Dezenove

8 2 0
                                    

WhatsApp
Maya (Prima)

Minha mãe e eu viemos para a casa da minha avó. Ela fez uma cirurgia de catarata e alguém tinha que cuidar dela. Mas por que pergunta?

Li algumas vezes a última mensagem. Parecia desonesto aceitar o convite de Pedro, mesmo sabendo que não havia nenhuma chance de algo entre nós. Não que não pudesse haver, mas eu não conseguia identificar nada além de amizade em nossa relação. Eu não era uma ameaça ao seu plano de constituir uma magnífica família; estava mais para uma personagem secundária.

Já que Pedro não me daria opção, decidi tomar um banho e esperar sua chegada em minha casa. Não tinha nenhum compromisso agendado.

Talvez eu marcasse de sair com Maya, mas como ela mesma acabou de responder, estava em outra cidade cuidando da mãe da minha tia. Essa cirurgia devia ter acontecido de repente, pois Maya não havia comentado nada comigo antes.

Eu deveria avisá-la, certo? Não fazê-lo seria como esconder um segredo ou mentir. Suspirei, pegando novamente o celular. Como Camilla e Kael também iam, talvez eu pudesse aliviar a notícia.

Eu
"Estou perguntando porque chamaram para ir à sede. Presumo que você não vá, mas melhoras para sua avó."

Maya (Prima)
Não mandaram nada no grupo, estranho. Por ele ser líder, tenho certeza que Pedro vai, então fique de olho nele ;) Me conte tudo depois.

Suspirei. Não foi tão ruim quanto imaginei. Maya era esperta, e era claro que Pedro iria. E, melhor ainda, ela me incumbiu de ser a babá. Pelo menos, não questionou quem me convidou, já que não havia convite no grupo aberto para todos os jovens.

Meu avô, de repente, começou a assobiar uma melodia qualquer. Ele estava em pé na porta, com as mãos para trás, aparentando desinteresse. Adentrou meu quarto, avaliando a mobília e, por fim, a roupa que eu usava.

Um moletom verde escuro, calça wide leg preta e um tênis branco. Basicamente o básico. Meu avô mexeu a língua dentro da boca, demonstrando que estava analisando tudo, mas não questionou. Ainda com uma das sobrancelhas levantadas, achando graça da situação, respondeu:

— Agora entende por que sua avó se apaixonou. O senhor surgindo assim, eu quase fiquei apaixonada. — Foi a vez do meu avô levantar a sobrancelha desconfiado. — É sério, com essa pose de homem sério.

— Eu sou um homem sério. — Respondeu ele, convicto do seu charme. — Mas não foi isso que fez sua avó se apaixonar por mim. Eu era um problemão na sua idade. Acredito que deve ter sido o amor de Deus mesmo. Uma moça tão boa se envolvendo justamente comigo. — Sorri de lado. Essas lembranças sempre traziam o melhor do meu avô. — Oro a Deus para que aconteça o mesmo com você, minha filha. — Eu quis rir.

— Agora esse problemão aqui está de saída. — Apontei para mim, após uma buzina soar. — Não se preocupe. Estou com a chave e o celular. Vou com alguns jovens a um culto.

— Vai na igreja? — Meu avô perguntou surpreso.

— Para deixar claro, não me deram opção. — Disse, pegando minhas coisas e me olhando uma última vez no espelho.

— Quem?

— Pedro. — Disse, beijando sua bochecha e já saindo do quarto. — Ele está na porta.

Percebe quando sorriu em resposta.

***

Se puderem votem e comentem! Deus abençoe!

Corações em Conflito: Romance CristãoOnde histórias criam vida. Descubra agora