𝟎𝟒

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𝐘𝐎𝐔 𝐁𝐄𝐄𝐍 𝐆𝐎𝐎𝐃, 𝐌𝐀𝐗?

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Assim que Max subiu a bordo, Charles o seguiu, sentindo o peso do traje encharcado puxá-lo para baixo, tão desconfortável quanto o ar pesado que agora pairava entre os dois.

Ele mal conseguiu agradecer a Fernando pela oferta. Sabia que o homem mais velho os havia salvado de uma situação impossível de explicar aos espectadores da festa.

A porta da suíte estava destrancada, como Fernando avisara, e Charles não teve dificuldade em abri-la.

Com passos rápidos, ele entrou. A gravata foi a primeira a ir ao chão, logo seguida pelo paletó pesado do terno.

O frio da água que antes não o incomodava agora parecia cortar sua pele, trazendo um sentimento desconfortável de sobriedade e vergonha.

Charles evitava olhar para Max. A tensão era palpável, um nó que parecia apertar mais a cada segundo. Ele precisava se concentrar em algo - qualquer coisa.

Quando abriu um armário e encontrou um conjunto de roupas, sua voz saiu mais alta do que ele esperava: "Max, tem roupas aqui!"

Por um instante, ele hesitou. Fernando era mais baixo que ambos; as roupas poderiam não caber.

Mas, para sua surpresa, encontrou uma camiseta azul e um par de calças de moletom que pareciam do tamanho certo. Ele se trocou rapidamente, tentando afastar a sensação de desconforto que persistia.

Enquanto Charles lidava com sua vergonha em silêncio, Max permaneceu na entrada, parado.

A água escorria de suas roupas, formando pequenas poças no chão. Ele olhava fixamente para uma fotografia emoldurada na parede, uma celebração da Red Bull, o tipo de imagem que deveria trazer memórias felizes.

Mas o rosto de Fernando não estava lá, e Max percebeu isso sem sequer pensar muito.

A voz de Charles o chamou de volta à realidade. Ele virou-se, caminhando pelo corredor em direção ao som, mas parou abruptamente ao passar por um espelho.

"Serve em você?" Max perguntou, quase automático, enquanto seus olhos se prendiam ao reflexo.

Ele piscou, surpreso com o rosto que viu no espelho. A lateral de sua mandíbula estava avermelhada, marcada pelo soco de Charles.

Max ficou ali, imóvel, encarando o hematoma que parecia mais evidente sob a luz suave do iate.

Por mais de um minuto, ele não se mexeu, tentando encontrar uma explicação plausível para o que diriam ao voltar para a festa.

"É", Charles disse enquanto saía do quarto, as roupas ajustando-se perfeitamente ao seu corpo. "Devem servir em você também."

Ele parou ao perceber Max diante do espelho, a expressão do loiro vazia, mas os olhos presos no reflexo.

Ao se aproximar um pouco mais, Charles notou a marca vermelha na mandíbula de Max - não muito grave, mas suficiente para trazer uma onda de culpa.

"Sua vez", murmurou, indicando que Max deveria se secar e trocar de roupa.

Sem dizer nada, Max assentiu levemente. Charles saiu do quarto, deixando-o sozinho.

Max suspirou, indo até o banheiro para pegar uma toalha.

Ele começou a se despir lentamente, os movimentos mais pesados do que deveriam ser. A água fria em sua pele parecia aliviar parte da tensão acumulada, mas sua mente estava inquieta.

𝐀𝐝𝐫𝐞𝐧𝐚𝐥𝐢𝐧𝐞: 𝐀 𝐋𝐞𝐬𝐭𝐚𝐩𝐩𝐞𝐧 𝐒𝐭𝐨𝐫𝐲Onde histórias criam vida. Descubra agora