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Estávamos todas sentadas no chão da sala comum do dormitório, com peças de um jogo de tabuleiro espalhadas por toda parte. Ahyeon, sempre a estrategista, estava explicando as regras pela quarta vez, já que ninguém parecia prestar muita atenção. Ruka e Pharita riam de algo que Chiquita havia dito, e Rora estava ao meu lado, os olhos atentos no jogo, mas com um sorriso despreocupado nos lábios.

Eu tentava me concentrar, mas era difícil. Entre a confusão das regras e o caos alegre que as meninas sempre traziam, meus pensamentos estavam voltados para algo muito maior: Rora.

Desde a luta, tudo parecia diferente. O jeito que ela cuidou de mim, como estávamos mais próximas... era impossível ignorar os sentimentos que estavam crescendo em mim. A cada vez que ela olhava para mim, eu sentia uma onda de calor, uma conexão que não era só física. Era algo mais profundo, algo que me deixava assustada, mas ao mesmo tempo, eu sabia que não havia mais volta.

— Asa! — Ahyeon gritou, estalando os dedos na minha frente. — É sua vez! Concentra!

Eu pisquei, percebendo que estava completamente perdida em meus pensamentos. — Desculpa, me distrai.

Rora riu suavemente ao meu lado, seu ombro roçando o meu de leve. — Você está assim desde que começamos, sabia? — ela disse, em um tom brincalhão.

Eu sorri de volta, tentando me concentrar no jogo, mas a verdade é que tudo ao redor parecia secundário. Meu coração estava batendo mais rápido, e eu sabia exatamente o motivo.

As risadas continuavam ao nosso redor, as provocações e brincadeiras das meninas enchiam o espaço, mas meu foco estava em Rora. No jeito que ela jogava o cabelo para o lado, na forma como seus olhos brilhavam quando ria das bobagens de Chiquita, ou mesmo como sua voz suavizava quando falava diretamente comigo.

Eu estava apaixonada. Era simples assim. Não havia mais dúvidas, nem confusão. Eu a amava.

— Ei, Asa! — Ruka riu, percebendo que eu estava longe mais uma vez. — Você tá mesmo em outro mundo hoje, hein?

— É claro que ela está — Ahyeon provocou, com um sorriso travesso. — A gente sabe muito bem por quê.

— Não é, Rora? — Pharita completou, piscando para Rora, que revirou os olhos, mas riu junto.

Eu tentei disfarçar a avalanche de sentimentos que passava por mim, mas era impossível. Todo o ambiente parecia conspirar para que eu percebesse, finalmente, o que estava bem diante de mim. Não importava que eu fosse Nyx, que tivesse uma vida dupla cheia de responsabilidades e perigos. Não importava o que acontecesse com minhas missões ou meu passado.

O que importava era que, naquele momento, ali com Rora, com as meninas rindo e se divertindo ao nosso redor, eu sabia que havia encontrado algo que valia a pena lutar. O amor que sentia por ela não podia mais ser ignorado.

Rora olhou para mim, o sorriso suave ainda presente, e eu senti o coração quase parar. Não havia mais fuga, mais esconderijo. Eu a amava, e isso era tudo o que importava.

Com um sorriso tímido, peguei a peça do jogo e movi, sem realmente me importar com o que estava fazendo. Minhas prioridades haviam mudado completamente, e eu sabia que, dali em diante, nada mais seria o mesmo.

Pov Rora:

Naquela noite, tudo parecia diferente. O riso das meninas havia desaparecido aos poucos, e o dormitório se acalmou enquanto cada uma ia para seus respectivos quartos. Eu ainda estava com Asa, e o silêncio que agora preenchia o ambiente nos envolvia de uma forma estranha, mas reconfortante.

Depois de tantas provocações e brincadeiras, o dia havia passado, e agora estávamos no meu quarto. Eu me sentia inquieta, mas ao mesmo tempo, havia uma paz que eu não conseguia explicar. A presença de Asa me trazia uma sensação de segurança que era nova para mim. A ideia de que ela, com todo seu poder e força, estava aqui por mim, fazia com que meu coração se acalmasse de um jeito inesperado.

Whispers of Reality │RORASA.Onde histórias criam vida. Descubra agora