𝟐𝟑

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𝑻𝑬𝑨𝑪𝑯 𝑴𝑬 𝑯𝑶𝑾 𝑻𝑶 𝑭𝑬𝑬𝑳

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"Não acredito que tenha que ser assim", Charles implorou.

Ele se levantou de seu lugar perto do fogo, mantendo-se a poucos passos de Max.

Confessar não foi nada fácil, e estava claro que essa revelação havia consumido o homem por inteiro, como se tivesse cedido finalmente aos próprios sentimentos.

Para Charles, parecia que no fim Max acabaria cedendo, mas essa possibilidade o incomodava profundamente.

"Não há nada que nos impeça de sentir o que sentimos um pelo outro, nem de tentar sem que um de nós precise abrir mão para isso funcionar. Não deveria ser uma escolha", ele disse, com uma calma forçada, mas havia um toque de urgência, como se estivesse tentando evitar que Max se afastasse antes que fosse tarde demais.

"Nunca vou te pedir nada que atrapalhe sua carreira. Consigo manter o que acontece na pista separado do que vivemos fora dela. O que eu não posso é te tirar da minha vida." Sua voz mal passava de um murmúrio, preenchendo o pouco espaço entre eles.

"Perguntei se você ainda sentiria algo por mim se eu ganhasse, porque tinha medo de que o que te atraía em mim fosse justamente eu não representar uma ameaça… Achei que talvez você gostasse de mim, e naquele momento eu estava apavorado que, se eu me tornasse bom, você pudesse deixar de me enxergar do mesmo jeito."

Ele sabia que, se havia um momento para ser vulnerável, era aquele.

"Max", sua voz falhou, enquanto ele usava a mão para secar os olhos, lutando contra qualquer vestígio de lágrimas. "Sei que seu pai te ensinou que sentimentos não têm lugar nas corridas, mas acho que o esporte é cheio deles. Não seria o que é se todos fossem frios e calculados. Não haveria paixão. Tenho sentimentos por você, e os tenho há mais tempo do que posso admitir."

Desaprender o que nos foi ensinado desde sempre pode ser uma das lutas mais difíceis. Max havia crescido sendo treinado para reprimir suas emoções.

"Não chore, isso é para fracos, para garotos mimados", seu pai repetia, moldando-o para ser frio, a pensar antes de sentir, a agir antes de falar.

Demonstrar sentimentos era um terreno desconhecido para ele, algo que lhe fora incutido como um erro.

Por isso, quando tentava expressar tudo o que sentia a Charles, as palavras simplesmente não saíam, mesmo que sua boca se abrisse.

O que para Charles parecia tão fácil, para Max era como escalar uma montanha. Esse era, talvez, o maior obstáculo que ele enfrentava.

"Talvez você precise me ensinar como fazer isso", disse Max, deslizando o polegar pela bochecha de Charles, "Como sentir."

Soltando um suspiro de alívio, a confissão sincera de Max ecoou na mente de Charles, reafirmando a disposição do homem em tentar.

Os cantos de sua boca se curvaram em um sorriso que ele não conseguia conter.

"Eu te ensino", ele respondeu, com os olhos quase marejados, reafirmando a percepção de Max de que ele estava em paz com suas emoções.

Charles passará várias noites ponderando sobre as consequências de sua confissão a Max. Embora desejasse que seus sentimentos fossem correspondidos, o fato de isso estar realmente acontecendo o pegou de surpresa.

Ele não se permitiu sonhar alto, receoso de criar ilusões, mas mesmo nas suas fantasias mais otimistas, ele nunca imaginou um desfecho tão positivo.

𝐀𝐝𝐫𝐞𝐧𝐚𝐥𝐢𝐧𝐞: 𝐀 𝐋𝐞𝐬𝐭𝐚𝐩𝐩𝐞𝐧 𝐒𝐭𝐨𝐫𝐲Onde histórias criam vida. Descubra agora