14.

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Depois que Rora terminou de cuidar do corte no meu peito, ficamos ali no meu esconderijo, em um silêncio que parecia mais denso do que o normal. Ela estava sentada ao meu lado no sofá, seus dedos ainda sujos dos curativos que tinha feito em mim, enquanto eu tentava ignorar a dor no meu corpo e me concentrar em algo mais leve. Mas então, ela quebrou o silêncio com uma pergunta que me pegou desprevenida.

— E a Shadowstrike... — Ela começou, de um jeito casual, mas eu percebi um leve tom de ciúmes na voz. — Ela parece estar bem... interessada em você.

Meu corpo enrijeceu um pouco, e eu virei meu rosto para olhá-la. Rora estava olhando para frente, tentando parecer relaxada, mas eu podia sentir a tensão no ar. O jeito que ela falou de Shadowstrike me deixou inquieta.

— Não é nada disso — eu disse, rapidamente, tentando cortar o mal pela raiz. — Ela... é só minha parceira. Só isso.

Eu vi o jeito que Rora arqueou a sobrancelha, como se não estivesse totalmente convencida. E, naquele momento, senti meu coração acelerar. O que eu poderia dizer para deixar tudo claro? Não queria que ela pensasse que havia algo entre mim e Shadowstrike, porque não havia. Mas a ideia de Rora achando que sim me deixava inquieta de um jeito que eu não sabia controlar.

— Sério, Rora — comecei a me explicar, quase desesperada. — A Shadowstrike pode ser... intensa, mas isso não significa nada. Eu... eu não vejo ela desse jeito.

Eu me aproximei dela sem perceber, meus olhos buscando os dela, querendo que ela entendesse. Queria que Rora soubesse que ela era a única que realmente importava para mim, mas as palavras estavam presas na minha garganta. Eu não sabia como explicar isso, como mostrar o que eu sentia sem parecer um desastre completo.

Foi então que ela se virou para mim, os olhos intensos encontrando os meus. E, de repente, tudo pareceu muito claro. A tensão no ar, a proximidade, o calor que subia pelo meu corpo. Eu sabia o que queria fazer.

Sem pensar muito, meus olhos caíram para os lábios dela, e antes que eu pudesse me controlar, me inclinei para frente e a beijei.

O choque inicial fez com que o mundo ao nosso redor desaparecesse. Minhas mãos foram imediatamente para sua cintura, puxando-a para mais perto enquanto nossos lábios se encontravam. O beijo começou suave, hesitante, mas logo se tornou mais intenso, como se toda a emoção que eu estava segurando tivesse explodido de uma vez.

Rora, surpresa no início, logo respondeu ao beijo, seus lábios macios se movendo contra os meus com uma urgência que eu não esperava. Suas mãos subiram, deslizando pelo meu pescoço até chegarem à minha nuca, puxando-me para mais perto, aprofundando o beijo. Quando nossas línguas finalmente se encontraram, senti uma onda de calor percorrer meu corpo, e qualquer dor que eu tinha desapareceu naquele momento.

O gosto dela, a sensação do toque suave de suas mãos contra minha pele, tudo parecia certo. Minhas mãos desceram por sua cintura, explorando cada curva enquanto o beijo ficava cada vez mais intenso, nossas respirações se misturando. Cada movimento era uma nova onda de eletricidade entre nós.

No meio do beijo, senti os dentes dela prenderem meu lábio inferior, uma mordida leve que fez meu corpo inteiro estremecer. O gesto provocador me fez sorrir contra os lábios dela, e eu retribuí com uma série de pequenos selinhos, não querendo me afastar dela ainda.

Quando finalmente nos separamos, nossos rostos ainda estavam próximos, nossas testas se tocando enquanto tentávamos recuperar o fôlego. Eu abri meus olhos lentamente, vendo o sorriso suave no rosto de Rora, e soube que nada precisava ser dito naquele momento. Estava tudo claro entre nós.

Ainda tentando recuperar o fôlego, eu olhei para Rora, meu coração batendo forte contra meu peito. O momento parecia perfeito, mas ao mesmo tempo, meu corpo ainda estava uma bagunça de adrenalina e confusão. Com um sorriso no rosto, tentei quebrar o silêncio que pesava entre nós.

— Eu... acho que isso responde qualquer dúvida sobre a Shadowstrike, né? — minha voz saiu baixa, um pouco rouca, mas com uma pitada de humor.

Rora não respondeu com palavras. Em vez disso, seus olhos brilharam por um segundo antes de, sem hesitar, inclinar-se de novo e me beijar. Foi mais intenso dessa vez, como se ela quisesse garantir que não restava nenhuma dúvida, nenhuma distância entre nós. O toque dela era firme e apaixonado, e eu me perdi no calor do momento.

Sem nem pensar, minhas mãos automaticamente deslizaram para a cintura dela, segurando-a com firmeza enquanto ela se inclinava mais para cima de mim. O beijo foi ficando mais urgente, e o calor que emanava dela se espalhava pelo meu corpo, deixando-me tonta de desejo. Não consegui evitar; em meio àquela necessidade de senti-la ainda mais próxima, empurrei-a suavemente para trás, fazendo com que ela se deitasse no sofá.

Ainda sem quebrar o beijo, me inclinei sobre ela, meu corpo pairando por cima enquanto nossas bocas continuavam em uma dança intensa. O toque dos lábios dela contra os meus me deixava sem fôlego, e eu me perdi completamente na sensação do corpo dela contra o meu, dos nossos ritmos se alinhando. Minhas mãos deslizaram dos quadris dela para seu abdômen, sentindo a curva suave da pele sob o tecido.

A cada segundo, o beijo parecia crescer em intensidade, como se estivéssemos explorando algo novo e desconhecido. Rora, agora deitada, mantinha uma das mãos na minha nuca, enquanto a outra deslizava pelo meu braço, seu toque suave, mas firme, guiando meus movimentos. Quando nossas línguas se encontraram novamente, uma onda de calor me percorreu, fazendo com que eu esquecesse completamente qualquer outra coisa além daquele momento.

Eu me permiti aproveitar o contato, explorando o gosto dela, sentindo a suavidade dos lábios de Rora e o jeito que ela respondia a cada movimento meu. Não havia mais barreiras, mais dúvidas ou mal-entendidos entre nós. Estávamos ali, uma com a outra, e tudo parecia absolutamente certo.

Eu estava completamente imersa no momento, cada sensação amplificada pelo calor de Asa contra mim. Quando ela me deitou no sofá, meu corpo reagiu instantaneamente ao peso dela por cima de mim, e o beijo ficou ainda mais intenso. Eu nunca tinha sentido algo assim antes — a mistura de urgência, desejo e carinho se entrelaçava em cada toque, cada respiração compartilhada.

Minhas mãos encontraram o caminho para a nuca de Asa, e eu puxei-a para mais perto, querendo sentir cada parte dela, cada movimento. O calor da pele dela contra a minha boca, a sensação dos músculos sob meus dedos enquanto eu deslizava as mãos por seus braços... tudo era eletrizante.

Eu queria mais. Muito mais.

Sem hesitar, minhas mãos começaram a trabalhar nas bordas da camiseta dela. Eu já estava pensando nisso há tempos — a curiosidade, o desejo de sentir sua pele contra a minha, de tocar a barriga que sempre me fazia perder a concentração. Com um movimento suave, comecei a puxar a camiseta de Asa para cima, sem quebrar o contato dos nossos lábios. Ela se afastou apenas o suficiente para que eu pudesse tirar a peça, e o tecido deslizou pelo corpo dela até que estivesse fora, jogado de lado no chão.

Meus olhos rapidamente foram atraídos para a pele exposta de Asa, e por um momento, fiquei sem palavras, sem fôlego. Finalmente, minhas mãos percorreram a barriga dela, sentindo a suavidade misturada com a firmeza dos músculos. Era tudo que eu tinha imaginado e mais. Meu toque era curioso, explorando cada detalhe enquanto ela respirava profundamente, como se tentasse manter o controle.

Asa fechou os olhos, como se estivesse aproveitando a sensação tanto quanto eu. Passei as mãos pela lateral do corpo dela, sentindo cada centímetro, absorvendo o calor da pele dela. Ela parecia tão forte e ao mesmo tempo tão vulnerável. Isso me deixava completamente hipnotizada.

— Eu sempre quis fazer isso — murmurei quase sem pensar, minhas palavras saindo em um suspiro enquanto continuava a explorar o corpo dela com meus dedos.

Asa sorriu, aquele sorriso que sempre mexia comigo, e inclinou-se para mais perto. Eu sabia que ela sentia o mesmo. Sabia que tudo aquilo estava levando nossa conexão a um novo nível, e era algo que eu desejava mais do que qualquer outra coisa.

Enquanto meus dedos deslizavam pela barriga dela, senti Asa estremecer levemente, seu corpo respondendo ao meu toque de uma maneira que me fez sentir ainda mais confiante.

Whispers of Reality │RORASA.Onde histórias criam vida. Descubra agora