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FLORIAN WIRTZ:

Acordei e, ao abrir os olhos, a primeira coisa que vi foi Ayanna, com seus cabelos loiros espalhados pelo travesseiro. Uma visão que sempre me trazia uma sensação de paz. Eu ainda não acreditava que estávamos juntos novamente, depois de tantas idas e vindas. Ela parecia tão tranquila, tão perfeita ali. Levantei-me com cuidado para não acordá-la e fui até a cozinha preparar meu café da manhã.

Enquanto estava na cozinha, não conseguia parar de pensar em como nossa relação havia evoluído. Desde que voltamos a nos ver, havia algo diferente entre nós — uma conexão renovada, como se tivéssemos passado por um campo de batalha e saído mais fortes.

Após um tempo, Ayanna apareceu, já pronta para o trabalho, me fazendo lembrar de como ela sempre estava disposta a dar o melhor de si, não importa a situação. Tomei um banho rápido e, enquanto me vestia, ela estava na sala ajustando seu cabelo.

— Você está linda, sabia? — comentei, sorrindo.

— Obrigada, você também está ótimo — respondeu com aquele sorriso que sempre me derretia.

Antes que eu pudesse perguntar sobre o que faria hoje, ela se aproximou e me deu um beijo suave, uma despedida que deixou meu coração acelerado.

— Cuida de você, tá? — disse ela, saindo pela porta.

— Sempre! — respondi, vendo-a desaparecer do campo de visão.

Enquanto tomava minha vitamina, tentei focar no treino do dia. Sabia que precisava me concentrar, mas a presença dela ainda estava viva em minha mente. De repente, ouvi a campainha tocar, e fui até a porta, curioso. Ao abrir, me deparei com Clara, segurando uma caixa com uma expressão séria no rosto.

— Oi, Clara. O que você está fazendo aqui? — perguntei, tentando esconder meu desconforto.

— Precisamos conversar — ela disse, entregando a caixa a mim. Abri com a expectativa de encontrar algo inofensivo, mas ao olhar para dentro, meu coração disparou. Um sapatinho de bebê e um teste de gravidez.

— O que...? — mal consegui terminar a frase. Fiquei em choque, sem reação.

— Estou grávida, Wirtz. E é seu — disse ela, com uma certeza que eu nunca esperaria dela.

Senti um turbilhão de emoções: confusão, raiva, desespero. Não sabia como processar aquilo.

— Olha, eu vou assumir, mas preciso de um teste de DNA. — A verdade é que precisava ter certeza antes de me comprometer.

— Você acha que eu mentiria sobre a paternidade? — Clara respondeu, indignada.

— Não, mas é preciso, para todos nós — contra-argumentei, tentando manter a calma, mas a frustração estava começando a transparecer.

Clara se levantou, visivelmente irritada. — Você não quer assumir! É isso que você está dizendo!

— Não é isso! Eu só quero ter certeza do que está acontecendo! — tentei explicar, mas ela estava longe de ouvir.

Ela começou a falar sobre como eu a deixei e como tudo tinha mudado. A raiva estava tomando conta dela, e logo, seus olhos se fixaram em algo no chão. Ela se aproximou do sofá e viu a pulseira de Ayanna que tinha deixado ali.

— É outra, não é? — perguntou, com um tom de acusação na voz. — Quem é essa garota?

— Isso não é sobre ela! — retruquei, já perdendo a paciência.

— Ah, claro! Você estava com ela! Eu vi a mala no seu quarto! — Clara apontou, agora furiosa, enquanto entrava no cômodo e puxava a mala para fora. — Você voltou pra ela, depois de tudo que passamos?

Destinados || Florian WirtzOnde histórias criam vida. Descubra agora