Whispers of Reality │RORASA.

8.

POV Asa

Eu estava em minha sala, focada nas intermináveis revisões dos protocolos de segurança. Depois da bronca monumental que meu pai me deu pela falha na segurança durante o ataque na praça, minha cabeça latejava e o estresse era insuportável. Cada detalhe precisava ser revisado minuciosamente, como se toda a responsabilidade pelo bem-estar das meninas estivesse em minhas mãos. E, de certo modo, estava.

Meus olhos vagaram pelo escritório enquanto eu fazia uma pausa para tomar um gole de café. O ambiente era frio e impessoal, muito parecido com meu relacionamento com meu pai. Ele era implacável quando se tratava de trabalho, e eu tinha que ser ainda mais rígida comigo mesma.

Mas enquanto tentava me concentrar nas planilhas e relatórios, minha mente continuava voltando àquela coincidência estranha... O machucado que eu e Nyx compartilhávamos. Ou melhor, o machucado que Rora viu tanto em Nyx quanto em mim. Eu ainda me lembrava de sua expressão preocupada enquanto cuidava de mim, e de como sua mão era incrivelmente suave contra minha pele ferida.

O fato de que Rora viu o mesmo machucado em Nyx e depois em mim estava começando a me deixar inquieta. Ela ainda não havia dito nada sobre isso diretamente, mas a preocupação que vi em seus olhos naquele momento não me deixava em paz.

“Será que ela suspeita?” Pensei comigo mesma, recostando-me na cadeira e fechando os olhos por um momento. Era um risco que eu sempre corria, mas agora parecia mais real do que nunca. “Eu preciso ter cuidado.”

Talvez fosse uma boa ideia desviar as atenções por um tempo, focar em manter a rotina e me afastar de situações que pudessem expor minha identidade. Mas... como eu faria isso com Rora sempre tão próxima?

POV Rora

Enquanto Asa trabalhava freneticamente em sua sala, eu estava em um dos lounges da empresa, tentando relaxar um pouco depois do treinamento intenso com as meninas do BabyMonster. No entanto, relaxar parecia impossível. Minha mente não parava de correr, pensando incessantemente em tudo o que havia acontecido nos últimos dias.

Nyx tinha me salvado tantas vezes naquela semana que eu mal conseguia contar. Primeiro, de um acidente de carro que poderia ter sido fatal. Depois, de um assalto que quase saiu do controle. E até mesmo de um cara com intenções questionáveis que me abordou enquanto eu voltava para casa uma noite. Cada vez que ela aparecia, parecia que estava no lugar certo na hora certa. Como ela fazia isso? Era quase como se estivesse me vigiando de longe, garantindo minha segurança a todo custo.

E enquanto Nyx estava sempre ali, Asa também não saía da minha cabeça. Era confuso. Eu me pegava olhando para o Instagram da filha do meu chefe mais vezes do que gostaria de admitir. Eu sabia que era errado. Quer dizer, quem olha tanto assim o perfil da filha do próprio chefe? Mas havia algo em Asa que me atraía. A gentileza que ela demonstrava, misturada com sua força silenciosa, me deixava intrigada.

Passei os dedos pelo celular, abrindo e fechando a aba de mensagens, me perguntando se deveria mandar algo para ela. Várias vezes comecei a digitar uma mensagem, apenas para apagá-la em seguida. Talvez fosse melhor eu não dizer nada. Não queria parecer intrometida ou, pior, invasiva. No entanto, a preocupação com o machucado que vi em seu abdômen não me deixava em paz.

"Oi, Asa. Como está o machucado? Está melhorando?" Digitei, hesitando antes de apagar tudo de novo. Isso parecia invasivo demais.

"Ei, só queria saber se está tudo bem com você depois do que aconteceu..." Mais uma vez, apaguei. Não soava certo.

Eu suspirei, frustrada comigo mesma. Por que era tão difícil mandar uma mensagem simples? Eu não deveria estar tão obcecada com isso. Talvez fosse apenas porque Nyx e Asa estavam constantemente em minha mente, confundindo meus sentimentos. Eu finalmente decidi por uma abordagem simples: