Corações em Conflito: Romance Cristão

Vinte Dois

— Deveríamos vir mais vezes. — Comentou Israel ao meu lado. Ele tinha aparecido no meio da multidão e se juntado a nós. Era nítido que um dos seus interesses ali, além de buscar a Deus, era encontrar uma namorada. Camilla já tinha me falado sobre isso. — Está gostando, Roberta? — Disse em alto e bom som. Eu estava entre os dois, então era impossível não ouvir.

Eita espírito de Salomão! Israel era quase irritante com seu ímpeto em buscar mil e uma esposas.

Roberta, por outro lado, encarou Israel por alguns segundos e sorriu secamente. Quase gargalhei com sua reação, admirando-a. Eu amava as respostas de Roberta; até quando ela não respondia, eu gostava.

— Disfarça, Pedro. — Roberta sussurrou ao meu ouvido. Senti um arrepio pela respiração quente, mas tratei de disfarçar.

Lembrei-me novamente de Joyce. Em quatro anos e alguns meses, todas as vezes que aquilo acontecia, ríamos juntos para que ninguém ficasse sem graça. Mas aquela foi a primeira vez que aconteceu com outra mulher. Não soube bem como me portar, mas felizmente Roberta não parecia ter notado.

— Você está parecendo que vai rir a qualquer momento. — Completou. Foi então que prestei atenção e desfiz minha expressão de verdadeira alegria.

De repente, quis me confrontar sobre meu relacionamento com Joyce, na verdade, sobre o seu fim.

Recebi oração de uma irmã missionária. Sempre fui apaixonado pelos cultos de ensino. Não havia necessidade de receber um recado, mas quando o recebi, desejei não tê-lo ouvido.

Certa vez encontrei no celular algo que dizia que, se você quer saber o valor de um ano, pergunte a um garoto que repetiu de ano. Para saber o valor de um mês, pergunte a uma mulher que teve um filho prematuro. Para saber o valor de uma semana, pergunte a um editor de jornal semanal. O valor das horas, pergunte a alguém que faz extras no trabalho. Para saber o valor dos minutos, pergunte a um médico que tenta salvar uma vida em risco por uma fatalidade.

Eu tive quatro anos e oito meses com Joyce. E foram bons anos.

Tentei ser como Jó, mas acabei questionando várias vezes o porquê. Eu não tinha apenas o desejo de construir uma família; eu já tinha todo esse plano concreto. Sabia onde iria morar e como viveria. Suspirei desiludido.

Que seja feita a Tua vontade. Repito para mim mesmo.