𝐀𝐝𝐫𝐞𝐧𝐚𝐥𝐢𝐧𝐞: 𝐀 𝐋𝐞𝐬𝐭𝐚𝐩𝐩𝐞𝐧 𝐒𝐭𝐨𝐫𝐲

𝟐𝟓

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𝐀𝐌𝐒𝐓𝐄𝐑𝐃𝐀𝐌

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O ar frio da Holanda atravessava as camadas de Charles, fazendo-o desejar uma jaqueta extra. 

No entanto, sua sorte mudou ao avistar Max, que, mesmo disfarçado, era inconfundível para ele. Com um aceno hesitante, Charles se aproximou lentamente, cauteloso para não assustá-lo. 

Conforme encurtava a distância, ficou claro que Max também o reconheceu, apesar de suas tentativas de se esconder.

Ao ver Max, o desejo de Charles de esquecer as palavras de Kelly se intensificou. Apesar das dúvidas persistentes, a presença de Max conseguia, de alguma forma, silenciar suas inseguranças. 

Tentando agir como duas pessoas comuns nas movimentadas ruas holandesas, Charles fechou o espaço entre eles. 

Quando estavam suficientemente próximos, ele envolveu Max em um abraço apertado, buscando consolo nas camadas de roupa que os protegiam do frio.

"Sinto muito", murmurou Charles, reconhecendo a bagunça que causará na vida de Max. 

Sua confissão de ter dormido com ele saíra de forma impulsiva, sem chance de negação.

Max retribuiu o abraço com um toque reconfortante. 

"Está tudo bem", sussurrou ele, percebendo o arrependimento de Charles.

O carro preto deslizava pelas ruas de Amsterdã, o zumbido do motor criando uma trilha sonora suave para o diálogo não dito entre os dois. 

Max, concentrado na estrada, falava através da camada abafada que usava, suas palavras, um misto de segurança e vulnerabilidade.

"Está tudo bem", ele disse, lançando um olhar furtivo para Charles, seus olhos transmitindo uma compreensão genuína. "Não foi sua culpa."

Charles, agora sentado ao lado dele no carro, absorveu o conforto nas palavras de Max, grato pelo apoio. 

A confissão que se seguiu, no entanto, o pegou de surpresa. 

A voz de Max carregava uma pitada de incerteza quando ele admitiu: "Achei que você não iria querer me ver de novo, honestamente."

Os olhos de Max encontraram brevemente os de Charles, e o entendimento compartilhado permaneceu no ar antes que o foco de Max retornasse à estrada à frente. 

As luzes da cidade tremeluziam por eles como estrelas no céu noturno urbano, lançando um brilho reflexivo nas janelas do carro.

"Eu nunca pensei que ela faria algo assim", Max repetiu, a descrença evidente em sua voz. 

"Considerei deixá-lo um tempo sozinho, mas, para ser honesto, esperava que me dissesse que ainda estava por aqui," ele admitiu, um leve sorriso escapando. "Duvido que vou conseguir vê-lo muito em Monza," acrescentou, mencionando a próxima corrida. "Lá, mesmo que só um pedacinho do seu rosto estivesse descoberto, ainda seria reconhecido."

Charles não pôde deixar de sentir uma sensação de calor com a honestidade de Max. Era uma garantia de que a conexão que eles compartilhavam tinha um significado além do que aconteceu. 

A menção da próxima corrida em Monza trouxe um sorriso sutil ao rosto de Charles, apreciando a tentativa de Max de injetar um pouco de leveza na atmosfera pesada.