nyx havia me ensinado a reconhecer: perigo.

Meus sentidos se aguçaram instantaneamente, e enquanto tentava disfarçar meu súbito nervosismo, meus olhos varreram o ambiente ao redor. A sensação de perigo crescia, algo estava errado, muito errado. Meu instinto gritava para agir, e o mais preocupante era que Rora estava ali, comigo, vulnerável.

Foi então que o som ensurdecedor de uma explosão reverberou pelas ruas, fazendo o restaurante tremer. Luzes piscavam lá fora, e as pessoas ao nosso redor começaram a se mover em pânico, levantando-se de suas mesas em uma confusão desenfreada. O caos começou a se espalhar.

Rora me olhou, os olhos arregalados de surpresa e medo, mas não disse nada. Ela sabia. Sabia o que aquilo significava para mim, mesmo que não dissesse em voz alta. Minha mente já estava processando as opções.

— Asa... — Rora começou a falar, mas eu a cortei.

— Não há tempo, preciso levar você para um lugar seguro.

Ela hesitou, mas antes que pudesse protestar, levantei-me rapidamente e segurei sua mão. Meu coração batia descompassado, não pela luta iminente, mas pela necessidade de proteger Rora acima de tudo. Eu nunca havia levado alguém para o meu lugar secreto antes, mas agora não havia outra escolha.

Sem perder tempo, puxei-a para mais perto de mim, colocando minha mão em sua cintura.

— Confie em mim — disse, os olhos fixos nos dela.

Ela não teve tempo de responder, porque no segundo seguinte, o familiar brilho suave do teletransporte nos envolveu, e senti seu corpo se enrijecer levemente contra o meu enquanto o mundo ao nosso redor desaparecia em uma nuvem de energia pulsante.

A sensação de teletransporte não era algo fácil de descrever, e para quem experimentava pela primeira vez, podia ser desorientador. Era como se o espaço ao redor se contraísse em um segundo, e no instante seguinte, explodisse novamente em um novo local. Senti Rora se agarrar instintivamente a mim enquanto o processo acontecia, e em um piscar de olhos, estávamos no meu esconderijo.

Era um espaço protegido, que eu havia projetado minuciosamente ao longo dos anos, oculto e seguro, com tecnologia de ponta que mantinha qualquer ameaça afastada. As luzes automáticas se acenderam quando chegamos, revelando o ambiente high-tech com equipamentos de vigilância, armamentos e dispositivos de última geração. Era um lugar que eu nunca tinha mostrado a ninguém, meu refúgio pessoal e secreto.

Eu soltei Rora lentamente, permitindo que ela recuperasse o equilíbrio. Seus olhos vagaram pelo espaço ao redor, surpresa e talvez um pouco assustada com tudo que estava vendo. Eu sabia que ela tinha muitas perguntas, mas agora não era o momento para respostas.

— Fique aqui. Você estará segura — falei rapidamente, já me preparando para voltar à cena do ataque.

— Asa, você não pode simplesmente... — ela começou, mas a urgência em meus olhos a fez parar.

Eu sabia que ela não gostava da ideia de ser deixada para trás, mas não havia escolha. Era a única forma de mantê-la fora de perigo enquanto eu enfrentava o que estava por vir.

— Confie em mim — repeti, a voz firme.

Ela assentiu lentamente, embora relutante, e eu senti uma onda de alívio por pelo menos garantir sua segurança. Dei um último olhar para ela, gravando sua expressão preocupada em minha mente, antes de me teletransportar de volta para a batalha que esperava por mim.

Whispers of Reality │RORASA.Onde histórias criam vida. Descubra agora