AYANNA ROMANOV:
O sol já começava a iluminar o quarto através das cortinas entreabertas, e eu abri os olhos lentamente, sentindo a calma de um novo dia. Meu corpo estava aquecido pelos lençóis, e o som suave da respiração de Wirtz ao meu lado me lembrou do que havia acontecido na noite anterior.
Olhei para ele por um momento, observando-o dormir com o rosto sereno. A paz que ele transmitia enquanto dormia contrastava com o turbilhão de sentimentos que tomavam conta de mim. A realidade do que tínhamos feito ainda estava crua, como uma ferida que eu não sabia se queria esconder ou tratar. Eu estava dividida entre a sensação de um reencontro tão esperado e a culpa que sussurrava nos meus pensamentos. O que isso significava? O que seria de nós a partir daqui?
Eu me mexi levemente, tentando sair da cama sem acordá-lo. Precisava de ar, de espaço para pensar. A noite passada tinha sido intensa, carregada de emoção e uma espécie de reencontro de almas, mas agora a realidade estava batendo à porta com força. Wirtz murmurou algo em seu sono, virando-se para o lado, o que me deu a chance de sair da cama sem acordá-lo.
Levantei devagar, sentindo o frio do chão nos meus pés descalços. O quarto parecia em silêncio absoluto, com apenas o leve farfalhar das folhas lá fora. Fui até a janela, puxando uma das cortinas o suficiente para ver o céu. Estava azul, sem nuvens, como se o mundo ao meu redor estivesse conspirando para me dar um momento de calma. Mas dentro de mim, a tempestade continuava.
Olhei para a cama uma última vez. Wirtz ainda dormia, o rosto descansando sobre o travesseiro de forma tranquila, como se nada no mundo pudesse perturbá-lo naquele momento. Senti uma onda de ternura por ele, mas também uma crescente necessidade de me afastar, de recuperar o controle sobre o que estava acontecendo.
Me apressei em vestir minhas roupas da noite anterior, tentando não fazer barulho. Precisava voltar para o meu hotel, para a minha própria realidade. Cada peça de roupa que vestia parecia me trazer de volta ao presente, ao meu próprio espaço de decisão. Quando finalmente terminei de me arrumar, olhei para Wirtz uma última vez, sentindo o peso da escolha que eu sabia que teria que fazer em breve.
Saí do quarto em silêncio, fechando a porta atrás de mim com cuidado, como se qualquer ruído pudesse desfazer o pouco de controle que eu ainda tinha. O corredor estava vazio e frio, e cada passo que eu dava me parecia mais distante daquela noite.
Ao chegar ao hotel, o alívio imediato de estar no meu próprio espaço foi ofuscado pela avalanche de pensamentos que começaram a me atormentar. O que eu havia feito? Como isso afetaria tudo? Jude, Jorge... Tudo parecia desmoronar e se reconstruir em pedaços confusos.
No espelho, meu reflexo parecia cansado, não apenas fisicamente, mas emocionalmente esgotado. Passei as mãos pelo rosto, tentando sacudir a sensação de culpa, mas era como se ela estivesse impregnada em mim.
Tomei um banho quente, deixando a água escorrer sobre minha pele como se pudesse lavar não só a sujeira do corpo, mas também os pensamentos que me pesavam desde a noite anterior. Enquanto a água caía, tentei colocar meus sentimentos em ordem, mas tudo parecia confuso demais. Era impossível esquecer o que havia acontecido com Wirtz, mas a realidade do meu trabalho ainda me chamava, como uma âncora que me mantinha conectada ao mundo.
Saí do banho e escolhi uma roupa confortável, mas elegante. Optei por uma calça de alfaiataria preta e uma blusa branca de seda, algo que me fazia sentir confiante e profissional. Passei uma maquiagem leve, suficiente para me dar um ar de frescor, mas sem parecer que estava me esforçando demais. Por fim, prendi meu cabelo em um coque baixo e simples. O dia seria longo, e eu precisava estar preparada.
Desci para o saguão do hotel e chamei um táxi até o CT. Enquanto o carro cortava as ruas de Leverkusen, minha mente vagava entre o profissionalismo que precisaria demonstrar naquele dia e os sentimentos pessoais que eu ainda não conseguia processar completamente. O compromisso do dia era importante: entrevistar os jogadores do Bayer Leverkusen para falar sobre Xabi Alonso, o técnico que tinha revolucionado o time e ganhado o respeito de todos. Eu precisava manter o foco, apesar de tudo.
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Destinados || Florian Wirtz
FanfictionAyanna Romanov, uma modelo de sucesso, digital influencer e jornalista renomada, vê sua vida dar uma reviravolta quando se torna mãe solteira do filho do famoso jogador de futebol Jude Bellingham. Apesar de sua carreira promissora e do amor incondic...